sexta-feira, 29 de junho de 2012

Ministra do Meio Ambiente defende usinas hidrelétricas na Amazônia

Ministra do Meio Ambiente defende usinas hidrelétricas na AmazôniaA ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, defendeu nesta quarta-feira (27) as hidrelétricas construídas na Amazônia como meio de tornar a matriz energética brasileira mais limpa.  

"Somos um país de matriz limpa e renovável, e isso não pesa nada [em termos de competitividade global]. O governo estimula esses investimentos, para aproveitar potencial hídrico na Amazônia, e somos condenados em todos os fóruns. Tem empresa do setor que está sendo condenada por ser sócia de empreendimento hidrelétrico na Amazônia. Isso não tem sentido", afirmou a ministra durante debate sobre economia verde no 23º Congresso Brasileiro do Aço, em São Paulo. "Se não está bem feito, aí é outra questão, que precisa ser analisada", disse.

Em outro momento da palestra, Izabella ressaltou que o debate sobre a necessidade de promover estímulos para aqueles que emitem menos gases poluentes, em vez de apenas taxar os maiores emissores, não alcançou a sociedade brasileira.

"Em vez disso preferiram discutir se estamos ampliando ou reduzindo unidades de conservação. Se somados, ampliamos mais do que diminuímos [as unidades] para aumentar potencial de energia renovável", afirmou. Recentemente, unidades de preservação foram reduzidas na Amazônia para permitir a execução do projeto da usina de Tapajós.

Critérios ambientais globais devem ser adaptados ao país
Para Izabella, é necessário estabelecer parâmetros globais para que o Brasil possa saber como vai competir em um mundo em que o debate ambiental é global.

A tendência, disse, é que cada vez mais na legislação brasileira esteja presente exigência de que importações obedeçam aos mesmos critérios ambientais observados no Brasil.

Mas, ressalvou ao comentar a questão das hidrelétricas, é preciso ter cuidado com barreiras tarifárias, para não deixar que sejam usadas como instrumentos de proteção comercial, alheios "ao que é determinante nesse projeto de capitalismo sustentável".



Fonte: http://www.olhardireto.com.br

Jardim Vertical gigante é inaugurado em Cingapura


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Visitantes podem passear abaixo ou acima das árvores gigantes/Fotos: divulgação

O esforço da cidade-estado de Cingapura em ser referência em construções sustentáveis é inegável. Após revitalizar um canal de concreto e construir um dos edifícios com design ecológico mais arrojados do mundo, a cidade asiática quer ser conhecida também como a capital botânica mundial.

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Para tanto, Cingapura inaugura sexta-feira, 29 de junho, um jardim vertical gigante, que reúne natureza, arte e tecnologia. O Gardens By The Bay, que está em construção desde 2006, possui sessões com fauna e flora de diversos países, lagos, além de um conjunto de mega árvores artificiais, com até 50 metros de altura.

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As 12 árvores espalhadas pelo parque funcionarão como um grande jardim vertical, abrigando plantas de todos os cantos do planeta. E não é só isso: as árvores possuem dutos de ventilação de ar para estufas próximas, sistema de aproveitamento da água das chuvas e placas fotovoltaicas. A geração de energia solar possibilita a iluminação das árvores à noite, criando um espetáculo à parte, além de auxiliar no transporte de água para irrigação das mudas.

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Quem for visitar o parque, poderá ter uma visão privilegiada de toda a estrutura, andando nas passarelas conectadas na copa das árvores. Antes mesmo de inaugurar, o projeto, que custou 350 milhões de dólares, já é chamado de “orgulho de Cingapura” pelos moradores.

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org.br

Contador de Árvores da Mata Atlântica volta a funcionar no Rio

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A Mata Atlântica é um dos biomas mais devastados do País, 92% já foi perdido/Foto: Cinthia Barenho

Um dos mais devastados biomas brasileiro, a Mata Atlântica, ganhará novamente o acompanhamento da recuperação no Rio de Janeiro. O estado irá reativar o Contador de Árvores da Mata Atlântica, sistema de acompanhamento dos programas de reflorestamento do Estado do Rio em tempo real, desativado há dois anos.
O Contador, coodernado pelo Instituto Terra de Preservação Ambiental, deve ser retomado ainda este ano. Iniciado em 2008, a ideia do Contador era não somente contabilizar o reflorestamento, como estimular o plantio de novas espécies.
O projeto inicial previa o reflorestamento do bioma por meio do plantio de 20 milhões de árvores até 2010. No entanto, o contador parou de girar em setembro deste mesmo ano, tendo atingindo apenas 3.389.560 árvores plantadas.
Há um mês, a Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou novos dados sombrios sobre a Mata Atlântica. Em todo o país, restam apenas 7,9% da cobertura de vegetação no bioma. Somente em Minas Gerais foram desmatados 6.339 hectares entre maio de 2010 e maio de 2011. No entanto, o Rio de Janeiro foi um dos estados que devastou menos o bioma no período, com apenas 92 hectares desmatados.

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org.br

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Aviões serão usados para semear araucárias no Rio Grande do Sul

Rafael Garziera Perin

Para evitar extinção de planta, iniciativa do governo estadual semeará mudas com uso de aeronaves no norte do Estado

Uma chuva de pinhões deve fazer nascerem 10 milhões de mudas de araucária no Rio Grande do Sul nos próximos três anos. O projeto-piloto vai ser realizado em 5 de julho em Campinas do Sul, no norte do Estado, para reforçar o uso ambiental e econômico da árvore.
O Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (Defap) da Secretaria Estadual do Meio Ambiente vai usar pela primeira vez uma técnica de cultivo com o uso de aviões. O pinheiro brasileiro (Araucaria angustifólia) já cobriu boa parte do território de Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ameaçada de extinção, a planta vem dando lugar a lavouras.
– Como é uma árvore protegida pela legislação desde 2000, ficou na cabeça das pessoas que, depois de crescida, não vão mais poder cortá-la. Então, os agricultores cortam os pinheirinhos ainda pequenos – diz, Roberto Ferron, diretor do Defap.
Para substituir a técnica manual de plantio, que é mais trabalhosa, o Defap imitou as gralhas e criou uma técnica pioneira no Brasil. Inspirado na fertilização aérea, fará o plantio com o uso de aviões. Duas ilhas cedidas pela Tractebel na área alagada pela usina hidrelétrica de Passo Fundo, uma de 10 hectares e outra de 30 hectares, servirão para o projeto-piloto, marcado para a primeira semana de julho.
Apelidada de Programa de Educação Florestal Gralha Azul, a primeira semeadura de avião será monitorada pelo curso de engenharia florestal do campus da Universidade Federal de Santa Maria em Frederico Westphalen. O engenheiro florestal e diretor do Defap, Roberto Ferron estima que o plantio seja capaz de intensificar o valor ambiental e econômico da árvore, que em 10 anos estará produzindo pinhões.
Nesse momento, a safra extrativista do pinhão está em crescimento no Rio Grande do Sul, com comércio forte a partir de junho. Cada pinheiro produz em média 50 pinhas. No Estado, os locais de maior produção são as regiões de Campos de Cima da Serra, Serra do Botucaraí e Norte.
A produção média no Estado, conforme a Emater, é de 5 mil toneladas da semente, mas neste ano a estiagem prolongada e problemas na polinização causaram quebra de 60% na safra. O preço por quilo, que era de R$ 2,50 no ano passado, subiu para cerca de R$ 3 nos supermercados.



