sábado, 31 de março de 2012

Cientistas cobram em declaração atenção à pauta ambiental na Rio+20

Cientistas que participaram da conferência “Planeta sob pressão”, realizada em Londres, assinaram ao final do encontro, nesta quinta-feira (29), declaração que cobra de governos mais atenção à ciência e pede que a sociedade assuma os riscos caso nada seja feito pelo desenvolvimento sustentável do mundo.

Com o título “Declaração do Estado do Planeta: novos conhecimentos em direção a uma solução”, cerca de 3 mil especialistas querem levar à mesa de negociações da Rio+20, conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, soluções para reduzir os impactos do crescimento e a cobrança de participação da ciência na formulação de políticas públicas.

De acordo com a declaração, os atuais mecanismos de governança e acordos internacionais existentes não funcionam com rapidez para atender os desafios globais, como as mudanças climáticas e a perda da biodiversidade.

Os cientistas pedem mais investimentos em pesquisa voltadas à área – financiamentos de governos e da iniciativa privada – e sugerem a criação de Metas de Sustentabilidade para vários temas. Eles querem ainda uma melhor cooperação entre instituições do planeta (cooperação Norte-Sul).

Cúpula da ONU – Sobre a Rio+20, a declaração afirma que é uma oportunidade em um momento crucial para o mundo.

"Os países precisam superar as barreiras do progresso e se deslocarem para um sistema de governança global eficaz, com uma política eficaz nos pilares social, ambiental e econômico”, diz o documento.

De acordo com o professor Carlos Joly, que coordena o programa Biota da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e participou da conferência, a declaração será encaminhada à comissão das Nações Unidas que negocia os temas da Rio+20.

O trâmite será feito pelo Conselho Internacional para a Ciência (ICSU, na sigla em inglês), considerado representante da comunidade científica na ONU.

“O documento será levado para aqueles que trabalham na segunda versao do ‘Rascunho Zero’, bem como será encaminhado à mesa da reunião do Rio de Janeiro”, disse.

Em andamento – As negociações da segunda versão do “Rascunho Zero” da Rio+20 se encerraram nesta semana, em Nova York, nos Estados Unidos. De acordo com o assessor do Ministério do Meio Ambiente para a Rio+20, Fernando Lyrio, o documento final da conferência “avançou”, mas ainda existem entraves quando o dinheiro se torna o principal ponto do debate.

Em entrevista ao Globo Natureza, ele afirma que já existe consenso entre países sobre a necessidade de mais ambição no documento, porém, divergências continuam quando o dinheiro – de onde virá e onde será aplicado – se torna o tema principal.

A Rio+20 será realizada em duas etapas em junho, no Brasil. De 13 a 15, ocorre a última rodada de negociações informais, enquanto que de 20 a 22 acontece o Segmento de Alto Nível, que deve reunir chefes de estado para assinar o acordo final da conferência. (Fonte: Eduardo Carvalho/ Globo Natureza

FONTE: http://noticias.ambientebrasil.com.br/

Ibama regulamenta educação ambiental

O VII Fórum Brasileiro de Educação Ambiental termina neste sábado (31), em Salvador, com balanço positivo: 2,5 mil educadores de todo o Brasil trocaram experiências e levam para as cidades de origem novas possibilidades de atuação. Entre as novidades, está a Instrução Normativa 2/2012, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), publicada na edição de quinta-feira (29) do Diário Oficial da União. Por meio dela, foram regulamentados os já obrigatórios projetos de educação ambiental nos processos de licenciamento de obras no país.

“As medidas mitigadoras e compensatórias dos impactos ambientais causados por empreendimentos imobiliários, envolvendo educação ambiental, serão agora analisadas e fiscalizadas pelo Ibama”, afirma o diretor do Departamento de Educação Ambiental da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério de Meio Ambiente, Nilo Diniz. “Todo e qualquer licenciamento ambiental terá que considerar essa instrução normativa”.

Crime ambiental – Os projetos de educação ambiental serão destinados aos grupos sociais direta ou indiretamente afetados pelo empreendimento objeto do licenciamento do Ibama e aos trabalhadores da obra. O empreendedor que não cumprir as medidas compensatórias terá que responder à Lei de Crimes Ambientais.

“A Câmara Técnica de Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) já está aguardando a proposta do Ibama que transforma essa regulamentação numa possível resolução para orientar os órgãos estaduais e municipais, para ser aprovada ainda este ano”, acrescenta Diniz, que também é presidente dessa Câmara Técnica. Ele destaca que alguns estados já dispõem de orientação para educação ambiental no licenciamento, mas que a medida adotada pelo Ibama traz a novidade de prever ações educativas seja para os trabalhadores que para as comunidades afetadas pelas obras.

Boas práticas - Outra notícia anunciada no VII Fórum foi o lançamento do edital do MMA para boas práticas em educação ambiental na agricultura familiar. O objetivo é divulgar nacionalmente até 30 experiências bem sucedidas e juntá-las em uma publicação. As sete melhores em cada bioma brasileiro serão usadas como exemplo nos cursos oferecidos pelo recém-lançado Programa de Educação Ambiental na Agricultura Familiar

FONTE: http://noticias.ambientebrasil.com.br/

sexta-feira, 30 de março de 2012

Novo relatório do IPCC prevê mais desastres climáticos no futuro


O planeta deve se preparar para enfrentar um aumento do calor, das secas mais fortes e, em algumas regiões, chuvas mais violentas devido ao aquecimento global, segundo novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC).

