segunda-feira, 11 de junho de 2012

Saiba como funciona e quais os benefícios do sistema de plantio direto

Brasil tem uma das maiores áreas de uso da técnica no mundo

Tadeu Vilani
O Brasil é referência quando se fala em técnicas conservacionistas na agricultura e na pecuária. Os produtores brasileiros têm uma das maiores áreas de plantio direto  do mundo, com cerca de 25 milhões de hectares. A técnica começou a ser usada por produtores brasileiros na década de 1970. O produtor rural e agrônomo Antônio Carlos Sebastiani participou das pesquisas sobre o sistema na época e implantou o sistema anos depois nas suas terras e na dos vizinhos.


— Nós aqui na região do Estado de São Paulo começamos na década de 1990 a mostrar aos produtores, porque ele não acreditava. São Paulo tem áreas pequenas em relação a outros Estados, como Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. Então, o produtor começou a falar “não vai dar certo aqui em São Paulo”. Hoje até o pequenininho faz plantio direto — afirma o produtor.
Preocupado com a erosão no solo, o produtor  Herbert Bartz  implantou em 1972 o sistema nas lavouras brasileiras. Foi dele a idéia de trocar o arado pela palhada cada vez que era feito um no novo plantio numa mesma área. Segundo o agrônomo Marcel Gaiotto Sebastiani, filho do produtor Antônio Carlos, não se pode mais pensar em agricultura eficiente sem considerar o plantio direto.
— Nos dias de hoje, com a competitividade alta, quanto menos você gastar melhor. O plantio direto proporciona isso. Você tem menos gasto de maquinário, menos gasto de diesel e quebra menos máquinas, porque remexe menos o solo — explica.
Para fazer o plantio direto, basta que o produtor não remova a terra, não use arado, e deixe a palha seca da cultura anterior na terra. Pesquisas feitas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) indicam que o aumento da produtividade com o uso do plantio direto está relacionado à melhoria do solo. No sistema há maior disponibilidade de água, nutrientes, maior equilíbrio da temperatura e mais matéria orgânica na terra.
Quanto aos custos de produção, estudos também compravam vantagens em relação ao sistema convencional. No plantio direto o produtor usa menos adubos, corretivos e combustível.
Para o meio ambiente, as vantagens podem não ser tão visíveis, mas são comprovadas também. No processo de plantio direto, há fixação de 0,5 toneladas de carbono por ano. Quer dizer, esta quantidade de gás fica no solo, não vai pra atmosfera, explica o professor Carlos Cerri, especialista no assunto.
— Isso é uma quantidade muito grande, porque se multiplicarmos pela área total de plantio direto no país, nós vamos ver que é significativa a quantidade que está fixada anualmente. Equivale a emissão de cidades grandes, metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro, anualmente — explica Cerri.
A área com plantio direto no Brasil só fica atrás do espaço destinado na Argentina e nos Estados Unidos, segundo estimativa divulgada pela Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha. Em todo o mundo são quase 117 milhões de hectares de terras mais férteis, solos mais ricos e de produtores mais satisfeitos e mais bem vistos também.


Fonte: http://agricultura.ruralbr.com.br

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