segunda-feira, 13 de maio de 2013

Nova classificação de ecossistemas ameaçados será modelada com base na lista vermelha para espécies

A IUCN lançou a primeira versão da Lista Vermelha dos Ecossistemas, um ranking dos habitats ao redor do mundo.




A classificação foi modelada com base na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN, que agora serve como padrão global para avaliar o risco de extinção de plantas e animais. Assim como o sistema de ranking das espécies, a lista ecossistêmica visa identificar se um ecossistema está vulnerável, ameaçado ou criticamente ameaçado.



A lista se aplica a ecossistemas terrestres, de água doce, e marinhos, tendo o potencial de ajudar os governos a priorizar esforços de conservação, explicou David Keith, principal autor do estudo publicado no PLoS ONE que determina os critérios para a iniciativa.



“Sabendo quais ecossistemas estão se saindo bem e quais estão com problemas, os governos, industriais e comunidades locais estarão melhor posicionados para tomar decisões de investimento mais inteligentes para a gestão ambiental sustentável”, disse Keith.



O critério para a lista inclui quatro “sintomas” de risco para os ecossistemas: a. taxa de declínio na distribuição do ecossistema; b. distribuição restrita com declínio contínuo ou ameaças; c. taxa de degradação ambiental (abiótica); e d. taxa de distúrbio de processos bióticos. Um quinto critério é o risco de colapso do ecossistema.



O artigo inclui uma reunião de 20 estudos de caso. Entre os ecossistemas mais ameaçados está o Mar de Aral na Ásia Central, que tem sofrido uma redução severa da sua superfície e salinização, levando à extinção de espécies nativas e invasão de exóticas.



Citação: Keith DA, Rodríguez JP, Rodríguez-Clark KM, Nicholson E, Aapala K, et al. (2013) Scientific Foundations for an IUCN Red List of Ecosystems. PLoS ONE 8(5): e62111. doi:10.1371/journal.pone.0062111


Fonte: http://www.institutocarbonobrasil.org.br/noticias6/noticia=733974

Concentração de CO2 na atmosfera ultrapassou a marca dos 400ppm na quinta-feira

De acordo com as medições do Scripps Institution of Oceanography, da Universidade de San Diego, que está monitorando a estação de Mauna Loa, no Havaí, a concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera chegou a 400,03 partes por milhão (ppm) nesta quinta-feira (9).




“É muito simbólico. Este é um ponto em que devemos parar e pensar sobre onde estamos e o que estamos fazendo. É uma marca que nos alerta sobre o que já vinha se construindo na nossa frente há algum tempo”, afirmou Ralph Keeling, responsável pela estação de Mauna Loa, ao jornal britânico The Guardian.



“A ultrapassagem dessa marca é uma lembrança significante do quão rápido – e do quão extenso – está sendo o aumento da concentração de gases do efeito estufa na atmosfera. No começo da industrialização, a concentração de CO2 era de apenas 280ppm. Esperamos que essa marca ajude a trazer uma maior conscientização sobre a realidade científica das mudanças climáticas”, declarou Rajendra Pachauri, presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).



Pesquisadores acreditam que a última vez que a concentração de CO2 esteve acima da marca dos 400ppm foi entre 3,2 milhões e cinco milhões de anos atrás, quando o planeta era muito mais quente do que hoje.



Segundo o IPCC, seria preciso manter a concentração em 350ppm para que as temperaturas globais não subam além de 2oC, o limite de segurança para evitar as piores consequências das mudanças climáticas.


Fonte: http://www.institutocarbonobrasil.org.br/mudancas_climaticas1/noticia=733981

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Ministros reconhecem que mais ações climáticas são necessárias

Declaração final dos Diálogos Climáticos de Petersberg afirma que os esforços existentes não são suficientes para lidar com o aquecimento global e defende iniciativas de REDD+ e eficiência energética






“Os ministros percebem com grande preocupação que as ações atualmente planejadas não são o bastante para limitar o aumento das temperaturas em 2ºC. Para alcançar esse objetivo, todos os países precisam inspirar e possibilitar urgentemente mais ações climáticas, coletivamente e individualmente, com os países desenvolvidos assumindo a dianteira.”



