sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Brasil perdeu o equivalente ao estado do Rio de Janeiro de áreas protegidas


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A situação piorou nos últimos cinco anos
Foto: leoffreitas

Quarenta e cinco quilômetros quadrados. Essa é a dimensão da perda de áreas protegidas no Brasil, em 30 anos. O tamanho equivale, aproximadamente, ao estado do Rio de Janeiro. E se as informações parecem assustadoras, é válido ressaltar que tem outra notícia: nos últimos cinco anos, a história se complicou, devido, sobretudo, as obras de infraestrutura ligadas ao setor elétrico, realizadas pelo governo federal na Amazônia.
Os dados fazem parte de um estudo realizado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que contabilizou todos os eventos de redução, declassificação e reclassificação (RDR) em unidades de conservação do país desde 1981. Segundo os pesquisadores, cerca de 70% dos casos de RDR aconteceram a partir de 2008.
"O que era para ser uma exceção vai se tornar a regra? Essa é a dúvida", questionou ao Estadão, um dos autores do estudo, Enrico Bernard, do Departamento de Zoologia da UFPE.
O setor elétrico foi o maior motivador da destruição, com a marca de 21 eventos (equivalente a 44%, do total), incluindo 11 declassificações (em que unidades de conservação deixaram de existir), nove reduções e uma reclassificação."O que era para ser uma exceção vai se tornar a regra? Essa é a dúvida", questionou ao Estadão, um dos autores do estudo, Enrico Bernard, do Departamento de Zoologia da UFPE.
"A maior parte desses eventos ocorreu a partir de 2010, com a publicação do plano de energia do governo, que aponta a Amazônia como grande reservatório de energia do Brasil", pontuou Bernard. Especulação imobiliária e agronegócios também fazem parte da lista das causas da perda de áreas protegidas.
O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) defendeu que, apesar do impacto causado, as construções realizadas nestes locais refletiram no crescimento do país. "Entendo que a tendência é estabilizar o número de ações em unidades de conservação. Uma coisa era o país há cinco ou dez anos. O grosso da afetação está concluído", analisou.
A pesquisa, que ainda não foi publicada em revistas científicas, não levou em consideração os territórios indígenas, apenas unidades de conservação estaduais e federais.

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org

Governo firma acordos com mais seis Estados para implantação do Cadastro Ambiental Rural

Divulgação/INPE
O Ministério do Meio Ambiente assinou nesta quinta, dia 20, acordos com mais seis Estados para implementação do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Os termos firmados incluem Amapá, Alagoas, Paraíba, Roraima, Maranhão e Tocantins. O CAR é uma exigência do novo Código Florestal para a regularização das propriedades.
No total, já são 18 os Estados que assinaram os termos. O objetivo do Ministério do Meio Ambiente é concluir a parceria com todos os Estados até 2014. O acordo permite que os Estados recebam, gratuitamente, imagens de satélite das propriedades, o que é necessário para a inclusão dos produtores rurais no cadastro.


Os Estados terão dois anos para aderir ao CAR, que é pré-requisito para acessar crédito e participar de programas de regularização ambiental. A suspensão de multas também está incluída. Para a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a participação de todos os setores vai facilitar o trabalho.
— É preciso diálogo, consenso, busca de solução e, sempre fundamentados na ciência, bom senso e um olhar diferenciado para várias regiões do Brasil. Não dá para discutir só a realidade da Amazônia, Santa Catarina ou Paraná — afirma a ministra.
A ideia é facilitar a identificação de Áreas de Preservação Permanente e Reservas Legais nas propriedades. Hoje, cinco milhões de imóveis rurais no país precisam estar dentro da lei ambiental.
— Esse debate é um primeiro passo para um caminho político, que eu entendo que é novo para área ambiental, de sustentabilidade, desenvolvimento do país e inclusão social — completa Izabella.



Fonte: http://agricultura.ruralbr.com.br

Floresta Estacional Sempre-Verde é reconhecida como novo tipo de vegetação brasileira


