sexta-feira, 10 de maio de 2013

Ministros reconhecem que mais ações climáticas são necessárias

Declaração final dos Diálogos Climáticos de Petersberg afirma que os esforços existentes não são suficientes para lidar com o aquecimento global e defende iniciativas de REDD+ e eficiência energética






“Os ministros percebem com grande preocupação que as ações atualmente planejadas não são o bastante para limitar o aumento das temperaturas em 2ºC. Para alcançar esse objetivo, todos os países precisam inspirar e possibilitar urgentemente mais ações climáticas, coletivamente e individualmente, com os países desenvolvidos assumindo a dianteira.”



Esse é um dos parágrafos do documento final dos Diálogos Climáticos de Petersberg, evento que reuniu os representantes dos Ministérios de Meio Ambiente de 35 países, incluindo Brasil, Índia, China e Estados Unidos, em Berlim, na Alemanha.



A declaração começa destacando os ganhos relacionados a uma transformação no nosso modo de vida.



“Múltiplas oportunidades econômicas estão associadas à transição para as baixas emissões de gases do efeito estufa e para a economia verde, como a criação de empregos e benefícios para a saúde pública e inovação. Essas mudanças não devem acontecer apenas no que diz respeito à produção, mas também nos padrões de consumo.”



Nesse sentido, os ministros apontam que é necessário o engajamento e o apoio de toda a sociedade nas soluções climáticas. Qualquer ação para mitigar o aquecimento global seria desperdiçada se sua implementação não for completa.



“Elevar a conscientização é fundamental. Uma comunicação proativa com o público é, portanto, essencial”.



Sobre o futuro acordo climático, que deve estar pronto em 2015 para substituir o Protocolo de Quioto em 2020, a declaração afirma que buscar o mínimo denominador comum para o consenso não será o suficiente.



“O novo acordo deve conter fortes incentivos para medidas ambiciosas e para maneiras inovadoras de gerar ações climáticas [...] O tratado deve respeitar o princípio de responsabilidades comuns, porém diferenciadas, levando em conta assim a natureza dinâmica das mudanças climáticas e das responsabilidades, capacidades e circunstâncias nacionais.”



Durante a reunião, a maioria dos ministros destacou a importância da transparência de todas as ações. Mas houve divisão sobre qual deverá ser o primeiro passo, muitos desejam que as nações assumam metas obrigatórias de redução das emissões de gases do efeito estufa, enquanto outros defendem que antes seria necessário estabelecer compromissos nacionais internos.



Iniciativas como o REDD+, o corte no uso de poluentes climáticos de vida curta, como o metano, a busca pela eficiência energética e os investimentos em fontes renováveis de energia foram reconhecidas como uma parte importante da mitigação do aquecimento global e os ministros sugeriram que sejam mais apreciadas dentro das negociação climáticas.



Sobre as negociações em si, o documento final de Petersberg identifica que a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC) é o fórum apropriado para os debates.



A próxima Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 19) será realizada em Varsóvia, na Polônia, em novembro, e o foco dela também foi discutido pelos ministros.



“Será em Varsóvia que as fundações para o novo acordo climático serão construídas [...] A COP 19 deverá avançar nas definições sobre a estrutura e natureza do acordo de 2015, que deve ser ambicioso, justo e transparente.”

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