Esse é um dos parágrafos do documento final dos Diálogos Climáticos de Petersberg, evento que reuniu os representantes dos Ministérios de Meio Ambiente de 35 países, incluindo Brasil, Índia, China e Estados Unidos, em Berlim, na Alemanha.



A declaração começa destacando os ganhos relacionados a uma transformação no nosso modo de vida.



“Múltiplas oportunidades econômicas estão associadas à transição para as baixas emissões de gases do efeito estufa e para a economia verde, como a criação de empregos e benefícios para a saúde pública e inovação. Essas mudanças não devem acontecer apenas no que diz respeito à produção, mas também nos padrões de consumo.”



Nesse sentido, os ministros apontam que é necessário o engajamento e o apoio de toda a sociedade nas soluções climáticas. Qualquer ação para mitigar o aquecimento global seria desperdiçada se sua implementação não for completa.



“Elevar a conscientização é fundamental. Uma comunicação proativa com o público é, portanto, essencial”.



Sobre o futuro acordo climático, que deve estar pronto em 2015 para substituir o Protocolo de Quioto em 2020, a declaração afirma que buscar o mínimo denominador comum para o consenso não será o suficiente.



“O novo acordo deve conter fortes incentivos para medidas ambiciosas e para maneiras inovadoras de gerar ações climáticas [...] O tratado deve respeitar o princípio de responsabilidades comuns, porém diferenciadas, levando em conta assim a natureza dinâmica das mudanças climáticas e das responsabilidades, capacidades e circunstâncias nacionais.”



Durante a reunião, a maioria dos ministros destacou a importância da transparência de todas as ações. Mas houve divisão sobre qual deverá ser o primeiro passo, muitos desejam que as nações assumam metas obrigatórias de redução das emissões de gases do efeito estufa, enquanto outros defendem que antes seria necessário estabelecer compromissos nacionais internos.



Iniciativas como o REDD+, o corte no uso de poluentes climáticos de vida curta, como o metano, a busca pela eficiência energética e os investimentos em fontes renováveis de energia foram reconhecidas como uma parte importante da mitigação do aquecimento global e os ministros sugeriram que sejam mais apreciadas dentro das negociação climáticas.



Sobre as negociações em si, o documento final de Petersberg identifica que a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC) é o fórum apropriado para os debates.



A próxima Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 19) será realizada em Varsóvia, na Polônia, em novembro, e o foco dela também foi discutido pelos ministros.



“Será em Varsóvia que as fundações para o novo acordo climático serão construídas [...] A COP 19 deverá avançar nas definições sobre a estrutura e natureza do acordo de 2015, que deve ser ambicioso, justo e transparente.”

Búfalos 'viram o jogo' e fazem leão bater em retirada após ataque

Cena foi registrada no Parque Nacional Kruger, na África do Sul. Gerente de projetos celebrava com mulher em passeio quando fez o flagra.

Um sul-africano flagrou uma cena impressionante durante um passeio no Parque Nacional de Kruger, na África do Sul. O gerente de projetos Dave Woollacott, de Joanesburgo, comemorava os 33 anos de casamento em um passeio com a mulher quando flagrou o momento em que um leão executa um ataque frustrado a um grupo de búfalos, e acaba sendo afugentado em disparada.


O grupo de búfalos-africanos que o felino pretendia atacar se uniu para perseguir e afugentar o leão, que por pouco não saiu ferido.






Cena inusitada: de predador, leão acabou quase virando a presa de búfalos em um parque nacional da África do Sul (Foto: Dave Woollacott/Caters News)Os búfalos-africanos chegam a pesar 1 tonelada e têm chifres poderosos, que chegam a resistir a tiros de rifle. O gerente de projetos que fez o flagra contou como foi.


"Estava escurecendo e bastante nublado quando começávamos a deixar o parque pelo Portão Phabeni. De repente, passamos por um grupo de búfalos em uma beira de rio com baixo nível de água. Vimos quando o leão tentou atacar pelo lado esquerdo, mas os búfalos estavam em maior número e espantaram o leão para longe, atravessando o rio e adentrando o matagal", relatou Woollacott.