Fonte: http://agricultura.ruralbr.com.br

Comunidades pobres terão recursos para projetos de uso sustentável na amazônia


O contrato firmado será no valor de R$ 25 milhões


Comunidades pobres da Amazônia que exploram a riqueza da floresta vão receber recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e da Fundação Banco do Brasil (FBB) para o desenvolver atividades sustentáveis. O contrato no valor de R$ 25 milhões foi firmado pelas instituições na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20 e divulgado nesta segunda-feira (25) pelo BNDES .
O banco vai entrar com recursos não reembolsáveis no valor de R$ 15 milhões, oriundos do Fundo Amazônia, enquanto a fundação participará com R$ 10 milhões. A parceria de cooperação prevê investimentos de R$ 100 milhões nos próximos cinco anos.
As comunidades que vão ter uma cadeia apoiada, como a cadeia do açaí, piscicultura, pesca artesanal, borracha, artesanato, óleos essenciais, vão ser organizadas para que aufiram renda de uma forma sustentável não só em relação à natureza, mas de uma forma economicamente sustentável. Ou seja, que elas tenham uma forma contínua de geração de renda e de sustento da família, disse o gerente do Departamento de Economia Solidária da Área de Agropecuária e Inclusão Social do banco, Eduardo Lins, ao divulgar a parceria.


Lins destacou que mesmo um projeto de preservação de florestas, se for com a geração de trabalho e renda, participa do nosso contrato. O foco principal são projetos realizados por comunidades da região amazônica ou que resultem em seu benefício. As tecnologias sociais associadas a esse processo produtivo, que estejam ambientalmente adequadas, também podem ser apoiadas pela parceria. São tecnologias que dão soluções integrais aos projetos e resolvem problemas como saneamento, segurança alimentar, acesso a água potável, entre outros.
De acordo com Lins, os projetos aprovados terão monitoramento constante. O acompanhamento, com assistência técnica, será feito por uma unidade especializada, seja da própria Fundação Banco do Brasil ou uma organização com experiência, localizada na região. O contrato contemplará projetos com duração até dois anos.
Este é o terceiro acordo de cooperação entre as entidades, mas o primeiro com recursos do Fundo Amazônia. Os anteriores, assinados em 2009 e 2010, tiveram como aportes do BNDES recursos não reembolsáveis provenientes do Fundo Social do banco.


Fonte: http://painelflorestal.com.br

Área de proteção permanente dificulta consenso sobre Código Florestal


No primeiro debate de mérito, no Congresso, da Medida Provisória (MP) do Código Florestal, ficou claro que a extensão das áreas de proteção permanente (APPs) é o maior desafio a ser enfrentado para que a Câmara e o Senado produzam um texto de consenso. Esse ponto foi um dos mais abordados em audiência pública hoje (26) na Comissão Especial do Congresso, formada por deputados e senadores, que analisa a constitucionalidade das medidas provisórias encaminhadas para a análise dos deputados e senadores.

O senador Waldemir Moka (PMDB-MS), interlocutor com a bancada ruralista na Câmara, disse à Agência Brasil que se o relator da MP, senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), não conseguir um consenso [sobre o tema], o texto encaminhado pela presidenta Dilma Rousseff será derrotado no Congresso.

Moka foi designado como o negociador com a Câmara pelo próprio Luiz Henrique. “Nós [Câmara e Senado] tínhamos aprovado a recuperação de APP de 15 metros em propriedades que tenham rios com mais de 10 metros de largura”, destacou Moka. Esse tamanho das matas ciliares em beiras de rios valeria para pequenos, médios e grandes produtores rurais, acrescentou o parlamentar.
Com o escalonamento na recuperação das áreas de proteção permanente por módulos fiscais, as propriedades com mais de 10 módulos terão que recuperar 30 metros. Pelas conversas que teve até agora, Moka considera que o dispositivo do governo enfrentará resistências dos médios e grandes produtores rurais.
O relator Luiz Henrique destacou que das 696 emendas ao texto do governo entregues na comissão, pouco mais de 400 já foram descartadas. Elas tratavam, basicamente, do mesmo tema, esclareceu o senador.
Luiz Henrique disse ainda que “seria prematuro” comentar agora qualquer proposta de mérito apresentada pelos parlamentares à medida provisória do Executivo. O parlamentar espera apresentar uma proposta, por meio de negociações, até segunda-feira (2).
O deputado Reinhold Stephanes (PSD-PR) destacou que uma saída para essa questão [APP] seria criar uma transição entre pequenas e médias propriedades. Isso permitiria aos médios produtores explorar áreas maiores sem comprometer sua produção.
“Tem propriedades que, por causa de dois córregos e uma nascente, podem perder de 70% a 80% da área produtiva”, ressaltou o parlamentar paranaense.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que participou da audiência pública no Congresso, defendeu a metodologia adotada pelo governo federal. Pela medida provisória, o tamanho da recomposição de APP varia de acordo com o módulo fiscal da propriedade.
Izabella Teixeira ressaltou que essa decisão da presidenta Dilma Rousseff levou em conta, além dos impactos ambientais as repercussões sociais aos pequenos produtores.


