terça-feira, 27 de julho de 2010

Bactérias podem retirar minérios de resíduos industriais, reduzindo impactos ambientais


A utilização de bactérias para extrair minérios de rejeitos industriais foi avaliada pela química Nury Alexandra Muñoz Blandon. O estudo foi apresentado na tese de doutorado “Recuperação de níquel e outros metais a partir de diferentes fontes (Rejeitos Minerais de Processo Industrial e Pentlandita) por lixiviação bacteriana e ácida”, defendida pela pesquisadora no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, da Universidade Estadual Paulista, Unesp.
A pesquisa comparou o uso exclusivo de ácido sulfúrico com a associação do ácido e alguns microorganismos, para a extração de níquel, cobre e cobalto. A técnica apresenta vantagens econômicas e ecológicas, de acordo coma pesquisadora.
“Com o esgotamento das fontes desses minérios e a necessidade de diminuir o impacto ambiental da indústria, o reaproveitamento dos rejeitos vem ganhando da importância”, avaliou a química. A retirada dos resíduos é importante, pois os metais acumulados pode contaminar o solo e a água.
A extração dos minérios acontece depois de várias etapas, que passam por um processo de separação, aquecimento, etc. O método empregado pela pesquisadora utiliza o ácido sulfúrico apenas para estabilização do pH, após essa fase, as bactérias realizam o trabalho corrosivo.
“Em relação ao modelo químico, a lixiviação bacteriana tem custo inferior, processo mais simples e um menor impacto ambiental”, explicou Nury.
*Com informações Unesp.
Fonte:http://noticias.ambientebrasil.com.br

Emergentes acusam falta de compromisso de desenvolvidos contra mudança climática


Em reunião no Rio de Janeiro, os ministros do Meio Ambiente de Brasil, África do Sul, Índia e China, países que formam o grupo Basic, apontaram nesta segunda-feira (26) que a falta de compromisso das nações desenvolvidas é uma das causas do fracasso das negociações sobre as mudanças climáticas.
Após o fracasso da cúpula em Copenhague sobre aquecimento global, no final do ano passado, os ministros se mostraram realistas nesta segunda-feira sobre as possibilidades de chegarem a um acordo para combater a mudança climática.
“Será difícil alcançar um acordo satisfatório para todos e a razão é a incapacidade dos países desenvolvidos de especificar seu compromisso econômico com os acordos ambientais”, disse Jairam Ramesh, ministro do Meio Ambiente da Índia.
O ministro indiano afirmou que, dos US$ 30 bilhões prometidos pelos países desenvolvidos em Copenhague e que seriam destinados a ajudar os países mais pobres de forma imediata para combater os efeitos da mudança climática, apenas US$ 6 bilhões foram realmente desembolsados.
A IV Reunião Ministerial do Basic terminou nesta segunda-feira no Rio de Janeiro sem um acordo para definir uma estratégia comum na redução da emissão de gases que agravam o efeito estufa.
Durante quatro dias, especialistas e negociadores dos quatro países debateram propostas para adotar uma atuação conjunta na luta contra o aquecimento global, mas nesta segunda-feira admitiram que não avançaram o suficiente.
Os quatro representantes ressaltaram que as reuniões destes países “fazem parte de um processo” que ficará definido na próxima cúpula das Nações Unidas sobre a mudança climática, que acontecerá de 29 de novembro a 10 de dezembro, em Cancún, no México.
A equidade foi uma das principais questões tratadas pelos países do Basic, que defende a necessidade de tratar o problema do aquecimento global de uma perspectiva igualitária, que equipare os países desenvolvidos aos em desenvolvimento.
Nesse sentido, os quatro ministros concordaram em que os primeiros devem reforçar sua agenda ambiental para alcançar um acordo comum, sem obstaculizar o desenvolvimento dos países emergentes.
“Participaremos de um acordo internacional, mas não em um acordo que deixe de lado as expectativas de progresso dos países em vias de desenvolvimento”, afirmou Ramesh, que disse que o acordo definido na cúpula em Cancún “não pode ser ditado por um determinado grupo de nações”.
Por sua parte, a ministra do Meio Ambiente brasileira, Izabella Teixeira, disse que, apesar da falta de acordos específicos, a reunião no Rio representou “um avanço”, pela participação de especialistas e negociadores na reunião.
“Avançamos em termos técnicos e foram definidas estratégias comuns”, disse Teixeira, que acrescentou que o grupo de trabalho também tratou a questão das emissões de dióxido de carbono “com uma base científica”. (Fonte: Folha.com)