quinta-feira, 9 de maio de 2013

Planalto rejeita negociação enquanto canteiro de Belo Monte estiver ocupado por indígenas

Desde a última quinta-feira (02), cerca de 150 indígenas de oito povos atingidos pela construção de hidrelétricas nos rios Xingu, Tapajós e Teles Pires ocupam o principal canteiro da barragem de Belo Monte.




Eles reivindicam a regulamentação da consulta prévia e a suspensão imediata de todas as obras e estudos relacionados às barragens nos rios. Além disso, os indígenas demandam uma negociação direta com um representante da Secretaria-Geral da Presidência da República , negando uma a proposta do governo que uma comissão definida pelo indígenas se reunisse em Altamira (PA) com um grupo interministerial.



Por sua vez, a Secretaria-Geral da Presidência da República divulgou uma nota nesta segunda-feira (6) questionando a legitimidade das lideranças e mesmo acusando alguns indígenas da etnia Munduruku de ligação com o garimpo ilegal de ouro no Tapajós e afluentes.



"Tal reivindicação causa estranheza. Em sua relação com o governo federal essas pretensas lideranças Munduruku têm feito propostas contraditórias e se conduzido sem a honestidade necessária a qualquer negociação", alega a secretaria.



Segundo a mesma, a suspensão dos estudos é impossível, pois a consulta prévia exige a realização anterior de estudos técnicos qualificados.



"Só após a retirada dos invasores dos canteiros de Belo Monte iniciaremos um diálogo para estabelecer condições mútuas de negociação, com o acompanhamento do Ministério Público, da imprensa e da sociedade", conclui.



Em resposta à nota da Secretaria Geral da Presidência da República sobre a ocupação do canteiro de obras de Belo Monte, indígenas lançaram nesta terça-feira uma carta.



"O governo está ficando mais violento", afirma a carta. Segundo informações do Conselho Indigenista Missionário - CIMI, a área da ocupação foi militarizada, com presença em tempo integral de tropas armadas.



Desde a sexta-feira, a imprensa também está sendo impedida de realizar a cobertura jornalística da ocupação do canteiro de obras. Três jornalistas - o fotógrafo da Reuters, Lunaé Parracho, o jornalista do Conselho Indigenista Missionário, Ruy Sposati e o correspondente da Radio France Internationale (RFI) no Brasil, François Cardona – que têm realizado cobertura diária dos acontecimentos foram expulsos da área de conflito.

  Fonte: http://www.institutocarbonobrasil.org.br/energias1/noticia=733936

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