Fonte: http://www.institutocarbonobrasil.org.br

Câmara dos Deputados aprova criação de Política Nacional de Irrigação

Leila Endruweit
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta, dia 27, proposta que institui uma nova Política Nacional de Irrigação para o país. A política tem como objetivo incentivar a ampliação da área irrigada e aumentar a produtividade agrícola. Entre os incentivos criados está a ampliação dos descontos nas tarifas de energia elétrica cobradas em atividades de irrigação. A proposta também cria o Sistema Nacional de Informações sobre Irrigação.
O texto aprovado é um substitutivo do relator na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, deputado Afonso Hamm (PP-RS), ao Projeto de Lei 6381/05, do Senado. Por ter sido alterado na Câmara, o texto será analisado novamente pela Casa de origem.
A proposta prevê a concessão de incentivos fiscais para planos e projetos públicos e privados de irrigação, que deverão ter bases sustentáveis e estar em consonância com os planos de recursos hídricos. Pela política, a concessão desses incentivos deverá priorizar regiões com os mais baixos indicadores de desenvolvimento social e econômico, assim como as consideradas estratégicas para o desenvolvimento regional.
A proposta também privilegia o acesso ao crédito rural destinado à aquisição de equipamentos de irrigação e estímulos à contratação de seguro rural por agricultores que pratiquem agricultura irrigada. Fica também estabelecido que poderá ser conferido tratamento prioritário aos agricultores familiares e pequenos, tanto em incentivos fiscais quanto no acesso ao crédito rural e à contratação de seguro rural.

Energia elétrica

Afonso Hamm decidiu acolher emenda do deputado Fernando Coelho Filho (PSB-PE) para permitir a ampliação em até 40 horas semanais do período de cobrança de tarifas diferenciadas de energia elétrica para a irrigação.
Atualmente, os descontos especiais aplicáveis às unidades consumidoras classificadas na classe rural, incluindo cooperativas de eletrificação rural, já são concedidos a quem comprove atividade de irrigação e aquicultura, mas estão limitados a um período diário contínuo de 8h 30min, garantido o horário compreendido entre 21h30 e 6h do dia seguinte.
De acordo com o substitutivo aprovado, concessionárias e permissionárias de distribuição de energia elétrica poderão acordar a ampliação do desconto, conforme políticas estaduais de incentivo à irrigação e à aquicultura, desde que o custeio desse desconto adicional não seja compensado por meio de repasse ou de qualquer encargo incidente sobre as tarifas de energia elétrica.
O texto ainda acrescenta a possibilidade de prioridade para a pesquisa e a transferência de tecnologia para a agricultura irrigada, assim como para o estímulo aos cursos de educação superior e tecnológica nessa área.


Fonte: http://agricultura.ruralbr.com.br

Brasileiros estimam problemas de abastecimento no futuro

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Desperdício em residências aumenta as chances de problemas futuros/Foto: Fernando Madeira

Pesquisa divulgada terça-feira, 26 de junho, pela organização não governamental WWF-Brasil revela que é grande o desperdício de água entre os brasileiros. “Mais de 80% dos brasileiros consultados em 26 estados da Federação reconheceram que vão ter problemas de abastecimento de água no futuro e, desses, 68% reconheceram que o desperdício de água é a principal causa desse problema”, afirmou o coordenador do Programa Água para a Vida da WWF-Brasil, Glauco Kimura de Freitas.
A sondagem chama a atenção para o desconhecimento da maioria da população sobre o real consumo de água no Brasil. No levantamento, 81% dos entrevistados apontaram a indústria e o setor residencial como os vilões do gasto de água quando, na verdade, o setor agrícola, em especial a irrigação, é o maior consumidor do insumo (69%). A pecuária consome 11% de água; as residências urbanas, também 11%; e a indústria, 7%.
“Como 80% da população brasileira vivem nas cidades, a percepção do cidadão é muito voltada aos problemas da água que ele enfrenta nas metrópoles. Somente 1% das pessoas reconheceu que o problema de água está na zona rural também. Ou seja, que aquela água que sai da torneira dele vem de uma nascente que está, às vezes, a quilômetros da sua casa”, disse Freitas.
De acordo com a pesquisa, só 1% dos consultados admitiu que o desmatamento e a degradação dos sistemas naturais causam problemas de água. “Isso mostra que o cidadão tem uma visão bastante limitada da torneira para frente. Da torneira para trás, há um desconhecimento muito grande”.

Residências

O desperdício é elevado nas residências. Cerca de 48% dos entrevistados reconheceram que desperdiçam água em suas casas, o que revela crescimento em relação aos cinco anos anteriores, quando essa parcela atingia 37%. “Mais de 45% reconheceram que não adotam nenhuma medida de economia de água nas suas casas”.
Segundo Freitas, falta coerência entre o discurso e a atitude. Do total de consultados, 30% disseram tomar banhos demorados, de mais de dez minutos. Em 2006, essa parcela era 18%.
Freitas atribuiu costumes como não fechar a torneira enquanto se escova os dentes ou lavar a calçada com mangueira à cultura de abundância que existe, de forma geral, no Brasil, devido à sua dimensão continental e à abundância de florestas e rios. Com isso, a cultura da abundância acaba levando ao desperdício. “Infelizmente, o brasileiro começa a sentir o problema quando ele já está instalado. Ou seja, quando tem racionamento, escassez”.
A sondagem revelou ainda que 67% dos lares pesquisados enfrentam escassez de água. No Nordeste brasileiro, 29% dos domicílios sofrem esse problema. O consumo médio diário de água por brasileiro, da ordem de 185 litros, está próximo ao da União Europeia (200 litros per capita). Segundo Freitas, “a média mascara uma desigualdade”, uma vez que o Semiárido do Brasil apresenta consumo médio de água diário inferior a 100 litros, aproximando-se, portanto, de regiões da África Subsaariana, onde o consumo é abaixo de 50 litros/dia por pessoa.
“O problema no Brasil não é questão de falta d’água. É a má distribuição. Existe um descompasso entre a demanda e a oferta”. Freitas destacou que, no Nordeste, que concentra um grande contingente da população brasileira, já existe escassez de água, enquanto em regiões como o Centro-Oeste e o Norte, que concentram menos de 10% da população, há mais abundância do recurso.
A pesquisa servirá de base para a elaboração de novas campanhas de educação e conscientização dos cidadãos sobre a necessidade de preservação dos mananciais de água na zona rural.


Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org.br

Brasil institui programa para eliminar gases que afetam camada de ozônio

Foi instituído nesta quarta-feira (27) o Programa Brasileiro de Eliminação dos Hidroclofluorcarbonos (PBH), que tem como objetivo organizar a substituição dessas substâncias por outras que sejam menos agressivas ao meio ambiente. A medida foi publicada pelo Diário Oficial da União.

Os hidroclofluorcarbonos (HCFCs) passaram a ser usados amplamente nas décadas de 1980 e 1990, para substituir os clorofluorcarbonos (CFCs). Esses gases são usados na refrigeração – de geladeiras a aparelhos de ar condicionado – e em espumas e sprays.

Os CFCs foram eliminados a partir de um acordo internacional chamado Protocolo de Montreal, assinado em 1987, pois ficou comprovado que eles estavam provocando o aumento do buraco na camada de ozônio.