O documento com 592 páginas foi divulgado nesta quarta-feira (28) com o título “Gestão de riscos de eventos extremos e desastres para avançar na adaptação às mudanças climáticas”.

Segundo Chris Field, um dos responsáveis pelo documento, a mensagem principal dele é que “sabemos todas as decisões adequadas que devem ser tomadas sobre a forma de combater os riscos de catástrofes vinculadas ao clima”.

O informativo explora melhor os vínculos existentes entre o aquecimento global e as emissões de gases causadores do efeito estufa, com acontecimentos meteorológicos como ciclones, ondas de calor, secas e inundações.


Protesto realizado em Cancún, no México, durante a conferência da ONU sobre mudança climática, em 2010, mostra monumentos mundiais afundando devido à mudança climática. (Foto: Eduardo Verdugo / AP Photo)

De acordo com o IPCC, “há sinais que mostram que a mudança climática provocou modificações em certos episódios extremos que ocorrem há 50 anos e os modelos numéricos prevêem uma intensificação nas próximas décadas”.

Vulnerabilidade – No futuro, é possível que a duração e o número de ondas de calor aumentem em muitas regiões do mundo, afirmaram os cientistas. Eles também preveem uma frequência mais elevada de fortes chuvas, principalmente nas regiões mais altas e áreas tropicais (o que inclui o Brasil).

As secas também serão mais prolongadas e intensas em determinadas regiões, sobretudo no sul da Europa e nos países mediterrâneos, além do centro da América do Norte (Estados Unidos).

“Em quase todas as partes existe um risco, tanto nas regiões desenvolvidas como nas regiões em desenvolvimento, nas zonas onde há um problema de excesso de água, assim existe escassez”, destacou Field.

Contudo, “o documento destaca regiões particularmente vulneráveis”, complementou o cientista, citando as grandes cidades de países em desenvolvimento, as zonas costeiras e os países-ilha.

Estragos irreversíveis – O relatório do IPCC destaca, por exemplo, a vulnerabilidade de uma cidade como Mumbai, na Índia, onde danos em determinadas regiões poderiam se converter em “irreversíveis”. “O mundo deverá adaptar-se e reduzir [suas emissões de gases de efeito estufa] se queremos enfrentar a mudança climática”, recordou Rajenda Pachauri, presidente do IPCC.

O documento, que se baseia em mil estudos já publicados, vai contribuir com o próximo grande informe do IPCC, esperado para os próximos dois. O último relatório, que “sacudiu e despertou” o mundo sobre a questão da mudança climática, foi divulgado em 2007. (Fonte: Globo Natureza)

FONTE: http://g1.globo.com/


Nova espécie de vespa gigante é encontrada na Indonésia

Apelidado de 'rei das vespas', o macho tem 3 cm de comprimento.
Características são tão diferentes que cientistas criaram novo gênero

Visão lateral do corpo de um macho (acima) e uma
fêmea da vespa gigante da Indonésia.
(Foto: Divulgação / ZooKeys

Uma nova espécie de vespa gigante foi encontrada em uma ilha da Indonésia.

O corpo do macho tem mais de 3 cm de comprimento e suas mandíbulas também chamam a atenção pelo tamanho.
A descoberta foi publicada na edição de março do jornal científico "ZooKeys".

A espécie recebeu o nome de Megalara garuda e foi apelidada de "rei das vespas".
Novo gênero
Pertencente à família das vespas escavadoras, ela difere dos outros membros do grupo devido ao tamanho corporal incomum e às características da mandíbula do macho.
Por isso, os cientistas resolveram criar um novo gênero só para ela: o Megalara.
O inseto já tinha sido incluído em uma coleção alemã em 1930, mas até então nenhum cientista havia se dedicado a estudá-lo. Agora, dois pesquisadores colaboraram na Indonésia e na Alemanha e descobriram que se tratava de uma nova espécie.
FONTE: http://g1.globo.com/natureza/

quinta-feira, 29 de março de 2012

Pesquisa do Inpa usa semente para purificar água de rio da Amazônia

As águas escuras do Rio Negro, no Amazonas, precisam ser clarificadas e purificadas antes de serem consumidas. Um dos produtos usados neste processo é o sulfato de alumínio, tóxico para a natureza. Para evitar a contaminação e melhorar a saúde de comunidades que dependem da água do rio, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) estudou o uso da semente de uma planta, a moringa, para tornar potável a água do Rio Negro e conseguiu resultados inesperados.

A moringa é uma planta originária da Índia. Para purificar a água, a semente é extraída e masserada, formando um pó, aplicado no líquido. No Brasil, a planta já é usada para tirar o barro e eliminar bactérias de rios da região Nordeste. Como a quantidade de pó de varia de acordo com as características dos rios e também com o período do ano, “a pesquisa do Inpa foi pioneira”, diz a farmacêutica Edilene Sargentini, que participou dos estudos.

“A grande diferença do Rio Negro é que a água é colorida devido à presença de substância húmica, decorrente da decomposição de animais e plantas da floresta, transportados para o rio por meio de lixiviação”, explica Edilene.

Além de conseguir limpar a água e eliminar 99% das bactérias, o estudo do Inpa desenvolveu uma nova metodologia de aplicação da semente de moringa que consegue purificar a água mais rapidamente. Ao aplicar o pó na água, não é preciso esperar cerca de 2 horas, como ocorre em processos já conhecidos. Nos laboratórios do Inpa, a purificação ocorreu em apenas alguns minutos.