Imagem aproximada mostra o leão batendo em retirada com um dos búfalos em seu encalço (Foto: Dave Woollacott/Caters News)


Guepardos são 'melhores amigos' de irmãos sul-africanos; veja foto

Crianças de 1 e 3 anos convivem com felinos em casa, na Cidade do Cabo. Animais foram adotados por pais, que alertaram filhos sobre riscos.




(Foto: Fiona Ayerst/Africa Media/Caters)A amizade peculiar entre dois irmãos sul-africanos e dois irmãos guepardos tem atraído a atenção de moradores da Cidade do Cabo, segundo a agência Caters.



Malan, de 3 anos, e Kayla, de um ano, têm os felinos como “melhores amigos” há um ano, quando os pequenos guepardos foram adotados pela família após nascerem em uma reserva de caça na região da Rota Verde, área turística da África do Sul.





De acordo com Kim e Hein Schoeman, pais das crianças, a adoção ocorreu devido à preocupação com a vulnerabilidade dos filhotes.



Segundo Hein, normalmente uma mãe guepardo pode fornecer alimentação apenas para metade de sua ninhada, o que eleva a taxa de mortalidade entre filhotes nas primeiras 16 semanas de vida.



Batizados de Wakku e Skyla, os guepardos nasceram em uma cria de quatro filhotes. Devido à triste estatística, foram resgatados, cresceram e agora vivem no quintal da casa dos Schoeman.



Apesar da convivência harmoniosa entre animais e homens, o casal tomou precauções com seus filhos ao ensiná-los a brincar de forma segura com os felinos. “As crianças foram ensinadas a não correr perto dos guepardos e não estão autorizadas a virar as costas para eles. Eles são animais selvagens e seus instintos estão lá", explica a mãe das crianças.



Ela afirma ainda que seus filhos já percebem que não podem simplesmente ir na área onde os animais estão para brincar com eles. "Se os guepardos saltarem ou atacarem, eles simplesmente vão empurrá-los para baixo e dirão ‘não, não façam isso’”, explica Kim.



Guepardos podem desaparecer da natureza até 2030, dizem especialistasEstudo diz que mesmo gene define manchas de gatos e guepardosEspécie ameaçada de extinção

Considerado o animal terrestre mais rápido do mundo, esta espécie sobreviveu às transformações do planeta durante quatro milhões de anos, mas em poucas décadas o homem a fez entrar na lista de espécies ameaçadas de extinção, ao reduzir seu espaço vital.



Dos 100 mil indivíduos distribuídos entre África, Oriente Médio, Irã e vários países asiáticos no início do século 20, restam apenas 10 mil na vida selvagem, segundo especialistas.



Organizações ambientais afirmam que se nada for feito para evitar a fragmentação de seu habitat, considerado o principal obstáculo para a sobrevivência da espécie, esses animais podem desaparecer da natureza até 2030.



Este caçador, que pode alcançar os 120 km/h, está em perigo de desaparecer particularmente porque é o único grande felino com dificuldades para se adaptar à vida em um parque natural protegido, onde sofre com a concorrência de outros predadores.



Ao contrário de outras espécies ameaçadas, como elefantes e rinocerontes, o guepardo não é ameaçado por caçadores ilegais, mas está menos preparado para viver em um mundo onde os territórios selvagens diminuem ano após ano.



Ele perde sistematicamente os confrontos com leões ou leopardos, mais pesados e fortes. Na melhor das hipóteses, os outros felinos roubam sua presa antes que ele possa comê-la.





Guepardo que vive em uma reserva localizada na Cidade do Cabo, na África do Sul. Espécie pode desaparecer da vida selvagem até 2030, dizem especialistas (Foto: Christophe Beaudufe/AFP)

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Planalto rejeita negociação enquanto canteiro de Belo Monte estiver ocupado por indígenas

Desde a última quinta-feira (02), cerca de 150 indígenas de oito povos atingidos pela construção de hidrelétricas nos rios Xingu, Tapajós e Teles Pires ocupam o principal canteiro da barragem de Belo Monte.




Eles reivindicam a regulamentação da consulta prévia e a suspensão imediata de todas as obras e estudos relacionados às barragens nos rios. Além disso, os indígenas demandam uma negociação direta com um representante da Secretaria-Geral da Presidência da República , negando uma a proposta do governo que uma comissão definida pelo indígenas se reunisse em Altamira (PA) com um grupo interministerial.