floresta1 Floresta Estacional Sempre Verde é reconhecida como novo tipo de vegetação brasileira
Rio de Janeiro – A partir de agora, um novo tipo de vegetação passará a constar oficialmente em mapeamentos florestais do país. A Floresta Estacional Sempre-Verde, que existe apenas no estado de Mato Grosso, já havia sido identificada há alguns anos, mas só agora passou a constar oficialmente no Sistema de Classificação da Vegetação Brasileira. A descrição do novo tipo de vegetação aparece na segunda edição do Manual Técnico da Vegetação Brasileira, lançada na terça-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O livro, elaborado por engenheiros florestais, agrônomos, biólogos, geógrafos e geólogos, traz metodologias para a realização de estudos, mapeamentos e pesquisas da vegetação no país. Também chamada de Floresta Estacional Perenifólia, a vegetação se caracteriza pela manutenção de uma coloração muito verde, mesmo em períodos de estiagens.
A floresta se estende por toda a região da Bacia Sedimentar dos Parecis e parte das depressões do Guaporé, Paraguai, Araguaia e Planalto do Tapirapuã. Segundo o IBGE, a vegetação ocorre em áreas de clima tropical que tem duas estações bem distintas: uma chuvosa e uma seca (que varia entre quatro e seis meses).
Três subtipos da vegetação foram identificados: as variações aluvial, de terras baixas e de submontanha. Na floresta aluvial, que pode ser encontrada nas calhas dos rios Culuene, Teles Pires, Verde, Arinos, Sangue, Juruena, Juína, Jauru e Guaporé, as árvores têm, em média 25 metros de altura.
A floresta das terras baixas pode ser encontrada nos terrenos sedimentares das depressões dos rios Paraguai, Guaporé e Araguaia, em altitudes em torno de 200 metros. Nesse subtipo de floresta, as árvores têm, em média, de 35 a 40 metros de altura.
Já a floresta de submontanha, que tem árvores medindo acima de 30 metros, ocorre nos terrenos sedimentares do Planalto dos Parecis, especialmente na região do Alto Xingu, em altitudes que variam de 300 a 450 metros.
A Floresta Estacional Sempre-Verde se junta a outros tipos de vegetação que ocorrem no Brasil, como as florestas ombrófilas (típicas da Amazônia e da Mata Atlântica), as savanas e a Caatinga.
Fonte:http://envolverde.com.br

Governo vai adiar início do Acordo Ortográfico para 1º de janeiro de 2016


ed51 300x188 Governo vai adiar início do Acordo Ortográfico para 1º de janeiro de 2016
A obrigatoriedade do uso do Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa, assinado em 2008 e previsto para entrar em vigor no próximo dia 31, deverá ser adiada por mais três anos. O Ministério de Relações Exteriores trabalha atualmente na minuta de um decreto que precisa ser assinado pela presidente Dilma Rousseff ainda neste mês para adiar o prazo, caso contrário o acordo entrará em vigor. O novo prazo acordado pelo MRE, durante reunião de um grupo interministerial composto também por técnicos do Ministério da Educação e da Casa Civil, é para entrar em vigor em 1º de janeiro de 2016.
De acordo com a assessoria de imprensa da Casa Civil, a ministra-chefe Gleisi Hoffmann recebeu em novembro um grupo de senadores que defenderam o adiamento do prazo, e convocou uma reunião com os ministérios envolvidos no tema. Uma reunião com representantes dos ministérios das Relações Exteriores, Cultura e da Casa Civil, definiu que o acordo vai começar a valer daqui a três anos. A nova data escolhida pelo grupo, que reúne técnicos e subchefes dos três ministérios tem como objetivo ajustar o prazo brasileiro com o de Portugal, que tem mais três anos até que o acordo seja totalmente aplicado no país.
Segundo o Ministério da Educação, o Brasil é o que mais avançou na implantação do acordo entre os oito países que assinaram o documento. Mesmo já tendo feito “a lição de casa”, o secretário de Educação Básica, César Callegari, explicou ao G1 que o MEC é favorável a alinhar o cronograma brasileiro “com o cronograma de outros países, entre eles Portugal”.
Callegari afirmou que, pouco depois da ratificação do acordo pelo Brasil, o ministério, que é o maior provedor de livros didáticos do país, começou a incluir, em seus editais de compra de livros e dicionários para escolas, a exigência de que os materiais já estejam adaptados às novas regras da ortografia. Porém, para ele, a preparação dos professores para ensinar as novas regras cabe às universidades.
“Boa parte da tarefa que cabe ao ministério está realizada. O trabalho de formação de professores e atualização cabe fundamentalmente ao sistema de ensino, das instituições públicas e privadas de educação superior. Mas as diretrizes estão dadas, e os materiais já estão com as novas características dessa nova ortografia”, disse.
O MRE afirmou, por meio de sua assessoria, que seus técnicos ficaram responsáveis por minutar o decreto até o fim do mês, para que ele possa ser submetido à Presidência da República. Mas, segundo o ministério, novo prazo será definido pela própria presidente. A ideia, de acordo com o MRE, é prorrogar a entrada em vigor do acordo para dar mais tempo de adaptação das pessoas à nova ortografia.