Além disso, com o novo método, os pesquisadores conseguiram deixar a água potável por até três dias – contra um dia com o método convencional. “Após usar o pó da semente de moringa, você tem um tempo para usar a água. Depois disso, ela ‘apodrece’. Descobrimos uma nova metodologia para usar esta semente de modo em que a água não ‘apodrece’ tão rápido”, conta Edilene. Os pesquisadores pretendem patentear a nova metodologia.

Agora, a pesquisa está entrando em uma nova fase, fora do Inpa. O objetivo da equipe é desenvolver sachês de moringa, que poderiam ser distribuídos para as comunidades à beira do Rio Negro com um passo a passo do uso. Para Edilene, o sachê facilitaria o uso da moringa, porque já viria com a dose certa. Bastaria colocá-lo na água, sem ser necessário ter a planta no quintal e preparar o pó.

Mas, antes mesmo da criação dos sachês, os resultados da pesquisa podem ser aplicados através do ensino da preparação do pó e aplicação na água. Uma das metas da equipe de pesquisa é criar uma cartilha que explique os procedimentos.

Apesar de não ser nativa do Brasil, a moringa se adaptou bem às condições amazônicas, afirma Edilene. “[No Inpa] nós plantamos 90 sementes de moringa e 87 germinaram. Com um ano a planta já está dando fruto. E, se a poda é feita corretamente, a moringa dá semente até três vezes por ano”. Depois, é só preparar o pó. Uma solução simples para melhorar o Rio Negro e a saúde de populações que vivem em torno dele, conclui Edilene.




Amostras de água do Rio Negro antes e depois da aplicação do pó da semente da moringa (Foto: Divulgação / Edilene Sargentini)

Fóssil de pé de hominídeo pode mudar estudo da evolução humana

O fóssil de um pé encontrado na Etiópia pode mudar concepção dos cientistas sobre as espécies que deram origem aos humanos modernos. Segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (28) pela revista científica “Nature”, estes ossos mostram que diferentes espécies de hominídeos evoluíram paralelamente.

Os pesquisadores não sabem ao certo a que espécie pertencem os dedos e parte do peito do pé analisados. No entanto, eles têm certeza de que não se trata do Australopithecus afarensis, espécie da “Lucy”, famosa ossada de hominídeo encontrada na década de 1970 – e esta é uma descoberta importante.

Até agora, os cientistas pensavam que o Australopithecus era a única espécie de hominídeo que viveu na região entre três milhões e quatro milhões de anos atrás. O fóssil analisado é de um animal que viveu há 3,4 milhões de anos, o que indica que estas duas espécies coexistiram.

Mesmo sendo uma parte pequena do corpo, o pé diz muito sobre a vida destes hominídeos. A estrutura lembra a do Ardipithecus ramidus, que viveu há 4,4 milhões de anos.

O dedo polegar se opõe aos demais – como em uma mão humana –, o que é um sinal de que eles eram adaptados a viver em árvores. O Australopithecus, por outro lado era bípede e tinha os dedos dos pés alinhados, como os humanos modernos.

Além do pé, os pesquisadores encontraram apenas alguns dentes, que não serviram para nenhuma conclusão científica. Estes achados foram feitas em 2009, e os paleontólogos seguem procurando por mais vestígios que possam esclarecer que espécie é esta.

FONTE: http://noticias.ambientebrasil.com.br/

quarta-feira, 28 de março de 2012

Líderes decidem deixar votação do Código Florestal na Câmara para abril

Conforme dirigente do PT, base governista concorda com proposta do presidente da República em exercício, Marco Maia, se houver discussão de pontos polêmicos

José CruzOs líderes partidários chegaram a um consenso e decidiram deixar a votação do Código Florestal para o mês de abril. O acordo foi costurado pelo presidente da Câmara, Marco Maia, que está exercendo interinamente a Presidência da República. Já a Lei Geral da Copa será apreciada nesta quarta, dia 28. A presidente da Casa em exercício, Rose de Freitas (PMDB-ES), comemora a desvinculação entre as duas votações.
– A Lei Geral da Copa não tem nada a ver com o Código Florestal e fiquei feliz de ver que o caminho democrático do diálogo é sempre melhor – diz.
Líderes de oposição afirmam que o acordo mostra que o cabe ao Parlamento definir a sua própria agenda.
– Na semana passada, o governo quis impor uma agenda a esta Casa e demos uma resposta firme. Agora, todos os impasses estão superados, os ânimos serenados e a Câmara reafirma a sua capacidade de construir a sua própria agenda – aponta o líder do DEM, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA).
Em sua página no microblog Twitter, o deputado afirma que a definição “fortalece a Câmara”.
– Não aceitamos votação forçada pelo Planalto, sem respeito aos parlamentares e ao país. A crise viajou com a Dilma – postou.
O projeto da nova lei ambiental, no entanto, ainda é motivo de impasse. Conforme o deputado Jilmar Tatto (PT-SP), a base governista concorda em votar o texto do Código no próximo mês, desde que ocorra discussão de pontos polêmicos.
– Queremos discutir o mérito, o conteúdo. O novo Código precisa vir para avançar no desenvolvimento da agricultura sustentável e na recuperação de áreas degradadas – ressalta o líder partidário.
A matéria, segundo ele, ainda está sendo discutida entre ministros e parlamentares. A orientação do PT é votar a versão do texto aprovada no Senado, mas alguns deputados querem restabelecer pontos elaborados na Câmara. Uma das divergências diz respeito ao tamanho das áreas de recomposição nas margens de grandes rios, que o relator da proposta, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), quer tornar responsabilidade dos Estados.