Por sua vez, a Secretaria-Geral da Presidência da República divulgou uma nota nesta segunda-feira (6) questionando a legitimidade das lideranças e mesmo acusando alguns indígenas da etnia Munduruku de ligação com o garimpo ilegal de ouro no Tapajós e afluentes.



"Tal reivindicação causa estranheza. Em sua relação com o governo federal essas pretensas lideranças Munduruku têm feito propostas contraditórias e se conduzido sem a honestidade necessária a qualquer negociação", alega a secretaria.



Segundo a mesma, a suspensão dos estudos é impossível, pois a consulta prévia exige a realização anterior de estudos técnicos qualificados.



"Só após a retirada dos invasores dos canteiros de Belo Monte iniciaremos um diálogo para estabelecer condições mútuas de negociação, com o acompanhamento do Ministério Público, da imprensa e da sociedade", conclui.



Em resposta à nota da Secretaria Geral da Presidência da República sobre a ocupação do canteiro de obras de Belo Monte, indígenas lançaram nesta terça-feira uma carta.



"O governo está ficando mais violento", afirma a carta. Segundo informações do Conselho Indigenista Missionário - CIMI, a área da ocupação foi militarizada, com presença em tempo integral de tropas armadas.



Desde a sexta-feira, a imprensa também está sendo impedida de realizar a cobertura jornalística da ocupação do canteiro de obras. Três jornalistas - o fotógrafo da Reuters, Lunaé Parracho, o jornalista do Conselho Indigenista Missionário, Ruy Sposati e o correspondente da Radio France Internationale (RFI) no Brasil, François Cardona – que têm realizado cobertura diária dos acontecimentos foram expulsos da área de conflito.

  Fonte: http://www.institutocarbonobrasil.org.br/energias1/noticia=733936

Parque Nacional Marinho dos Abrolhos comemora 30 anos de luta pela conservação

Em 2013, o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos – o primeiro parque nacional marinho do Brasil e um dos principais pontos de biodiversidade do planeta – comemora 30 anos de existência. Três décadas marcadas por lutas e discussões em prol da conservação e de um incansável trabalho de proteção a um arquipélago de cinco ilhas e mais de 90.000 hectares do mais importante banco de corais do Atlântico Sul. Tanto esforço garantiu ao Parque o título de Sítio Ramsar e de Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.




“Comemorar os 30 anos do Parque nos faz refletir sobre o histórico de muitas conquistas neste período, a destacar a participação da sociedade, muito presente. Por ter sido o primeiro Parque Nacional Marinho criado no Brasil, ele se tornou um ícone para a conservação do bioma marinho no País.” As palavras são do Chefe do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, Ricardo Jerozolimski.



Ele conta ainda que o Parque protege parte do mais rico ambiente marinho do Brasil, que é o Banco dos Abrolhos, e seu objetivo está baseado na conciliação da proteção do ambiente natural com a realização de atividades de recreação, pesquisa e educação ambiental. Assim, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade desenvolve atividades de fiscalização, promove a visitação e apoia a realização de pesquisas e monitoramentos da biodiversidade.



Para falar um pouco mais sobre a atuação do Parque, Jerozolimski, completa: “no ano passado recebemos cerca de 4.000 visitantes, foram autorizadas 17 pesquisas científicas, e realizamos oito atividades de educação ambiental com crianças, jovens e adultos”.



Para o diretor de Pesquisa do Instituto Baleia Jubarte, Milton Marcondes, que há 11 anos trabalha com baleias na região do Banco dos Abrolhos, conhecida por receber cerca de 90% dos indivíduos da espécie que chegam ao Brasil para se reproduzir, Abrolhos é um ecossistema único que não cansa de nos surpreender. Uma biodiversidade enorme de corais, peixes, algas, invertebrados e outros animais marinhos. “Até quatro ou cinco anos atrás, conhecíamos seis espécies de cetáceos que frequentavam as águas de Abrolhos, hoje em dia este número subiu para 14. Isso corresponde a quase 1/3 de todas as espécies de baleias e golfinhos registrados no Brasil e é provável que este número ainda venha a aumentar com mais estudos. Nossa geração tem a obrigação de preservar esta diversidade biológica para que nossos descendentes possam conhecê-la e se admirar”, finaliza.