Pedagogia defasada

Mas a data de implantação do acordo não é a única preocupação de alguns políticos e membros da sociedade civil. Senadores que integram a Comissão de Educação, Cultura e Esporte acreditam que parte da dificuldade de adesão dos brasileiros às novas regras é culpa da falta de debate em torno do tema.
De acordo com a assessoria de imprensa do presidente da comissão, Roberto Requião (PMDB-PR), o senador “vê com reservas” o conteúdo do acordo porque ele foi articulado pelos governos, mas não ganhou espaço de discussão na socidade. Os senadores tinham o objetivo de elaborar um projeto de lei para adiar a implantação do documento, mas, em conversas com os ministérios, decidiu-se que a melhor abordagem seria por meio de um decreto.
Em entrevista à Rádio ONU, a senadora Ana Amélia (PP-RS), que também integra a comissão e, segundo sua assessoria, é autora do projeto, afirmou que a proposta de adiar o prazo é um “gesto de solidariedade” e de “boa vontade política”. Já a ideia de substituir o projeto de lei por um decreto presidencial serve para “facilitar do ponto de vista legislativo. Um projeto de resolução criaria alguns problemas de ordem legal em função de ser um acordo internacional”.
Um dos maiores críticos do acordo no país quer aproveitar o possível adiamento para mudar o conteúdo da nova ortografia. Segundo o professor Ernani Pimentel, presidente da Editora Vestcom e do Movimento Acordar Melhor, é preciso simplificar as novas regras e “ajustar problemas que não foram percebidos” pelas pessoas responsáveis pela elaboração e assinatura do documento.
Para ele, como a implantação do acordo avançou menos nos demais países e tem recebido críticas por lá, e como o Brasil deve adiar a entrada em vigor das nossas regras por mais três anos, o momento é oportuno para corrigir as principais questões.
O mais sério dos problemas, segundo ele, é o fato de o acordo ter sido pensado na década de 1970, quando o sistema educacional era muito diferente do atual. “Naquela época a educação se baseada na didática da memorização, na chamada ‘decoreba’. Em história, o que se estudava história eram nomes e datas, e em português eram só as regras e as exceções. Mas a pedagogia foi evoluindo, e hoje o aluno está acostumado a racionar, ele quer pensar e entender, e não ficar decorando, e essas regras são baseadas ainda na pedagogia antiga”, afirmou Pimentel ao G1.
Segundo Callegari, do MEC, as propostas de simplificação não estão contempladas na discussão do grupo interministerial. “O que poderia ser considerado e sempre pode ser considerado são propostas que visam simplificar, mas não seria adiar, seria outro acordo”.

Muitas regras

O especialista explica que, com tantas regras no idioma atual, e a falta de conhecimento a respeito das mudanças acordadas, é impossível falar português fluentemente. Desde 2008, ele já colheu mais de 20 mil assinaturas de brasileiros contra a implantação da nova ortografia.
Mais da metade, segundo Pimentel, é formada por professores, muitos deles ainda sem familiaridade com a nova ortografia e contrários à forma como o acordo foi feito, sem o devido debate nas escolas, universidades e na sociedade em geral.
“Você não pode fazer um acordo de ortografia sem ver o que os professores acham. Se os professores não aprenderem [as novas regras], eles não podem ensinar”, afirmou o especialista. Ele afirma que os professores calculam gastar 400 horas de aula ao ensino da ortografia no ciclo básico e, mesmo assim, os brasileiros saem da escola sem dominar as regras. A simplificação, nesse caso, auxiliaria a melhorar a qualidade da educação. ”Essas regras são ilógicas, não pode impor na sociedade.”

Fonte: http://envolverde.com.br

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Desafio de implementação do novo Código Florestal fica para 2013


Daniel Freitas, divulgação Lei prevê a adesão de todos os produtores a um cadastro ambiental com compromissos de preservação do meio ambiente