Fonte: http://agricultura.ruralbr.com.br

Expansão urbana ocupará área igual a de três países até 2030, diz estudo

Estudo divulgado nesta terça-feira (27), em Londres, diz que o planeta será obrigado a urbanizar uma nova área equivalente aos territórios da França, Alemanha e Espanha até 2030.
O motivo é o crescimento descontrolado da população mundial, aliado a um processo migratório desordenado de pessoas para as zonas urbanas.
É como se nos próximos 18 anos, o mundo necessitasse desenvolver infraestrutura de transportes, energia elétrica, habitação, saneamento básico e outros serviços em uma porção de terra do tamanho do estado brasileiro do Amazonas.
Os dados reunidos por cientistas de diversas universidades foram apresentados na conferência “Planet under pressure” (planeta sob pressão, na tradução do inglês) que acontece na Inglaterra.
O grupo, juntamente com outros cientistas, pretende apresentar soluções para que sejam incluídas no documento final da Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável) que acontece em junho no Brasil.
De acordo com Michail Fragkias, da Universidade do Estado do Arizona, dos Estados Unidos, somente com uma mudança nos padrões de desenvolvimento nos países – agindo na parte ambiental, social e econômica – é que se conseguirá eficiência e qualidade de vida nos grandes centros urbanos para uma população crescente.
1 milhão de novos moradores por semana – Os cientistas utilizaram dados divulgados recentemente pela Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o crescimento demográfico do planeta. De acordo com o relatório da instituição, a população humana deve crescer dos atuais 7 bilhões para 9 bilhões em 2050 – uma média de 1 milhão de nascimentos são esperados a cada semana no mundo pelos próximos 38 anos.
Já o processo de migração contínuo dos habitantes das zonas rurais para a vida urbana causará um “boom demográfico” nas cidades, que receberão 6,3 bilhões de humanos daqui a 38 anos. Este aumento já é notado atualmente. O estudo afirma que há um século, existiam menos de 20 cidades com mais de 1 milhão de habitantes. Hoje, existem 450, entre elas São Paulo.
Cidades poluem mais – O crescimento urbano aumenta a pressão sobre o meio ambiente. Mais de 70% das emissões de CO2 atuais estão relacionadas ao abastecimento urbano, segundo o Projeto Global de Carbono, com sede no Japão.
De 1990 para 2010, elas passaram de 15 para 25 bilhões de toneladas cúbicas de CO2. A expectativa para 2030 é de 36 bilhões, caso não seja tomada nenhuma medida para reverter a tendência de crescimento.
Entre as medidas de contenção das emissões urbanas, os pesquisadores destacam sistemas para reduzir congestionamentos e sensores de monitoramente de uso energético.
“O crescimento das cidades desde a Segunda Guerra Mundial não é sustentável tanto do ponto de vista ambiental como do social. O custo ambiental do crescimento das cidades em curso é muito alto para cuntinuar desta maneira”, afirmou Karen Seto, da Universidade de Yale, que também participou da conferência.
Outras soluções para diminuir o impacto ambiental do aumento da urbanização seriam aprimorar o zoneamento urbano, reverter a tendência de contruir casas cada vez maiores, acabar com subsídios para carros e aumentar desperas com transporte público e estimular estilos de vida mais sustentáveis. Os pesquisadores também realçaram a importância de compater desigualdades sociais.

Fonte: http://noticias.ambientebrasil.com.br

Não será possível limitar aquecimento a 2ºC, diz ex-chefe climático da ONU

O ex-chefe climático da ONU Yvo de Boer disse nesta terça-feira (27) que o compromisso de restringir o aquecimento do planeta a 2ºC, que ele ajudou a costurar na Cúpula de Copenhague em 2009, é hoje inatingível.
“Penso que [a meta de] dois graus está fora de alcance”, disse Yvo de Boer, ex-secretário-executivo da Convenção-quadro sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês), durante a conferência “Planet under pressure” (planeta sob pressão, na tradução do inglês), que acontece na Inglaterra.
A meta de limitar a elevação das temperaturas globais em dois graus Celsius foi estabelecida por um grupo central de países nas horas finais da turbulenta Conferência de Copenhague, em dezembro de 2009, e foi formalizada na cúpula de Cancún, um ano depois. As 195 partes da Convenção-quadro se comprometeram com a meta.
Mas um número cada vez maior de cientistas alerta que o objetivo está se esvaindo sem a realização de cortes radicais nas emissões de gases causadores do efeito estufa, responsáveis pelas mudanças climáticas. Alguns consideram que a meta é uma ilusão política perigosa, uma vez que a Terra se encaminha para uma elevação da temperatura de 3ºC ou mais.
Meta perdida – “A meta de dois graus está perdida, mas não significa que devamos esquecê-la”, disse de Boer. “É uma meta muito significativa, não se trata de um simples alvo que foi tirado do nada, tem a ver com tentar limitar a quantidade de impactos”, acrescentou.
“Não se deve esquecer disso, no sentido de que está se ignorando o fato de que se passou pela dificuldade de formular uma meta que não é alcançada por falta de ação política”, continuou.
“Consequentemente, o processo deveria se tratar de como conseguir aproximar o máximo possível dos 2ºC e não dizer ‘comecem tudo de novo e formulem uma nova meta’, esquecendo que passamos por isto muito recentemente”, alertou.
Copenhague representou um limite nas discussões globais sobre o clima. Suas frustrações, juntamente com as crises financeira e fiscal que atingiram em cheio os países ocidentais, fizeram muitos governos marcar passo e até restringir seus planos de ação contra as emissões de carbono.
Novo acordo – Enquanto isso, o alto preço do petróleo e do gás levaram os grandes emergentes a queimar cada vez mais carvão, a mais suja das fontes de energia fósseis, aumentando as concentrações atmosféricas de dióxido de carbono (CO2).
No ano passado, durante a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 17) em Durban, na África do Sul, os países concordaram em estabelecer um novo acordo climático em 2015 com entrada em vigor em 2020, colocando tanto os países ricos quanto os pobres pela primeira vez sob restrições legais comuns.
De Boer disse esperar que o quinto relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) sirva de incentivo para uma retomada do ‘deadline’ de 2015.
“Felizmente, teremos outro grande relatório do IPCC em 2014 e então, quando os governos se reunirem em 2015 para negociar algo significativo, a ciência disponibilizará as informações para este processo político”, afirmou.