Na época, os HCFCs surgiram como alternativa, já que não tinham o mesmo efeito destruidor. No entanto, eles ainda são nocivos à camada de ozônio, e hoje já existem outros produtos usados para o mesmo fim. Por isso, uma revisão recente do Protocolo de Montreal propôs a redução gradativa do uso dos HCFCs até sua eliminação completa, em 2040.

A camada de ozônio protege a Terra dos raios ultravioleta do Sol, que podem causar câncer de pele. Com a eliminação do uso dos CFCs, o buraco situado principalmente sobre a Antártica está estável, e os especialistas acreditam que a camada de ozônio voltará aos níveis que tinha em 1980 até meados deste século.

Segundo Magna Luduvice, coordenadora de proteção da camada de ozônio do Ministério do Meio Ambiente, a instituição do PBH é um marco, mas não representa uma mudança na direção das medidas de proteção ambiental.

“Estamos elaborando esse programa há anos”, afirmou Luduvice. “A portaria apenas instituiu oficialmente”.

A representante do Ministério explicou que a iniciativa é uma parceria entre o governo e o setor privado. Por um lado, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) controla a importação dos HCFCs – esses produtos não são feitos no Brasil. Pelo outro, as empresas que precisam da substância recebem apoio tecnológico e se comprometem a reduzir o uso.

Na semana passada, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que a emissão dos HCFCs cresceu entre 2000 e 2010. Segundo Luduvice, esse aumento era esperado, pois representou um “passo intermediário” para eliminar os CFCs e, portanto, serviu para proteger a camada de ozônio.

Em 2013, o Brasil não pode superar o nível médio de emissão dos anos de 2009 e 2010. Em 2015, a redução deve ser de 10%. Em 2020, 35%. Em 2025, 67,5%. Em 2030, 97,5%. Em 2040, a eliminação dos HCFCs deve ser total.



Fonte: http://www.olhardireto.com.br

Sistema detecta enchentes e emite alerta para celular

Um sistema que detecta enchentes e o nível de poluição de rios e córregos, e ainda pode avisar a população, via telefone celular (SMS), sobre os eventuais riscos vem sendo testado em São Carlos, no interior de São Paulo. O e-NOE, que funciona por meio de uma rede de sensores sem fio, foi desenvolvido no Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, pelo professor Jó Ueyama. Desde maio, o equipamento vem sendo testado em dois pontos de um córrego da cidade.
Chamada612 Sistema detecta enchentes e emite alerta para celular
Equipamento utiliza painéis solares para fazer a realimentação das baterias
O protótipo do equipamento desenvolvido por Ueyama é menor do que uma caixa de fósforos, e custou cerca de R$ 400,00. O equipamento é composto por dois sensores analógicos, cada um com uma função específica — o primeiro mede a pressão do rio, enquanto que o segundo sensor mede a poluição da água. Um alerta é gerado para notificar quando o nível do córrego (ou da poluição) atinge níveis que necessitam de uma notificação.
“Se o primeiro sensor detectar uma elevação súbita na pressão do rio, significa que haverá enchente. É quando devemos tirar a população da região o mais rápido possível”, explica o professor. O equipamento transmite os dados via wireless Zigbee (tecnologia de comunicação sem fio com baixo consumo de bateria e com transmissões de longa distância) para uma central, onde um software envia alerta via mensagens de SMS para telefones celulares de moradores cadastrados no sistema. A bateria, similar à utilizada em carros, é realimentada por paineis solares. A autonomia está em fase de avaliação, mas estima-se que possa ficar entre 3 e 6 meses.
Por meio de uma parceria com a Prefeitura Municipal de São Carlos, Ueyama instalou em maio de 2012 dois equipamentos com esse sistema em um córrego da cidade, o Monjolinho. Um deles foi colocado na Avenida Trabalhador São-carlense, próximo ao campus da USP, e o outro perto da rotatória do Shopping Iguatemi. O pesquisador obteve autorização do Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE) de São Carlos para monitorar as águas do córrego.
Testes
No momento, o sistema encontra-se em fase de testes, e ainda não é possível se cadastrar para recebimento de alertas e as informações obtidas são armazenadas em um banco de dados. Além dos alertas, o protótipo permite que qualquer internauta tenha acesso a estes dados usando a interface do Google Maps. Essa interface vai possibilitar aos sistemas de GPS criar rotas alternativas aos motoristas em caso de enchentes em uma determinada via. O professor acredita que com a colaboração da prefeitura da cidade de São Carlos, será possível viabilizar a criação de um cadastro de moradores e comerciantes para receber os alertas. “Uma nova parceria poderia ser criada com vistas a transformar São Carlos em uma cidade mais inteligente”, ressalta.
Chamada6b1 Sistema detecta enchentes e emite alerta para celular
Protótipos do sistema estão instalados na margem de córrego em São Carlos
O equipamento sofreu uma reengenharia em relação ao primeiro protótipo, desenvolvido em 2010. A mudança foi implantada para melhorar a transmissão dos dados coletados do rio e diminuir o consumo de bateria. Diferentemente dos protótipos anteriores, este não armazena os dados coletados, mas os envia para o servidor assim que cada leitura é realizada. Desta forma, é possível fornecer alertas de enchentes e nível de poluição em tempo real. “Espera-se que os transtornos e prejuízos causados pelas chuvas em São Carlos não se repitam, ou que ao menos possamos avisar a população e comerciantes para que se previnam antes que a enchente ocorra”, diz Ueyama.
O projeto teve início na Inglaterra, proposto pelos professores Daniel Hughes e Geoff Coulson. Este último foi o orientador de Ueyama entre 2002 e 2006, quando o pesquisador cursou doutorado na Universidade de Lancaster (Reino Unido). Na ocasião, o professor conheceu um projeto semelhante ao e-NOE e pensou em adaptá-lo ao Brasil. Desde então o pesquisador tem aperfeiçoado o sistema com vistas a otimizá-lo para a realidade brasileira. “Além disso, é de interesse que o protótipo tenha um baixo custo para que as prefeituras possam replicá-lo”, destaca. Futuramente, Ueyama pretende disponibilizar o sistema como software livre para municípios que têm problemas com enchentes.
A pesquisa foi desenvolvida com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Sistemas Embarcados Críticos (INCT-SEC), sediado no ICMC. O projeto teve a participação do professor João Porto Albuquerque Pereira do ICMC e dos bolsistas Murilo Marin e Fernando Santos.
Fonte: http://envolverde.com.br

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Sustentabilidade será tema obrigatório no ensino superior a partir de 2013

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Educação ambiental só é adotado atualmente no ensino básico/
Foto: Agriculturasp

