sexta-feira, 6 de julho de 2012

SOS Mata Atlântica apresenta novos dados sobre desmatamento no Paraná

Os índices de desmatamento chegam a 4.198 hectares


Técnicos da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) apresentaram na Assembleia Legislativa do Paraná, novos dados sobre desmatamento no Paraná. Os números demonstram que o reflorestamento no período 2010/2011 foi de 1.339 hectares e não de apenas 71 hectares como havia sido divulgado no mais recente Atlas de Remanescentes Florestais.
Se somados os 2.859,1 hectares de corte autorizados para construção da Usina de Mauá, os índices de desmatamento chegam a 4.198 hectares.
De acordo com o representante do Inpe e coordenador do Atlas, Flávio Ponzoni, o estudo apresenta desafios metodológicos a cada nova versão publicada. “O Inpe utiliza imagens de satélites capazes de identificar qualquer derrubada superior a três hectares (equivalente a três campos de futebol), mas problemas metereológicos como a presença de nuvens podem ter comprometido esta avaliação em 8%”, informa Flávio.
Já o diretor técnico da empresa que executa o mapeamento para a SOS Mata Atlântica, Marcos Rosa, disse que a Fundação é altamente conservadora no que se refere à tipologia dos remanescentes incluídos no Atlas.
“Só são consideradas florestas em estágio médio e avançado de conservação. Diferente do IBAMA que considera em seus levantamentos florestais com possibilidade de recuperação”, enfatizou Rosa.
Para o deputado estadual Rasca Rodrigues (PV), primeiro a levantar a discussão na Assembleia, a SOS Mata Atlântica presta um grande serviço ao fazer este questionamento público, mas ainda assim, apresenta números que não são fiéis a realidade do Paraná em relação ao desmatamento de mata nativa.
“Só o IAP registrou 5.522 hectares de desmatamento neste período, com 2.510 autuações por corte irregular. Já o IBAMA detectou 1.200 hectares desmatados apenas no ano de 2011, o que representa 6.722 de florestas derrubadas”, reforça Rasca.
Ele ainda afirmou, que a presença dos técnicos da SOS Mata Atlântica, foi fundamental e esclarecedora. “Devido ao papel vigilante que a Fundação exerce é que temos conseguido reduzir os índices da derrubada de florestas no Paraná, mas queremos chegar ao desmatamento zero”, completa Rasca.
IBAMA - Para o superintendente do IBAMA no Paraná, Jorge Augusto Callado Afonso, existe a necessidade de um ajuste metodológico por parte da Fundação para que se possa chegar o mais perto possível da realidade.
“O IBAMA tem feito planejamento técnico e embasado das suas operações de combate ao desmatamento, incluindo a fiscalização de pequenos desmates que comprometem as bases sustentáveis de produção da agricultura”, destacou Callado.
REVISÃO – O presidente da Comissão de Ecologia e Meio Ambiente da Assembleia, deputado Luiz Eduardo Cheida, anunciou que irá pedir a revisão do Atlas do desmatamento no Paraná e solicitar aos órgãos ambientais do Paraná dados que possam auxiliar no monitoramento nacional.
“Vamos solicitar ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e IBAMA as coordenadas geográficas dos locais onde estão as autuações. O objetivo é fornecê-los ao INPE e SOS Mata Atlântica para não gerar conflitos nos próximos relatórios”, declarou Cheida.


Fonte: http://painelflorestal.com.br

0 comentários:

Postar um comentário

Favorites More