sexta-feira, 8 de março de 2013

Pesquisadores negam que possa haver um colapso global dos ecossistemas, mas alertam para o esgotamento dos oceanos


As grandes interferências das atividades humanas sobre os ecossistemas estão cada vez mais no centro dos debates e uma delas tem chamado a atenção em especial: o conceito de ‘Tipping point’, quando um sistema muda radicalmente e, potencialmente, de forma irreversível.
Um novo estudo publicado no periódico Trends in Ecology and Evolution defende que esse ponto, sem volta, temido por muitos conservacionistas, ainda está longe de chegar para a Terra como um todo, mas muito perto para determinados ecossistemas.
“Ao avaliar potenciais mecanismos e causas, concluímos que a heterogeneidade espacial de condutores e repostas, e a ausência de uma interconectividade forte entre os continentes, provavelmente induzem a mudanças relativamente suaves em escala global”, dispõe o artigo.
“Caracterizar uma mudança biótica global com agregados únicos é inapto”, afirmaram pesquisadores da Universidade de Adelaide (Austrália), concluindo que mudanças ecológicas ao longo de áreas amplas parecem seguir um padrão mais gradual e suave.
“O foco sobre os ‘tipping points’ planetários pode tanto desviar a atenção das vastas transformações ecológicas que já ocorreram quanto levar a um fatalismo injustificado sobre os seus efeitos catastróficos”, alertou o professor Barry Brook, principal autor do artigo e diretor de Ciência Climática da Universidade de Adelaide.
Entretanto, muitos ‘tipping points’ regionais são de grande preocupação, como o derretimento do gelo no Ártico e a ‘savanização’ da Amazônia, notam os pesquisadores.
“Atualmente até quatro quintos da biosfera são caracterizados por ecossistemas que localmente, ao longo de séculos e milênios, têm sido submetidos a mudanças, de uma forma ou mais, causadas pelo homem. Reconhecer essa realidade e buscar esforços em nível local e regional pode ser um caminho muito mais frutífero a seguir”, ponderou Erle Ellis, coautor e professor associado da Universidade de Maryland.
Os pesquisadores examinaram quatro principais causas de mudanças em ecossistemas terrestres: mudanças climáticas, mudança do uso da terra, fragmentação de habitat e perda da biodiversidade.


Oceanos em perigo

O artigo traz um alerta especialmente crítico para os oceanos.  Ao contrário da superfície continental global, o ponto sem volta generalizado pode estar próximo para os ecossistemas marinhos devido à acidificação dos oceanos causada pela queima de combustíveis fósseis.
“Os ecossistemas de recifes de coral parecem ter desaparecido globalmente, simultaneamente, e de repente na transição do Triássico para o Jurássico, provavelmente devido ao aumento global na acidez e na temperatura do oceano em resposta à liberação geológica massiva de CO2 para a atmosfera”, enfatizam os cientistas.

Fonte: http://www.institutocarbonobrasil.org.br

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