Fonte: http://noticias.ambientebrasil.com.br

terça-feira, 27 de março de 2012

Governo vai monitorar 52 cidades que mais desmataram o Cerrado

Baixa Grande do Ribeiro, no Piauí, e outras 51 cidades de cinco estados diferentes entraram na lista dos municípios que mais desmatam o Cerrado e, por causa disso, serão alvo de vigilância e medidas de recuperação de áreas degradadas.

A informação foi divulgada nesta segunda-feira (26) pelo Ministério do Meio Ambiente, que publicou portaria identificando as cidades prioritárias no monitoramento e controle do desmatamento ilegal no bioma. O Maranhão é o estado com o maior número de municípios na lista: 20, seguido pela Bahia e por Tocantins.

Segundo o governo, o ritmo de corte da vegetação nativa tem sido mais acelerado do que na Amazônia. O desmatamento alcançou 48,5% do bioma, acompanhando o avanço da fronteira agrícola na região.

De acordo com o diretor de combate ao desmatamento do MMA, Mauro Pires, as motosserras na região agem em nome da produção de carvão, da pecuária e da chamada lavoura branca, que inclui o plantio de soja, algodão e arroz.                                        


Em setembro passado, o MMA divulgou que o Cerrado brasileiro teve uma área desmatada de 6.469 km² entre 2009 e 2010. O número equivale a uma redução de 15,3% em relação à medição anterior (2008-2009), quando o bioma perdeu 7.637 km² de área.
A lista com as 52 cidades desmatadores concentram 44% da devastação registrada no bioma, embora representem pouco mais do que 3% do número total de cidades do Cerrado, onde o corte de vegetação passou a ser monitorado por satélites desde 2008.

Diferentemente do que ocorreu com a lista de municípios prioritários da Amazônia para o combate ao desmatamento, os municípios do Cerrado não terão suspensas novas autorizações de corte da vegetação nativa nem corte do crédito.

Embora já tenha alcançado quase metade do bioma, o desmate na região está longe de atingir o limite legal, definido pelo Código Florestal: de 65%, na Amazônia Legal, e de 20% no restante da área do bioma. Trata-se de um desafio a mais, na Amazônia é mais simples", reconheceu Mauro Pires, insistindo em que o objetivo do governo é manter áreas de vegetação nativa e recuperar áreas degradadas.

Análise

Os critérios para a entrada da lista de municípios prioritários do Cerrado foram dois: o desmatamento de mais de 25 km² entre 2009 e 2010 e o registro mais de 20% de vegetação nativa remanescente. Atualmente a lista de municípios prioritários da Amazônia reúne 48 cidades e, para sair dela, os municípios têm de reunir mais de 80% das propriedades com registro no Cadastro Ambiental Rural, além de reduzir o desmatamento a menos de 40 quilômetros quadrados no ano.

A cidade piauiense de Baixa Grande do Ribeiro foi a que mais desmatou o Cerrado, de acordo com os dados oficiais mais recentes. Em um ano, perdeu 394 km² de vegetação nativa ou 5% da área do município. É seguido no ranking por Urucuí, no mesmo estado, Formosa do Rio Preto e São Desidério, na Bahia, e Mateiros, em Tocantins.

 (Foto: Vianey Bentes/Rede Globo)

Aquecimento global está perto de se tornar irreversível, dizem cientistas

O mundo está perto de atingir um estado crítico que vai torná-lo irreversivelmente mais quente, tornando esta década crítica nos esforços para conter o aquecimento global, alertaram cientistas nesta segunda-feira (26).

Reunidos em Londres, na Inglaterra, para a conferência “Planeta sob pressão”, que se encerra na próxima quinta-feira (29), pesquisadores afirmaram que mesmo com diferentes estimativas, as temperaturas do mundo parecem caminhar no sentido de um aumento de 6ºC até 2100, caso a emissão de gases do efeito estufa aumente sem controle.

Com o crescimento das emissões, especialistas dizem que o mundo está perto de atingir limites que vão tornar os efeitos do aquecimento global irreversíveis, como o derretimento da cobertura de gelo polar e perda de floresta.