No último dia da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, o Brasil anunciou a adoção de um compromisso voluntário que pode render bons frutos. A partir do próximo ano, a sustentabilidade deverá constar no currículo acadêmico de todas as universidades brasileiras.
A intenção é que, futuramente, o tema seja incorporado da pré-escola ao ensino médio. “Não faz sentido ensinar finanças sem ensinar ética ou meio ambiente. Educação superior é o começo, mas tem que ser em todas as séries. Incentivo a todos que façam ações. Não é só compromisso financeiro, precisamos de comprometimento dos governos”, afirmou à Agência Brasil o conselheiro do Conselho Nacional de Educação, Antônio Freitas Junior.
Embora tenha sido anunciada durante a Conferência, a medida foi publicada no Diário Oficial no dia 18 de junho. A lei especifica apenas que o assunto deverá ser abordado de forma interdisciplinar e contínua, sem necessariamente ser uma disciplina à parte. Na prática, isso significa que é um tema que deve ser abordado em todas as disciplinas, sem ser conteúdo obrigatório de nenhuma.

Obrigatoriedade

Atualmente, a Educação Ambiental é adotada, também como tema transversal, no ensino básico pelo Ministério da Educação (Mec). Desde abril de 2011, tramita na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados o projeto de lei 876/2011, que propõe alterar a Política Nacional de Educação Ambiental, tornando-a disciplina obrigatória – e, portanto, específica - no ensino fundamental e médio.
“A sustentabilidade permeia todas as áreas, os enfoques é que são diferentes. Por exemplo, foi descoberto que o gás que sai do motor a diesel causa câncer. Então, um engenheiro mecânico tem que saber muito mais sobre esse assunto”, ressaltou o conselheiro.

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org.br

Quase metade dos brasileiros não controla uso de água, aponta pesquisa

Foto: (Foto: César Manso/AFP)
Consumo médio diário de água por habitante no Brasil é de 185 litros. Europeus gastam 200 litros diários/per capita.
Consumo médio diário de água por habitante no Brasil é de 185 litros. Europeus gastam 200 litros diários/per capita.
Pesquisa encomendada ao Ibope pela organização não governamental WWF-Brasil revela que o brasileiro desperdiça água, mesmo sabendo como economizar o recurso natural.

Os dados divulgados nesta terça-feira (26) informam que 48% da população admite gastar água em suas casas com pouco controle, 30% demoram mais de dez minutos no banho e 29% dos domicílios no Nordeste sofrem com a constante falta do insumo.

Apesar de a indústria ser frequentemente apontada como a vilã do desperdício, a produção agrícola é listada como responsável por 70% do gasto de água no país e pelo maior desperdício desse recurso.

O levantamento faz parte do "Programa Água para a Vida", parceria entre a WWF e o banco inglês HSBC, e mostra que houve melhora da consciência nacional em relação a importância dos recursos hídricos, em relação aos últimos cinco anos, quando foi feito o primeiro estudo.

Poluição dos rios
A pesquisa foi feita com 2.002 pessoas no fim de 2011 em 26 estados e apontou que, apesar de a indústria ser vista como a maior poluidora por 77% da população, a poluição das águas por uso doméstico muitas vezes supera a poluição industrial nas grandes cidades.

O consumo médio diário de água por habitante no Brasil é de 185 litros, considerado normal e muito próximo do índice da Comunidade Europeia, que consome cerca de 200 litros diários por pessoa.

O gasto médio, porém, passa longe do consumo diário registrado em regiões secas como o semiárido brasileiro - abaixo de 100 litros diários -, e de partes da África subsaariana, abaixo de 50 litros.

A pesquisa mostrou ainda que apenas 1% dos entrevistados reconhece que o desmatamento é uma das causas do agravamento do problema de água no Brasil.

"O tema água doce, seus problemas e oportunidades, ainda precisa ser melhor compreendido pelo cidadão brasileiro. A urbanização crescente do país nas últimas décadas levou mais de 80% da população a morar nos grandes centros. O descompasso entre o reconhecimento do problema e a tomada de atitudes precisa ser compreendido. A visão sobre a água é limitada, assim como a percepção dos seus problemas", avalia Maria Cecília Wey de Brito, presidente do conselho diretor do WWF-Brasil, ao analisar a pesquisa.

A Agência Nacional de Águas (ANA) é desconhecida de 87% das pessoas ouvidas na pesquisa.

Fonte: http://www.olhardireto.com.br

terça-feira, 26 de junho de 2012

Índios querem que Belo Monte cumpra condições para amenizar efeitos negativos da usina

Divulgação
Cerca de 200 índios xikrins e jurunas estão acampados desde o dia 21 nas obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, na tentativa de acelerar o cumprimento das condicionantes destinadas a amenizar os efeitos negativos da usina para as populações indígenas afetadas. De acordo com a colaboradora do movimento, Rafaela Ngrenhdjan Xikrin, não há ligação entre esta ocupação e a ocorrida durante o encontro Xingu+23, iniciado no último dia 13 em Altamira (PA).
– Nosso movimento é contrário a ações como as dos mundurukus, até porque eles não são daqui e não serão afetados pela obra – disse Rafaela Xikrin.


O Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), responsável pelas obras, informou que a primeira ocupação resultou na depredação de 35 salas. Pelo menos 50 computadores foram quebrados, notebooks e rádiocomunicadores foram furtados e dezenas de aparelhos de ar condicionado foram danificados. A estimativa, segundo o consórcio, é um prejuízo superior a R$ 500 mil.
A organização do movimento responsável pela ocupação atual está aguardando, para os próximos dias, a chegada de outros 100 índios das etnias Paracanã e Xipaia para reforçar a manifestação nas obras da usina. Entre as reivindicações apresentadas pelos xikrin e juruna acampados está a implantação do Plano Básico Ambiental (PBA), destinado a estabelecer e efetivar os programas de compensação e mitigação dos impactos já sentidos na região pelos índios.
Eles cobram também a definição da situação fundiária das terras indígenas Terra Wangã, Paquiçamba, Juruna do Km 17 e Cachoeira Seca, além da construção de mais estradas, como alternativa ao transporte fluvial que será prejudicado pela barragem e pela redução da vazão do Rio Xingu. Outra condicionante cobrada pelos índios acampados é relativa à falta de investimentos de infraestrutura necessários às aldeias impactadas, visando a garantir captação de água potável nas da Volta Grande do Xingu.
– Nossas lideranças não querem a participação de outros movimentos porque isso pode comprometer nosso objetivo, que é cobrar o cumprimento das condicionantes previstas. Essa ocupação conta apenas com a participação de índios, para evitar o risco de ser descaracterizada ou manobrada. Em princípio, não somos contrários à obra, mas poderemos passar a ser, caso as condicionantes [previstas] não sejam cumpridas – argumentou.
O CCBM avalia a atual ocupação como pacífica. De acordo com a assessoria do consórcio, os índios que participaram da primeira ocupação "eram de Mato Grosso e chegaram ao local com crachás, acompanhados de manifestantes não indígenas que integram organizações não governamentais (ONGs) [ligadas ao Movimento Xingu Vivo], notadamente contrárias à construção da hidrelétrica".
A Fundação Nacional do Índio (Funai) confirmou que não há aldeias munduruku nas áreas a serem influenciadas pela obra. De acordo com a assessoria do órgão, os munduruku mais próximos estão na região da Usina de Teles-Pires, em Mato Grosso.
A assessoria de comunicação do Movimento Xingu Vivo reiterou que não houve qualquer participação de seus integrantes na quebradeira ocorrida durante a primeira ocupação, à época do Xingu+23 – evento promovido por ela.
– Nenhum dos nossos membros participou da quebradeira; nenhum dos nossos integrantes mexeu em qualquer caneta do CCBM; e não fizemos qualquer incitação para que a invasão acontecesse – garantiu a assessora Verena Glass.
Perguntado sobre a nova ocupação de índios nas obras de Belo Monte, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse que o movimento atual "faz parte do direito de protesto", e que os índios têm o direito de manifestar suas preocupações.
– Nosso pessoal está lá dialogando [com eles] e, assim como outras vezes, vamos, por meio de métodos pacíficos, superar essa questão. Belo Monte não tem como voltar atrás. É uma usina que já está em processo de construção. Estamos tomando todos os cuidados para diminuir os efeito negativos à população local e para fazer as compensações sociais e ambientais. O governo está agindo com responsabilidade. Agora, o direito de protesto, como todos sabem, é livre no país – disse o ministro.


Fonte: http://agricultura.ruralbr.com.br

Saneamento básico seria o problema ambiental número um no Brasil

Saneamento básico é o maior problema ambiental do Brasil estando à frente do desmatamento ou execução de projetos para a obtenção de energia, segundo o professor de engenharia civil e ambiental da Universidade de Brasília, Oscar Netto. Em sua avaliação, “em média, todo brasileiro vai se deparar, em algum momento do seu dia, com problemas ambientais causados pela falta de saneamento. Sobretudo no que se refere a saneamento urbano, nós temos um grade desafio pela frente”, explica.
A Região Norte do Brasil é onde o problema de falta de coleta e tratamento de esgoto é pior. Enquanto a média nacional de coleta de esgoto nas residências é 44,5%, no Norte do país é apenas 6,2%, segundo dados de 2009 do Ministério das Cidades, quando foi concluído o último Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgoto.
Em artigo publicado pela Agência Brasil, o professor exemplifica a situação citando o caso da última enchente do Rio Negro, no Amazonas. “A falta de coleta e destinação adequada dos detritos sólidos agravou um evento natural periódico devido ao lixo que boiava e causava contaminação”.
Oscar Netto acredita que a população deva cobrar das autoridades medidas para que esse quadro, da falta de saneamento básico, seja transformado e exigir que o assunto esteja no topo das políticas públicas. A mesma crítica ele estende ao movimento ambientalista que não estaria se dedicando com afinco a essa questão.
O diretor adjunto de Campanhas do Greenpeace, Nilo D’Ávila, discorda que o assunto seja esquecido pelo movimento ambientalista. Ele admite que esta não seja uma bandeira da organização da qual faz parte, mas garante que há outras organizações não governamentais (ONGs) no país trabalhando para que seja dada mais atenção à limpeza de rios e aterros sanitários.
Na opinião de D’Ávila, a falta de dedicação à questão do saneamento básico é dos governos. Ele, contudo, acha que o Brasil também não está indo bem nas outras frentes da batalha ambiental. A queda do desmatamento apresentada pelo governo nas últimas semanas, para ele, está mais relacionada a questões econômicas do que à eficiência na fiscalização. “Você percebe que a curva do desmatamento e do dólar são parecidas. O desmatamento na Amazônia é ligado à exportação de commodities. O dólar alto e a impunidade que existe nas questões ambientais levam as pessoas a cometerem ilícitos. Tanto que o desmatamento caiu, mas 80% dele ainda é ilegal”, diz.

Fonte: http://noticias.ambientebrasil.com.br

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são "luz no fim do túnel", afirma cientista

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"A Rio+30 não vai resolver", alertou Johan Rockströn/Foto: James Duncan Davidson/TED

"Não é uma mensagem que muita gente goste de ouvir, mas nós não temos mais nenhum grau de liberdade para operar no planeta. Se não acertarmos agora, será tarde demais: a Rio+30 não vai resolver." As afirmações em tom de alerta são do hidrólogo sueco Johan Rockströn, diretor do Centro de Resiliência de Estocolmo. Especialista em limite ambiental do planeta, o cientista concedeu entrevista à Folha, publicada nesta segunda-feira, 25 de junho, três dias após o encerramento da Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável).
Ao ser perguntado pelo jornalista Claudio Angelo sobre os resultados da Rio+20, Rockströn é enfático. "O texto não reflete a urgência que enfrentamos. É o encontro de uma geração; nós só nos encontramos assim a cada 20 anos. É uma responsabilidade enorme, um investimento e uma enorme encruzilhada para a humanidade. Se não acertarmos agora, será tarde demais: a Rio+30 não vai resolver. Então há razão para ficarmos bem preocupados", alertou.
A pedido do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o cientista sueco coordenou um grupo de Prêmios Nobel que produziu uma carta com recomendações sobre sustentabilidade global para dar subsídios às decisões da Rio+20. Dois dos conceitos-chave do documento, porém, ficaram de fora da declaração final da conferência, intitulado O Futuro que Queremos: o empoderamento das mulheres e o próprio reconhecimento dos limites planetários.

"Se não acertarmos agora, será tarde demais: a Rio+30 não vai resolver" - Johan Rockströn.

"A luz no fim do túnel são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), abrindo imediatamente um processo para defini-los, e adotá-los imediatamente por todos os Estados-membros da ONU, você pode começar a administrar o Antropoceno [a era geológica dominada pela humanidade, conceito adotado por muitos cientistas]", sugeriu Johan Rockströn.