Eduardo Camargo, da Conservação Internacional (CI), conta que desde 2002 faz parte das discussões referentes ao Parque, acompanhando a implantação do Conselho e, com propriedade, diz que a Parque Nacional Marinho dos Abrolhos vem sendo um catalisador para diversas lutas de conservação na região. “Muitas outras Unidades de Conservação foram surgindo após o Parque, que ainda demanda do governo e da sociedade uma atenção muito grande pela riqueza da biodiversidade”, diz. Ele completa dizendo que o Parque tem o mérito de aproximar a comunidade das questões ambientais, promovendo fóruns de discussões e funcionando como celeiro de pesquisas que já revelaram muito.


Estados insulares já sofrem com as mudanças climáticas

Ilhas Salomão, Kiribati, Granada e outras nações mostram sinais claros dos impactos do aquecimento global e cobram investimentos internacionais para minimizar problemas como o aumento do nível do mar






O que você faria se praticamente todos os seus meios de subsistência, alimentação e até mesmo o local onde vive estivessem ameaçados de desaparecer por completo? Pois esse cenário, embora pareça catastrófico, é a realidade de muitos habitantes dos estados insulares de todo o mundo, e a principal causa, as mudanças climáticas.



Para as milhões de pessoas que vivem nas pequenas ilhas do Caribe, Oceano Pacífico e outros arquipélagos similares considerados paradisíacos, a vida muitas vezes está sendo um verdadeiro inferno: os impactos das mudanças climáticas estão deixando os moradores sem opções de trabalho e habitação, e não são raros os casos em que é necessário promover migrações em massa, como nas ilhas Carterets ou em Kiribati.





O caso mais recente está ocorrendo em Granada, no Caribe, onde centenas de pescadores que moram nas regiões costeiras das ilhas que formam o país observam o nível do mar aumentar e prejudicar suas moradias. Esses pescadores estão sendo realocados para novos apartamentos construídos em colinas, o que garante a eles novas habitações mas prejudica seu sustento, já que agora terão que viver muito mais longe da localidade onde trabalham.



Mas as mudanças climáticas não afetam apenas o local de moradia dos habitantes dos estados insulares e suas rotinas de trabalho, mas muitas vezes também a matéria-prima do qual dependem.



De volta a Kiribati, cujo produto interno bruto (PIB) depende 40% da pesca, e às Ilhas Marshall, onde a pesca representa um quarto da renda do país, pode-se perceber que as consequências das mudanças climáticas podem quebrar a economia de uma nação. Nessas ilhas, onde se pesca anualmente cerca de um milhão de toneladas de atum, os estoques de peixe estão sendo particularmente afetados.



“O aumento da temperatura das águas superficiais, que é maior na parte oeste da bacia oceânica, encorajará o atum a migrar para o leste em direção à Polinésia”, colocou Johann Bell, autor de um estudo do Secretariado da Comunidade do Pacífico (SPC) sobre os efeitos das mudanças climáticas na segurança alimentar dessas ilhas.



Segundo Bell, os países da região da Melanésia, como Papua Nova Guiné (PNG) e as Ilhas Salomão, são os que mais sofrerão.



“PNG tem uma grande indústria de conserva, mas em poucas décadas terá que importar atum para mantê-la funcionando. Felizmente pode contar com acordos internacionais favoráveis para comprar [peixe] onde quiser, com baixas taxas.” Outras nações com economias mais incipientes, como Kiribati ou Tuvalu, entretanto, terão perdas financeiras maiores.



A perda desses estoques de peixe está ligada aos impactos das mudanças climáticas nos recifes de corais, que funcionam como grandes viveiros e fonte de alimentos para diversas espécies de criaturas marinhas. Com o aquecimento das águas, muitas espécies migram para águas mais frias, e a maior concentração de CO2 na água prejudica o desenvolvimento tanto dos corais quanto dos animais que os habitam.



De acordo com a pesquisa, a densidade populacional dos recifes deve cair dos atuais 40% para 10% ou 20% até 2050. Em se tratando dos estoques de peixes de rio, a queda está relacionada à alta taxa de crescimento populacional nas ilhas.