“Esta é a década crítica. Se nós não invertermos a curva nesta década nós vamos ultrapassar estes limites”, disse Will Steffen, diretor executivo do instituto de mudança climática da Universidade Nacional da Austrália.

Apesar deste senso de urgência, um novo tratado global sobre mudança climática que obrigue os maiores poluidores mundiais, como os Estados Unidos e a China, a cortar emissões só será acordado em 2015 – para entrar em vigor em 2020.

Momento limite – Para a cobertura de gelo – enormes refrigeradores que retardam o aquecimento do planeta – o ponto limite já foi ultrapassado, afirmou Steffen. A cobertura de gelo do oeste da Antártica já encolheu ao longo da última década e a cobertura da Groenlândia perdeu em torno de 200 km³ por ano, desde 1990.

A maioria das estimativas climáticas concorda que a floresta amazônica vai se tornar mais seca conforme o planeta esquente. Mortes de grandes porções de floresta provocadas pela seca têm aumentado temores de que estamos prestes a viver um ponto limite, quando a vegetação vai parar de absorver emissões e começar a liberar gases na atmosfera.

Nos piores cenários, entre 30 a 63 bilhões de toneladas de carbono podem ser liberadas por ano a partir de 2040, aumentando para até 380 bilhões até 2100. Como comparação, a quantidade de CO2 liberada por combustíveis fósseis anualmente é de 10 bilhões de toneladas.

O aumento do CO2 na atmosfera também tornou os oceanos mais ácidos conforme eles absorvem os gases. Nos últimos 200 anos, a acidificação dos oceanos ocorreu em uma velocidade não vista em 60 milhões de anos, disse Carol Turley do Laboratório Marinho de Plymouth. (Fonte: G1)

MMA lança manual de resíduos sólidos

O Ministério do Meio Ambiente lança (MMA), nesta terça-feira (27), em parceria com o Conselho Internacional de Iniciativas Locais Ambientais (ICLEI Brasil) e Embaixada Britânica, a publicação Planos de Gestão de Resíduos Sólidos: Manual de Orientação. O lançamento acontecerá na abertura oficial do I Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável: pequenos negócios, qualidade urbana e erradicação da miséria, evento organizado pela Frente Nacional dos Prefeitos.

Além da publicação, será oferecido curso de ensino a distância. Baseado no manual, de forma simples e didática, tem como finalidade colaborar com cidades e estados no processo de elaboração dos planos de gestão de resíduos sólidos e, portanto, na implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em 2010. O evento acontecerá às 19h, no Centro de Convenções Brasil 21 e contará com a presença da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, do embaixador britânico no Brasil, Alan Charlton, e da a secretária Executiva Regional do ICLEI para a América do Sul, Florence Laloë.

A publicação sugere passos metodológicos que garantem participação e controle social e que busquem o cumprimento das metas estabelecidas no Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Ela faz parte da coleção Apoiando a Implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos: do Nacional ao Local. O curso de ensino a distância, que terá as inscrições para a primeira turma abertas durante o evento, abordará o conteúdo do manual.

Fortalecimento – Essas ferramentas fazem parte do programa de capacitação do Projeto GeRes – Gestão de Resíduos Sólidos, iniciativa do MMA que vem contribuindo com estados e municípios, na implementação da PNRS, promovendo o fortalecimento institucional através da capacitação técnica dos tomadores de decisão e gestores públicos envolvidos na elaboração dos planos. O GeRes soma-se ao movimento nacional de transformação do cenário e padrões de produção, tratamento e destinação dos resíduos sólidos no Brasil, a fim de encontrar soluções sustentáveis e permanentes, otimizando a gestão e contribuindo para uma economia verde, de baixo carbono e inclusiva.

Os prazos estão definidos por lei. Após agosto de 2012, estados e municípios que não tiverem seus planos não poderão mais acessar os recursos da União. Após agosto de 2014, os lixões deverão estar encerrados e os aterros sanitários só poderão receber os rejeitos (resíduos sem capacidade de aproveitamento). As coletas seletivas dos diversos resíduos são agora obrigatórias e devem ser responsabilidade compartilhada entre o poder público e o setor privado envolvido em todo o ciclo de vida dos materiais.

Após esse lançamento, o projeto iniciará algumas fases de treinamento aos gestores públicos. A meta é ter, até julho de 2012, dois Estados e dois consórcios municipais com seus planos de resíduos sólidos desenvolvidos, de acordo com a Política Nacional de Resíduos sólidos; capacitar, pelo menos, 2 mil servidores públicos de todo o Brasil, disseminando conhecimento sobre a gestão de resíduos sólidos e tecnologias disponíveis por meio de publicações, cursos à distância e encontros presenciais, entre outros. Ao término do evento, o manual de orientação estará disponível no site do Ministério do Meio Ambiente: www.mma.gov.br. (Fonte: MMA)

segunda-feira, 26 de março de 2012

Considerado “ouro verde”, mogno africano é tema de seminário em Minas Gerais

Móveis, construção civil, instrumentos musicais, construção naval, dentre outros usos. Alto rendimento – mais de R$ 2,3 mil por metro cúbico de madeira, e uma média de 300 a 500 metros cúbicos por hectare. Crescimento mais rápido, resistência maior às pragas. Todas essas características fazem do mogno africano (Khaya ivorensis) uma cultura que desperta o interesse de produtores rurais brasileiros.

