quinta-feira, 14 de junho de 2012

Setor de florestas garante sustentabilidade e lucro extra para produtores rurais e empresas

Patrick Rodrigues

Madeira extraída de florestas nativas e de reflorestamento pode ganhar certificação e render mais

A palavra sustentabilidade já se tornou comum, já virou popular. O desafio agora é popularizar também os procedimentos que garantem retornos ambientais e financeiros para as indústrias e, no campo, para os produtores rurais. O setor de florestas é um dos que pode garantir sustentabilidade e lucro extra. 
A madeira extraída de florestas nativas e de reflorestamento pode ganhar certificação e render mais para produtores e indústria. Existe um selo internacional que garante os procedimentos corretos desde o manejo até o tratamento nas fábricas. O interesse de empresários e produtores rurais pelo mercado da certificação significa que o país está cada dia mais inserido no mercado mundial  dos empreendimentos sustentáveis.
Uma empresa do Estado de São Paulo beneficia todo mês para cobrir uma área do tamanho de uma lavoura de 12 hectares. Entre cumaru, jatobás e ipês são mais de 250 variedades transformadas na fábrica, a maioria de florestas tropicais e algumas de reflorestamento, todas com autorização do Ibama. Parte tem a certificação internacional.
— É um complemento do projeto de manejo florestal que é aprovado e fiscalizado pelo Ibama.A partir do momento em que a árvore sai da mata ela é rastreada via satélite, tem plaquetas de identificação. Ela vai para as serrarias, geralmente em cidades de Mato Grosso e depois ela vem para São Paulo, acompanhada de um documento online que qualquer fiscal florestal pode se certificar de onde vem aquela madeira — afirma o diretor da empresa, José Antônio Baggio.
O Brasil tem hoje seis milhões de hectares de florestas certificadas. Tanto de florestas plantadas, quanto nativas. A madeira com este reconhecimento deve ter sido manejada com o mínimo de impacto ambiental na extração e todo o trabalho tem que ser feito da forma mais justa possível. Um dos requisitos pra obtenção do selo é a questão social que envolve a atividade e o produto.
As etapas de produção e fabricação são controladas por uma certificadora que dá o selo. Ela faz parte do sistema FSC, sigla em inglês, que significa Conselho de Manejo Florestal. O conselho é uma organização independente, sem fins lucrativos, que foi criada na década de 1990 para promover o manejo florestal responsável no mundo.
Dentro da fábrica o procedimento com a madeira certificada é praticamente o mesmo daquela sem certificação. Há um cuidado para que um produto seja separado do outro até que chegue ao consumidor. A identificação na embalagem e nos documentos facilita este  procedimento.
A certificação florestal envolve vários segmentos da economia. No campo, ela agrega  valor para a atividade e a cada dia se consolida como um bom negócio. Das florestas pode se lucrar hoje com os chamados serviços ambientais. O Brasil é um dos maiores produtores de crédito de carbono do mundo. Em vários setores é possível desenvolver bons projetos.
O lucro não é só financeiro. Quem entra neste mercado passa a ser reconhecido também como defensor da natureza.
— Quando você tem que se comunicar com o consumidor final e você é verde, você tem muito mais chance de vender o seu produto do que alguém que não tem a menor preocupação com o meio ambiente — afirma a especialista Patrizia Tomasi.

Confira a reportagem:
Fonte: http://agricultura.ruralbr.com.br

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