sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Negociador chefe do Brasil afirma que Protocolo de Quioto deveria ser a prioridade da COP18

Em entrevista para o jornal britânico The Guardian, o embaixador Luiz Alberto Figueiredo defendeu que a Conferência do Clima (COP18), que começa no dia 26 de novembro, deveria assumir o detalhamento do próximo período de compromissos do Protocolo de Quioto como seu grande objetivo.
Segundo Figueiredo, é urgente garantir a continuidade do único tratado climático internacional, apesar do apoio a Quioto estar enfraquecido.“Precismos de um forte segundo período de compromissos e definir sua duração”, declarou.
Na conferência climática de 2011 (COP17), em Durban, não foi possível alcançar um consenso sobre a duração do tratado, com a maioria dos países divididos entre 2017 e 2020. O Brasil defende esta última data.   
A afirmação do embaixador de que Quioto está enfraquecido se deve ao fato do abandono de muitas nações que eram signatárias. Algumas saíram por apoiar a criação de um novo acordo climático em 2020 e outras por problemas econômicos internos. Japão, Canadá, Rússia e Nova Zelândia são exemplos da saída de signatários.
Nesta semana os russos sinalizaram que podem voltar a assinar Quioto se outros países mudarem sua postura nas negociações. Outra notícia positiva foi o
anúncio da Austrália de que fará parte do segundo período de compromissos.
Falando sobre um novo acordo em 2020, Figueiredo considera um erro dividir os esforços de negociação.
“Não podemos ser distraídos por outras questões que provavelmente não podem ser resolvidas rapidamente. Não acho que Doha deveria se concentrar nisso. Podemos lidar com esse tipo de assunto depois, nas negociações de um novo tratado”, disse.
O Brasil confirma assim a posição
anunciada em setembro, quando o grupo conhecido como BASIC destacou que defenderia a extensão de Quioto como prioridade na COP 18.
Figueiredo também falou que espera progressos sobre o REDD+, mas nada muito ambicioso. “As conversas não estão maduras o suficiente, é preciso dar mais clareza para as regras. O ritmo da elaboração dessas regras está mais lento do que gostaríamos, mas esta é a natureza de negociações que seguem o princípio do consenso”, concluiu.

Fonte: Instituto Carbono Brasil (http://www.institutocarbonobrasil.org.br/

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