O “ouro verde” será tema, nos próximos dias 30 e 31 de março, do1º Seminário Brasileiro Mogno Africano, em Pirapora (MG). A expectativa é de reunir cerca de mil pessoas para troca de experiências e informações sobre o mercado interno e externo de madeiras nobres.

Estima-se que hoje exista, no Brasil, uma área de floresta plantada entre 10 a 12 mil hectares, sendo metade na região norte do país. “Queremos divulgar e informar a outros empresários rurais que tenham áreas disponíveis para plantio, pois o mogno africano já é um grande negócio na atualidade e a tendência é de aumento do interesse e da demanda do mercado. A aposta é que o mogno africano despontará como a madeira nobre cultivada mais divulgada, usada e lucrativa do país, em um futuro próximo”, explica Ricardo Tavares, sócio-proprietário da Atlântica Agropecuária. Em três fazendas, Tavares já concentra 550 hectares e pretende chegar a mil hectares até o final de 2012.

De acordo com o diretor do viveiro goiano Mudas Nobres, o engenheiro agronômo Canrobert Tormin Borges, uma das vantagens é a possibilidade de consorciar a floresta e as outras atividades rurais que sejam do interesse do produtor, a exemplo da pecuária. “Nos primeiros anos é perfeitamente possível o consórcio com outras culturas agrícolas, como milho, soja, arroz, mandioca; frutíferas, como maracujá, café, açaí. A partir do terceiro ano é possível colocar gado na área”, explica.

FONTE: http://revistagloborural.globo.com/

Projeto de catalogação de espécies na Internet reúne 900 mil páginas

A equipe responsável pela Enciclopédia da Vida (EOL), um projeto de catalogação de espécies com 940 mil páginas disponíveis na Internet, será premiada em 28 de março pela Sociedade Geográfica Espanhola em Madri.

O diretor da EOL, Erik Mata, afirmou que a premiação deste “ambicioso projeto” ajudará os cientistas de todo o mundo a participar e motivar suas respectivas instituições para colaborarem com o projeto.

“Vai ser muito importante para nos posicionar na Europa e, sobretudo, na Espanha. A premiação trará mais visibilidade ao projeto e poderá fazer com que o público em geral e os cientistas, um público muito importante, se interesse mais pela enciclopédia”, assinalou Mata.

Pesquisa – Coordenado pela secretaria do Instituto Smithsonian em Washington, a pesquisa, que contou com mais de 200 centros de pesquisa e cientistas de todo o mundo, espera apresentar mais 1,9 milhões de itens catalogados em seu site, um para cada espécie conhecida pela ciência.

Por enquanto, a pesquisa conta com mais de 700 mil páginas e mais de um milhão de imagens e vídeos em diferentes idiomas, todas validadas por cientistas.

A Sociedade Geográfica Espanhola assinala na concessão do prêmio que esta enciclopédia “é um exemplo de colaboração da comunidade científica internacional” apresentada em vários idiomas, como inglês, espanhol e árabe.

Além do prêmio, a EOL também deverá contar com a colaboração do Real Jardim Botânico de Madri e da Universidade de Granada, que devem fornecer algumas de suas bases de dados digitalizadas.

Desta maneira, a enciclopédia aumenta sua dimensão de conteúdo todos os dias e também caminha para novas direções, como a ideia de se tornar um aplicativo gratuito. Este projeto seria elaborado em parceria com a iNaturalist para facilitar o acesso dessa experiência de “ciência cidadã”.

A enciclopédia, que conta com mais de 900 mil páginas, tem o respaldo da chamada Biblioteca da Biodiversidade, que conta com 35 milhões de documentos digitalizados, entre eles os 330 volumes da biblioteca de Charles Darwin.

Volume de embalagens de agrotóxicos destinadas à reciclagem cresce 7% no primeiro bimestre

Quase 5,7 mil toneladas de embalagens de agrotóxicos foram recolhidas e destinadas à reciclagem ou queima, em janeiro e fevereiro deste ano. O volume já é 7% maior do que o registrado no mesmo período de 2011. O tratamento desse resíduo pode resultar em 17 produtos, desde uma nova embalagem para agrotóxicos até conduítes (tubos para passagem de fiação) ou sacos de lixo hospitalar.

Nos dois primeiros meses do ano, Mato Grosso (que passou de 1,2 mil embalagens coletadas para 1,3 mil) e São Paulo (575 para 874 embalagens) foram os estados que mais contribuíram em volume de coleta no bimestre. O Paraná ficou em terceiro lugar (de 531 para 636 embalagens).

No caso de São Paulo, o aumento foi de 52%. Em Santa Catarina, a quantidade de embalagens é ainda pequena. Este ano, a cadeia produtiva catarinense entregou ao sistema de tratamento 44 embalagens. Mas na comparação com o ano passado, o crescimento foi de 100%.

Para o engenheiro agrônomo João Cesar Rando, presidente do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), responsável pela coleta e destinação desse tipo de resíduo, o crescimento tem duas justificativas.

De um lado, o procedimento – que ganhou recentemente os holofotes com a criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos – já vigora, no caso de embalagens de agrotóxicos, há pelo menos dez anos. Rando avalia que o prazo é suficiente para que a cadeia produtiva (agricultores, comerciantes e fabricantes) conheça a norma e as penalidades, como multas que podem chegar a R$ 1 milhão, em casos extremos de descumprimento da lei.