Infelizmente, a pesca não é a única fonte de alimentação que está ameaçada pela elevação do nível do mar causada pelas mudanças climáticas. A agricultura também está sendo seriamente afetada, tanto devido ao avanço do mar em locais cultiváveis quanto ao sal da água marinha, que prejudica os vegetais. Os habitantes estão tendo que cultivar espécies de plantas que são mais resistentes às novas condições, como mandioca, inhame, batata-doce e banana.



“As mudanças climáticas trazem novas restrições para colheitas, que estão sujeitas a pressões ecológicas imprevisíveis como secas, concentrações de sal mais altas, temperaturas extremas e erosão”, explicou um representante do Centro para Colheitas e Árvores do Pacífico.



Apesar de todas as evidências, ainda há quem ache que tais consequências não estão trazendo prejuízos para as ilhas e seus habitantes, e veem até vantagens no fenômeno. Peter De Savary, empresário britânico e promotor imobiliário em Grand Anse Beach, afirma que a disponibilidade de capital, custos de energia e a saúde da economia global são preocupações mais urgentes do que o aumento do nível do mar.



Para ele, já que muitos dos atuais hotéis e resorts terão que ser construídos de qualquer maneira nas próximas décadas devido a desgastes naturais, os efeitos das mudanças climáticas não exigem muita atenção.



“Se o nível do mar sobe 30 ou 60 centímetros realmente não faz diferença aqui em Granada, porque temos praias que têm quedas razoavelmente agressivas. Se a água fica alguns graus mais quente, bem, é para isso que as pessoas vêm para o Caribe, água morna, então isso não é um problema”, comentou.



Nesse aspecto, Ramón Bueno, analista que há anos estuda sobre os impactos econômicos das mudanças climáticas, diz que o fenômeno atingirá muito mais as pessoas de baixa renda do que as de alta, das quais fazem parte muitos dos turistas que visitam os estados insulares.



“Uma família de baixa renda que vive no litoral, com acesso limitado a água doce limpa e que ganha a vida do turismo, pesca ou agricultura é vulnerável de uma forma que um profissional de renda média ou alta que vive em uma boa casa com ar-condicionado em uma elevação mais alta no interior não é”, declarou.



Além da falta de conscientização, a falta de financiamento para possíveis soluções para esse problema também é um desafio a ser superado. No último ano, o Branco de Investimento Europeu anunciou que daria US$ 65 milhões em empréstimos para ajudar 18 países caribenhos a se adaptarem, mas isso, infelizmente, não é o suficiente.



Em alguns casos, é ainda pior: a falta de investimento em programas de adaptação faz com que os mecanismos internacionais de financiamento sejam voltados para países médios ou grandes, o que faz com que os estados insulares do Pacífico, por exemplo, sejam considerados pequenos demais para se qualificarem.



“Não nos conseguimos fazer ouvir na arena internacional. É vital para nós agirmos como uma região”, observou Henry Puna, primeiro-ministro das Ilhas Cook. “As ilhas do Pacífico são as vítimas de países industriais incapazes de controlar suas emissões de dióxido de carbono. A verdade da questão é que não temos opção a não ser aceitar isso e nos adaptarmos”, concluiu Jimmie Rodgers, diretor do SPC.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Geólogos acham possível continente submerso a 1.500 km do RJ

Amostras de granito foram encontradas nas profundezas do Atlântico. Cientistas já apelidaram área de 'Atlântida brasileira'.





747 comentáriosGeólogos brasileiros anunciaram nesta segunda-feira (6) que foram encontrados, a 1.500 km da costa do Rio de Janeiro, indícios de que estaria ali um pedaço de continente que submergiu durante a separação da África e da América do Sul, época em que surgiu o Oceano Atlântico.



De acordo com Roberto Ventura Santos, diretor de geologia de recursos minerais do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), há dois anos, durante um serviço de dragagem (retirada de solo oceânico para análise) na região da Elevação do Rio Grande -- uma cordilheira marítima em águas brasileiras e internacionais -- foram encontradas amostras de granito, rocha considerada continental.



