segunda-feira, 12 de março de 2012

Eletrificação rural deve crescer com ajuda do MDL

A geração de energia no campo por fontes de energia limpa em países em desenvolvimento deve ganhar um impulso nos próximos anos graças aos incentivos financeiros de uma nova metodologia do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

Levar eletricidade para a zona rural é um grande desafio para a maioria dos países em desenvolvimento, seja por causa do difícil acesso ou pela distância da rede nacional. No Brasil, com suas dimensões continentais, não é diferente.
De acordo com dados da Eletrobras, no final de 2006, aproximadamente cinco milhões de residências na área rural ainda estavam sem acesso aos serviços de energia elétrica, principalmente no Norte e no Nordeste.
Para suprir essa carência, a geração descentralizada de eletricidade através das fontes renováveis, como solar, eólica e biocombustíveis, é apontada como uma das melhores opções.
O Ministério de Minas e Energia estima que somente na Amazônia serão necessários cerca de 120.000 sistemas fotovoltaicos domiciliares e em torno de 3.000 minirredes com geração de energia através de fontes renováveis, para atender um total de 330.000 residências.
Concretizar iniciativas como essa de levar painéis fotovoltaicos para as comunidades deve ficar mais fácil daqui para frente, graças ao aprimoramento de uma metodologia do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).
“Incentivar esse tipo de projeto é o grande objetivo do MDL. É usar as forças de mercado para solucionar dois dos maiores desafios mundiais, as mudanças climáticas e o desenvolvimento”, afirmou Maosheng Duan, presidente do Comitê Executivo do MDL.
Projetos registrados no MDL podem receber créditos de carbono quando reduzem as emissões e contribuem para o desenvolvimento sustentável. Para conseguir os créditos, cada iniciativa deve ser aprovada de acordo com uma metodologia, que garante a qualidade e confiabilidade do projeto.
A nova metodologia em questão, “Eletrificação em comunidades rurais utilizando energias renováveis”, foi aprovada na 66° reunião do Comitê Executivo.  
Ela favorece projetos que instalem geração renovável, como painéis solares, em comunidades, desde que pelo menos 75% dos consumidores sejam residências. É um avanço com relação à metodologia anterior, pois, pela primeira vez,  utiliza o conceito de “demanda suprimida”.
A ideia da “demanda suprimida” é permitir que o desenvolvedor do projeto possa assumir o nível futuro de emissões da comunidade caso continuassem a ser utilizados geradores a diesel, por exemplo. Assim, este conceito permite uma maior aquisição de créditos para financiar a iniciativa.
A nova metodologia inclui também um modelo mais direto de monitoramento das exigências e das emissões evitadas.
“Quase 25% da população mundial não possui acesso à eletricidade. Esta metodologia, que permite às pessoas o acesso a energias limpas e baratas, deverá ajudar a acabar com esse obstáculo para o desenvolvimento”, concluiu Duan.

Fonte: http://www.institutocarbonobrasil.org.br

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