quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Termoelétricas desativadas vão gerar economia de mais de R$ 207 milhões

Usina Termoelétrica desativada no Bairro Nacional em Porto Velho (Foto: Ivanete Damasceno/G1)
Usina Termoelétrica desativada no Bairro Nacional em Porto Velho (Foto: Ivanete Damasceno/G1)
Até dezembro de 2015, 14 Usinas Termoelétricas (UTEs) devem ser desativadas em Rondônia. O motivo da desativação é a integração de 14 localidades do estado ao Sistema Interligado Nacional (SIN), que é controlado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e que permite que uma localidade receba energia gerada em qualquer região do país. Com a desativação, devem ser economizados mais de R$ 207,4 milhões, que deixarão de ser gastos na compra de óleo diesel utilizado para o funcionamento das termoelétricas. Atualmente, segundo a Eletrobras Distribuição Rondônia, há 24 UTEs em operação no estado.
Segundo a Eletrobras, o objetivo é desativar, a longo prazo, todas as UTEs aproveitando os recursos hídricos que a região amazônica oferece. Esse potencial já está sendo aproveitado com a construção das Usinas Hidrelétricas (UHEs) Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, em Porto Velho. Com as hidrelétricas, a geração de energia com uso de óleo diesel é "quase obsoleta para Rondônia", segundo Efraim Pereira Cruz, coordenador do Comitê de Gestão da Eletrobras.
De acordo com o coordenador, todo o estado Rondônia já foi abastecido com energia produzida por usinas térmicas. “A mudança aconteceu aos poucos. Várias UTEs foram desativadas no estado há mais de 10 anos. Não sei precisar quantas existiam”, afirma Cruz. Em 2008, o estado passou a fazer parte do SIN, mas algumas localidades ainda continuaram isoladas. Nas áreas isoladas, a energia é produzida no próprio local por uma UTE.
Comparando as duas formas de geração de energia, cada megawatt de energia térmica gerada custa para a distribuidora cerca de R$ 600 enquanto a cada megawatt de energia hidráulica custa R$ 150. “A diferença é muito grande. Na geração hidráulica os maiores gastos são durante a construção, após os gastos são menores. Enquanto na UTE continuamos a comprar o óleo diesel, um dos fatores que torna a energia mais cara, inclusive para o consumidor”, explica Cruz.

Comparação
Outro fator importante a ser levado em consideração como gerador de economia, segundo Efrain Cruz, são os eventuais problemas que podem surgir. O coordenador ressalta que numa UTE, quando ocorrem problemas no motor, é preciso substituí-lo. Já na UHE, os problemas são mínimos e a manutenção constante garante mais segurança.
Para desativar uma UTE é preciso que a Aneel emita uma autorização. Em 9 de março de 2010, a Aneel liberou a desativação das 14 UTEs em Rondônia por meio da Resolução Autorizativa 2.310, que permitiu a implantação de um conjunto de obras de linhas de transmissão e subestações, para interligar as localidades ao SIN.
No entanto, as UTEs são necessárias no período de seca quando todos os reservatórios baixam e as UHEs baixam a capacidade de geração. “Elas [UTEs] são necessárias para sustentar o sistema. As UHEs não conseguiriam abastecer o país na época da seca, por haver pouca água nos reservatórios”, garante Cruz.
Em Porto Velho, o consumo de energia das UTEs começou a ser descartado com a construção da UHE Samuel que entrou em funcionamento em 1996. “Esta usina é suficiente para a capital. Para outras regiões não têm como fornecer energia”, afirma Cruz. Porém, a UTE Termonorte, em Porto Velho, ainda é uma das responsáveis pelo abastecimento de energia em Rondônia.

Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira (Foto: Artur Bragança/Divulgação)
Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira (Foto: Artur Bragança/Divulgação)
Localidades
A desativação das 14 UTEs localizadas em Jacy-Paraná, União Bandeirantes, Vista Alegre do Abunã, Nova Califórnia; no distrito de Candeias do Jamary, Triunfo; nos municípios de Cujubim, Machadinho d’Oeste, Vale do Anari, Extrema, Buritis, Campo Novo dos Parecis, São Francisco do Guaporé, Costa Marques, Alvorada do Oeste a energia que abastecerá essas localidades será fornecida pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) através do SIN.
No distrito de Jacy-Paraná, a 80 quilômetros de Porto Velho, o processo de desativação já começou e tem previsão de ser concluída no começo de 2013. A economia gerada passará de R$ 18,8 milhões que são gastos na compra de óleo diesel. Nas outras localidades, a construção do linhão ainda está sendo realizada. “Somente a região Baixo Madeira em Porto Velho continuará a utilizar energia térmica, pois não há condições financeiras para levar um linhão à localidade e interligá-la ao SIN”, explica Cruz.

Fonte: Globo Natureza (http://g1.globo.com/natureza/)

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