Ele explica que, inicialmente, levantou-se a hipótese de que o recolhimento de tais amostras fora engano ou acidente. No entanto, no último mês, uma expedição com cientistas do Brasil e Japão, a bordo do equipamento submersível Shinkai 6.500, observou a formação geológica que está em frente à costa brasileira e, a partir de uma análise, passou a considerar que a região pode conter um pedaço de continente que ficou perdido no mar por milhões de anos.



“Pode ser a 'Atlântida' do Brasil. Estamos perto de ter certeza, mas precisamos fortalecer essa hipótese. A certificação final deve ocorrer ainda este ano, quando vamos fazer perfurações na região para encontrar mais amostras”, explicou Ventura ao G1.



O diretor do CPRM não especificou a idade dessas rochas, no entanto, contou que os pedaços de crosta continental que foram encontrados são mais antigos que as rochas encontradas no assoalho oceânico, nome dado à superfície da Terra que fica abaixo do nível das águas do mar.



De acordo com Ventura, o próximo passo será enviar ao governo brasileiro uma solicitação para que o país reclame a área, que está em águas internacionais, junto à Autoridade Internacional de Fundos Marítimos (ISBA, na sigla em inglês), organismo ligado à Organização das Nações Unidas, para que seja realizada no local prospecção de recursos minerais e estudos relacionados ao meio ambiente.





Rochas encontradas durante expedição geológica à Elevação do Rio Grande, na costa brasileira (Foto: Divulgação/CPRM)









Pesquisador segura rocha com minério de ferro encontrada durante dragagem feita no ano passado, na região da Elevação do Rio Grande, na costa brasileira (Foto: Divulgação/CPRM)



Oceano Ártico sofre rápido processo de acidificação, diz estudo

Excesso de CO2 na atmosfera faz água do mar absorver gás e ficar ácida. Segundo cientistas, fenômeno prejudica ecossistemas.




Ano de 2012 foi o nono mais quente desde 1850, aponta agência da ONUExcesso de CO2 na água afetaria sistema nervoso de peixes, diz estudoEmissão de CO2 aumenta acidez do oceano e prejudica corais, diz estudoO Oceano Ártico sofre com um rápido processo de acidificação devido às emissões de CO2, um fenômeno que ameaça os frágeis ecossistemas da região, alertaram cientistas do Programa de Monitoramento e Avaliação do Ártico (Amap, na sigla em inglês), que reúne estudiosos de vários países.



As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (6) em uma conferência internacional sobre a acidificação dos oceanos, que acontece na Noruega.



Segundo a investigação, a acidez das águas nesta parte do planeta aumentou 30% desde o início da era industrial. O Ártico é o mais vulnerável dos oceanos porque suas águas frias absorvem mais CO2 e recebem a água doce vinda dos rios e do degelo. Tais fatos reduzem a capacidade do oceano de neutralizar quimicamente o ácido proveniente do CO2.



Além disso, o crescente degelo das calotas durante o verão deixou descobertas superfícies marinhas cada vez maiores, que contribuem para maior absorção do dióxido de carbono. Segundo o estudo, no Mar da Islândia e no Mar de Barents, o pH diminuiu cerca de 0,02 por década desde o final dos anos de 1960.



Recuperação lenta

Os pesquisadores alertaram ainda que a superfície dos mares árticos sofrem mais rapidamente este processo do que as águas mais profundas.



Outro ponto citado pelo estudo é que, mesmo que as emissões do gás de efeito estufa caíssem, seriam necessários milhares de anos para que os oceanos recuperem seu nível de acidez de antes do período industrial, há dois séculos, de acordo com o pesquisador norueguês Richard Bellerby, autor de um relatório científico sobre o assunto.



O impacto da acidificação é pouco conhecido, mas atinge de forma diferente os ecossistemas. No interior do Ártico, por exemplo, corais, moluscos e outros organismos tiveram a capacidade de calcificação alterada.



O processo ocorre devido à absorção pelos oceanos do excesso de dióxido de carbono na atmosfera, o que torna a água mais ácida. Estruturas rígidas como as conchas de ostras e o esqueleto dos corais são as mais afetadas pela alteração.




*Com informações da France Presse e da BBC





Imagem mostra camada de gelo no Ártico no verão, quando o derretimento na área polar se acentua (Foto: Divulgação/Nasa/Universidade de Washington)
 
 
 
 

Favorites More