Por outro lado, o agrônomo aponta a variabilidade da produção agrícola de cada região. “O fato de ter aumentado 52% em São Paulo nestes dois primeiros meses não quer dizer que esse número vai persistir. Mas é muito provável que, em relação ao ano passado, o volume cresça porque os negócios na agricultura estão crescendo e isso indica que o uso do defensivo agrícola deve crescer também, e, com isso, o volume de embalagens que vamos retirar”, explicou.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Met Office atualiza dados e confirma 2010 como o ano mais quente já registrado

Atualizações nos dados do serviço britânico de meteorologia (Met Office) e da Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia revelaram que 2010 foi o ano mais quente desde que os registros começaram, no início do século XIX.
De acordo com a nova análise, 1998, que era considerado anteriormente o ano mais quente, passou a ser o terceiro, atrás de 2010 e 2005. Com as novas informações, o registro do Met Office passa a ficar mais semelhante aos da NASA e da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA.
Uma das razões para a mudança das leituras foi a inclusão de registros de temperatura do Ártico na base de dados HadCRUT. A região é uma das que está aquecendo mais rapidamente no planeta, mas suas observações não haviam sido incluídas nos estudos anteriores.
“A HadCRUT é sustentada por observações e já deixamos claro anteriormente que ela pode não estar capturando totalmente as mudanças no Ártico porque temos pouquíssimos dados da área”, comentou Phil Jones, diretor da Unidade de Pesquisa Climática.
“Na última versão incluímos observações de mais de 400 estações no Ártico, Rússia e Canadá. Isso levou a uma representação melhor do que está acontecendo nessa grande região geográfica”, continuou Jones.
Além dos dados mais determinantes sobre as temperaturas dos últimos anos, o novo estudo do Met Office também atualizou informações sobre medições mais antigas, como as da década de 1940, que apresentavam muitas imprecisões e mudanças bruscas.
“Um exemplo disso são as rápidas mudanças em formas de medição que vemos nos arquivos digitais da Segunda Guerra Mundial. Algumas observações da temperatura da superfície do mar foram tiradas de baldes transportados a bordo de navios e outras foram feitas nas casas de máquinas”, observou Peter Scott, diretor de Monitoramento e Atribuição Climática do Met Office.
“A pesquisa mostrou que as leituras dos baldes eram geralmente mais frias, então quando a base de dados muda de uma fonte para outra você vê saltos artificiais nos dados brutos. Quantificamos esses efeitos e os corrigimos para fornecer uma visão mais clara da evolução das temperaturas globais”, acrescentou Scott.
O Met Office enfatizou, no entanto, que embora as novas leituras mostrem variações em relação às informações anteriores, a tendência de observar um aumento nas temperaturas globais ainda continua.
“As atualizações resultaram em algumas mudanças individuais nos anos no registro de temperaturas médias globais, mas não mudaram o sinal geral de aquecimento de cerca de 0,75°C desde 1900”, concluiu Colin Morice, climatologista do Met Office.


Fonte: http://www.institutocarbonobrasil.org.br

Especialistas em recursos hídricos pedem proteção a pequenos rios no novo Código Florestal

Mauro Vieira
Deputados e especialistas em recursos hídricos defenderam nesta quinta, dia 22, Dia Mundial da Água, maior proteção a pequenos rios no novo Código Florestal. O fortalecimento da gestão integrada da água no Brasil foi tema de audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados.
Na opinião do presidente do colegiado, deputado Sarney Filho (PV-MA), o texto em discussão na Câmara pode ameaçar as bacias hidrográficas.
— A proposta atual vai atingir os pequenos córregos, nas propriedades de até quatro módulos fiscais. Não existe rio grande se não existir rio pequeno — disse.
O presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, ressaltou que o debate não deve estar centrado em uma disputa entre ruralistas e ambientalistas, mas, sim, envolver toda a sociedade.
— As pessoas da cidade acham que o código não tem nada a ver com eles, porém a legislação é fundamental para a qualidade de vida urbana. Os grandes rios são fruto da contribuição dos pequenos.

Lei da Copa
Os participantes da audiência também criticaram a votação conjunta da Lei Geral da Copa com o novo Código Florestal. Na quarta, dia 21, parlamentares da base aliada e da oposição favoráveis à votação do código obstruíram a análise da Lei da Copa para cobrar uma data de apreciação do PL 1876/99.
— O debate tem de ser mais profundo. Não dá para fazer uma meia-sola, abrir a discussão só para atender às necessidades ruralistas — afirmou o deputado Márcio Macêdo (PT-SE), representante da comissão no 6º Fórum Mundial de Águas, realizado neste mês na França. No evento, a delegação brasileira firmou o compromisso de desenvolver políticas públicas de gestão integrada da água.

Rio+20
A coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, sugeriu a votação do Código após a Conferência Rio+20, sobre desenvolvimento sustentável, que acontecerá de 13 a 22 de junho.
O presidente da ANA cobrou também um texto mais “ousado” da Rio+20 sobre a gestão dos recursos hídricos.
— Precisamos pressionar para que o documento da conferência atenda às demandas gerais e não seja apenas uma reedição de edições passadas — afirmou.
Andreu sugeriu a inclusão de temas como mudanças climáticas e pagamento por serviços ambientais no texto a ser aprovado ao final do encontro.


Fonte: http://agricultura.ruralbr.com.br

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