Novo fórum

De acordo com o documento final da Rio+20, a conferência realizada na capital fluminense abriu o caminho para a elaboração dos ODS, que deverão estar definidos até 2014. A ideia é a de que tais metas entrem em vigor em 2015, quando expira o prazo referente aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Dessa forma, os ODM teriam 2018 como ano limite. 
A sugestão que os negociadores dos países fizeram durante a Rio+20 foi para que os chefes de Estado reconheçam as particularidades de cada país, caso eles venham, de fato, criar os ODS, o que já é dado como certo. Segundo a ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira informou ao Estadão, a tendência é a de que as metas da sustentabilidade tenham a implantação avaliada pelo Fórum de Alto Nível para o Desenvolvimento Sustentável, novo órgão que será criado para substituir a Comissão do Desenvolvimento Sustentável, uma das heranças da Rio-92.

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org.br

TERRAMÉRICA – Agricultura inteligente contra a vulnerabilidade

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O agrorreflorestamento surge como uma ferramenta de adaptação e mitigação de mudanças climáticas na América Central, região onde o aquecimento global poderia gerar perdas de 19% do produto interno bruto. “A única alternativa que nos resta é o agrorreflorestamento para adaptar e mitigar as mudanças climáticas”, disse ao Terramérica o diretor-executivo da Associação Coordenadora Indígena e Camponesa de Agrorreflorestamento Comunitário Centro-Americano (Acicafoc), Alberto Chinchilla.

Um encontro paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, realizada entre 20 e 22 deste mês, no Rio de Janeiro, discutiu o conceito desta agricultura climaticamente inteligente, que pode ajudar a reduzir a vulnerabilidade do istmo. Na reunião estiveram presentes ministros, cientistas, técnicos e agricultores.
Um sistema agroflorestal incorpora árvores aos trabalhos agrícolas e agropecuários. Sua prática, acompanhada de pesquisa científica, permite encontrar métodos e tecnologias amigáveis com o meio ambiente, explicou Chincilla. Por exemplo, as árvores permitem recuperar nascentes de água, protegem os cultivos com sua sombra, conservando mais a umidade e mantendo mais frescas as terras de pastagem, o que reduz o estresse de calor do gado. Também podem ser recuperadas espécies nativas ou em extinção e melhorar a segurança alimentar das comunidades.
“O agrorreflorestamento é vincular a agricultura, a produção de alimentos a as árvores. Não podemos seguir com políticas agrícolas com o Ministério da Agricultura separado do Ministério do Meio Ambiente. Temos que harmonizar essas políticas, e que as árvores sejam parte da agricultura”, acrescentou Chincilla.
Os efeitos da mudança climática são as principais ameaças que sofre a região, formada por sete países com uma população de 43 milhões de habitantes, quase a metade deles pobres. A superfície da região tem apenas 27,5% de áreas protegidas. No entanto, possui uma grande biodiversidade, segundo Rigoberto Cuéllar, titular da Secretaria de Recursos Naturais e Meio Ambiente de Honduras.
Cuéllar apoia a implantação do sistema agroflorestal em seu país. “A mudança climática é um dos aspectos que limitam o desenvolvimento sustentável da região. Estamos apoiando fortemente o agrorreflorestamento e o impulso às atividades produtivas. É preciso definir políticas claras para cruzar ações coordenadas nos países”, destacou.
O PIB centro-americano cresce 5% ao ano, mas estima-se que a região perdeu 1,7 pontos do PIB nas duas últimas décadas, devido aos desastres climáticos. Segundo Chincilla, a prática agroflorestal avançou na última década na região. Os países centro-americanos podem se converter em vanguarda por uma série de projetos promovidos pelo agrorreflorestamento e pela segurança alimentar.
O Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola e o Fundo Japonês, por intermédio do Banco Mundial, estão destinando recursos para reforçar sistemas agroflorestais em cultivos de cacau, café, silvopastoris e de reflorestamento. Nos próximos quatro anos serão investidos US$ 10 milhões em agrorreflorestamento comunitário mediante projetos de sócios da Acicafoc. Os beneficiários são membros de comunidades indígenas e camponesas.
O desafio é aliar o conhecimento tradicional com o científico, apontou Chinchilla, acrescentando que a Acicafoc está organizando, junto ao Centro Agronômico Tropical de Pesquisa e Ensino (Catie), um programa de capacitação para reforçar os conhecimentos tradicional e o acadêmico em matéria de sistemas agroflorestais tropicais.
A guatemalteca Associação de Desenvolvimento Produtivo e de Serviços Tikonel é um exemplo de trabalho local com produtos agroflorestais. Seu diretor-executivo, Francisco Xanté Lobos, explicou que a Tikonel atua com 16 comunidades rurais, a maioria maias k’iche’, que cultivam espécies de pinheiro e cipreste, em plantações que conseguiram certificados de selo verde. Também produzem café, macadâmia e cacau, combinados com espécies de madeiras.
“Após 20 anos, vimos que fizemos muitas coisas no desenvolvimento sustentável. Queremos pedir aos governos que apostem mais no desenvolvimento integral para que contribuam para uma melhor qualidade de vida”, afirmou Xanté Lobos ao Terramérica. A Costa Rica é um exemplo de esforço nacional de reflorestamento e pagamento por serviços ambientais. Segundo o ministro do Meio Ambiente, René Castro, a cobertura florestal desse país chegou a ser de apenas 21% do território nacional em 1987, mas em 2010 cerca de 52% estavam recuperados.
“Este ano alcançaremos 4,8 milhões de árvores, uma por habitante. Isto faz parte de um esforço nacional, por meio de um imposto sobre combustíveis”, seguindo a ideia de que “quem contamina paga”, mediante o instrumento de pagamento por serviços ambientais, explicou Castro em sua apresentação. Um programa adicional na Costa Rica está focado no reflorestamento com árvores nativas e em perigo de extinção. “É dado prêmio de 50% do pagamento ao pecuarista ou agricultor que plantar espécies ameaçadas. É um instrumento simples que demonstra que é possível recuperar”, afirmou.

Fonte: http://envolverde.com.br

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Extrativismo sustentável ainda é pouco explorado no Cerrado

O extrativismo no Cerrado ainda é pouco explorado, mas pode ser mais uma opção sustentável para o bioma. O exemplo vem de um casal de Brasília, que investe nos sabores de espécies nativas para fabricar sorvetes e picolés. O proprietário da sorveteria, Bartolomeu Rodrigues, explica que eles se associaram a cooperativas de catadores, que são capacitados para colher os frutos preservando o ecossistema.
“Eu quero que aquela árvore da qual a fruta foi catada esteja no ano seguinte no mesmo local e produzindo da mesma forma. Então não pode simplesmente chegar lá depredando a natureza, tem que catar de forma racional. São colhidos 70% dos frutos, os 30% restantes ficam para os bichos, que mantêm o Cerrado vivo”.
No entanto, Bartolomeu lembra que muitas áreas de extrativismo estão sendo degradadas. Essa perda de biodiversidade é irrecuperável, já que falta tecnologia para fazer o reflorestamento da vegetação nativa do Cerrado.
A esperança começa a surgir com as pesquisas. A engenheira florestal Eneida Silveira coordena um grupo na Universidade de Brasília que conseguiu, pela primeira vez, cultivar mudas de plantas do Cerrado em laboratório, apesar da dificuldade para se propagar essas espécies pelos meios clássicos, como o uso de sementes.
“Nossa pesquisa procura desenvolver protocolos de propagação de espécies de interesse econômico, no caso medicinais ou frutíferas, para a criação de um sistema sustentável para o Cerrado. Outro ponto importante é que muitas plantas do Cerrado são medicinais, mas muito pouco estudadas sob esse aspecto. Consequentemente, se nós tivéssemos uma pesquisa avançada nesse sentido, poderíamos produzir medicamentos a partir de plantas do Cerrado”.
Entre as espécies com as quais a professora Eneida trabalha estão o marmeleiro-do-cerrado, a sucupira-preta, mama-cadela, carobinha, copaíba e canela-de-ema. A pesquisadora lembra que as estações de muita chuva e de forte seca prejudicam o desenvolvimento das plantas. Também faltam estudos que mostrem como seria o crescimento com adubo e irrigação. Além disso, as sementes perdem a viabilidade muito rapidamente.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br

Proposta de inserir biodiversidade amazônica no processo produtivo é defendida pela SUFRAMA em Seminário

O seminário foi realizado durante a Rio +20


 Inserir a biodiversidade e o conhecimento científico no processo produtivo. Foi com esta proposta que a Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) participou do “Painel sobre o desenvolvimento sustentável da Amazônia” nesta sexta-feira (22), último dia de exposições e debates da Conferência Rio+20. O evento foi realizado no auditório do Comitê Nacional de Organização (CNO), no Parque dos Atletas.


Participaram como palestrantes do evento, além do superintendente da SUFRAMA, Thomaz Nogueira, o senador da República, Eduardo Braga (PMDB-AM), o superintendente geral da Fundação Amazônas Sustentável (FAS), Virgílio Viana, e o diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Amazonas (Senai-AM), Aldemurpe Barros. O debate foi mediado pelo jornalista da Rede Globo, Heraldo Pereira.
Cada participante da mesa debatedora apresentou projetos e iniciativas com vistas ao desenvolvimento sustentável da região. O superintendente Thomaz Nogueira destacou os avanços gerados pelo modelo Zona Franca de Manaus (ZFM), que possibilitou, 45 anos atrás, a criação do Polo Industrial de Manaus (PIM), responsável pela preservação de 98% da floresta do Estado do Amazonas. “Ao gerar uma alternativa econômica para a população daquela região, minimizamos o impacto sobre a floresta. Podemos dizer que é um projeto exitoso do ponto de vista econômico, social e ambiental”, afirmou. Nogueira destacou ainda as recentes palestras proferidas pela autarquia em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), demonstrando a importância da convergência de instituições para a sustentabilidade da região.
Para Aldemurpe Barros, “o PIM é essencial para o desenvolvimento do Amazonas, pois garantiu o desenvolvimento que resultou na preservação que vemos hoje”. A mesma opinião é compartilhada por Virgílio Viana, que acrescentou que é preciso também estender à população do interior do Estado melhorias das condições de vida. Segundo ele, “não pode haver pessoas que lutam pela preservação da floresta passando por dificuldades”.
O senador Eduardo Braga lembrou que a geração de oportunidades para moradores de locais longe dos grandes centros urbanos, com o intuito de evitar a migração em massa, possibilita uma melhoria da formação pessoal e profissional desta população que pode contribuir para o desenvolvimento sustentável da região, fomentando inclusive a indústria local. “Devemos fazer combinações inteligentes, com uso da matéria prima local para produção de insumos para as fábricas do Polo Industrial de Manaus. Exemplo disso é a utilização da borracha para a fabricação de pneumáticos para as empresas atuantes no setor de Duas Rodas”, ressaltou.
Promovido pela empresa Coca-Cola, o painel teve como objetivo discutir de que maneira preservar a vegetação nativa da região Amazônica frente aos avanços industriais e a crise econômica internacional, que prejudica a migração do atual modelo industrial mundial para uma produção verde.


Fonte: http://painelflorestal.com.br

Documento final da Cúpula dos Povos ataca a mercantilização da vida


A declaração final da Cúpula dos Povos – sintetizada em um documento de quatro páginas e 20 parágrafos - ataca a mercantilização da vida e faz a defesa dos bens comuns e da justiça social e ambiental. A cúpula reuniu durante oito dias representantes da sociedade civil em atividades paralelas à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20.


O documento divulgado hoje (22) critica as instituições financeiras multilaterais, as coalizações a serviço do sistema financeiro, como o G8 e G20, a captura corporativa das Nações Unidas e a maioria dos governos, “por demonstrarem irresponsabilidade com o futuro da humanidade e do planeta”.
A declaração ressalta que houve retrocessos na área dos direitos humanos em relação ao Fórum Global, que reuniu a sociedade civil também no Aterro do Flamengo, durante a Rio92.
“A Rio+20 repete o falido roteiro de falsas soluções defendidas pelos mesmos atores que provocaram a crise global. À medida que essa crise se aprofunda, mais as corporações avançam contra os direitos dos povos, a democracia e a natureza.”
A economia verde, tão festejada na Rio+20 por líderes mundiais e empresários, foi desqualificada pelos participantes da cúpula. “A dita economia verde é uma das expressões da atual fase financeira do capitalismo que também se utiliza de velhos e novos mecanismos, tais como o aprofundamento do endividamento público-privado, o super-estímulo ao consumo, a apropriação e concentração de novas tecnologias.”
O documento exige o reconhecimento do trabalho das mulheres e afirma o feminismo como instrumento da igualdade e a autonomia das mulheres sobre seus corpos. Também enfatiza o fortalecimento das economias locais como forma de garantir uma vida sustentável.
Ao final são destacados oito eixos de luta e termina com uma exortação à mobilização. “Voltaremos aos nossos territórios, regiões e países animados para construirmos as convergências necessárias para seguirmos em luta, resistindo e avançando contra os sistemas capitalista e suas velhas e renovadas formas de reprodução”.

A íntegra da declaração final pode ser acessada na página da Cúpula dos Povos na internet, no link:http://cupuladospovos.org.br/wp-content/uploads/2012/06/Carta-final_Cupula-dos-Povos.pdf.

Fonte: http://www.institutocarbonobrasil.org.br

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