Uma lei marcada pela contradição, que passou por aprovações no Congresso Nacional e por vetos pelo executivo. Criado com a intenção de levar segurança jurídica para o campo e ao mesmo tempo preservar o meio ambiente, o Código Florestal se tornou um meio termo, que desagradou a todos os lados. Para 2013, fica o desafio de implementação da lei, que prevê a adesão de todos os produtores a um cadastro ambiental com compromissos de preservação do meio ambiente.
Criado em 1965, o Código Florestal atravessou décadas sendo atualizado por meio de medida provisória (MP). Em 2009, o Congresso Nacional começou a discutir uma lei definitiva, com a criação de uma comissão especial. Mas as divergências foram muitas.
– [A lei] colocou em polos opostos ambientalistas e ruralistas. Então, ela marca, do ponto de vista do contexto social e político brasileiro, uma divergência muito grande em termos de gestão do território de forma muito diferenciada e marca na sociedade brasileira essa diferença de visão. O ano de 2012 marca o registro de um debate extremamente intenso, bastante conflituoso, vindo de um processo histórico de descumprimento de lei, que colocou a agricultura brasileira numa situação de descumprimento de lei – diz a advogada Andréa Vulcanis, especialista em Direito Ambiental.
A lei aprovada em abril desagradou à presidente Dilma Rousseff, que além de vetar artigos encaminhou mudanças ao Congresso, por meio de medida provisória. Depois de uma nova análise, o legislativo aprovou o texto em setembro.
– Não é a lei que os ruralistas desejavam. Não é a lei que os ambientalistas desejavam. Foi a lei construída dentro de um debate democrático aqui no Congresso Nacional – afirma o deputado federal Homero Pereira (PSD-MT), presidente da Frente Parlamentar Agropecuária.
A presidente vetou nove artigos e, por meio de decreto, fez valer a polêmica escadinha, que condiciona a recomposição de mata em margens de rios ao tamanho das propriedades. As pequenas terão tratamento diferenciado. Para áreas de até um módulo fiscal, será preciso recuperar cinco metros de mata ciliar. De um a dois módulos, a exigência é de oito metros e, de dois a quatro módulos fiscais, a necessidade é de 15 metros de recomposição da mata.
– A questão da escadinha para a agricultura familiar, na questão de recomposição das matas ciliares, para a gente, com certeza, foi um ponto de vitória, que é um ponto que a gente sempre pautou. Não dessa forma, mas dizendo que a gente precisava ser tratado de uma forma diferente – defende a secretária de Meio Ambiente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Rosicléia dos Santos.
Em propriedades maiores, também será considerada a largura do rio. Para rios com até 10 metros, as áreas de quatro a 10 módulos deverão ter 20 metros de recuperação. Acima de 10 módulos, serão 30 metros de mata ciliar. Já para rios mais largos, as áreas maiores que quatro módulos deverão recuperar de 30 a cem metros.
Após a divulgação dos vetos da presidente Dilma Rousseff ao Código Florestal, um dos pontos que causaram polêmica foi a permissão para o plantio em áreas de várzea.
– Você vai ter caso de vizinhos com situações reais, econômicas, sociais muito parecida, mas vão se aplicar regras totalmente diferentes para eles porque estão em municípios vizinhos com tamanhos de módulos diferentes, ou porque um desmatou antes de 2008 e outro depois de 2008. Um tem três matrículas, o outro tem duas. Ou seja, vão ser muitas situações diferentes para serem aplicadas – explica o ambientalista Raul do Vale.
Especialista em Direito Ambiental, Andréa acredita que a lei ainda vai provocar muitos questionamentos na Justiça.
– Se a função ambiental das Áreas de Preservação Permanente, no que diz respeito às margens dos rios, além de conservar o solo e impedir sedimentação dos rios, impedir que esses rios diminuam seu fluxo e o seu leito, também o fluxo gênico de flora e fauna de modo que os animais e plantas possam se reproduzir a longo prazo, então, tudo isso com essa lei fica comprometido. Isso gera um debate jurídico dessa lei frente à Constituição. Do mesmo que de outro viés gera outro debate jurídico, que são os direitos adquirido, são ocupações antigas que às vezes ocorrem desde que o Brasil foi ocupado – diz a advogada.
O Código também traz regras para a Reserva Legal. Cada propriedade terá que preservar uma parte do bioma, variando entre 20 e 80% do imóvel. Segundo a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, senadora Kátia Abreu, (PSD-TO), a nova lei avançou.
– Eu gostaria de destacar a possibilidade de você ter o cômputo da Reserva Legal com APP. A isenção de restabelecimento da Reserva Legal até quatro módulos, que são os pequenos agricultores, que já têm pouca terra para produzir e não poderia ter essa ocupação que dificultaria o plano de negócio dessas propriedades. A possibilidade que eu me recomponha, corrija o erro cometido e que eu possa ficar livre das multas é uma coisa justa porque órgão de meio ambiente não é órgão arrecadador, ele é órgão protetor de meio ambiente – diz a senadora.
A matéria agora está na fase de regulamentação. O Ministério do Meio Ambiente comprou imagens de satélite que deverão ser distribuídas aos estados. A partir daí cada produtor vai ter que fazer o Cadastro Ambiental Rural pela internet, identificando as Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal na propriedade. Porém, as dúvidas ainda são muitas entre os agricultores. 
– Existem muitas dúvidas na base ainda de que principalmente daqueles agricultores que foram multados e aí têm várias multas e eles não sabem de fato o que vai acontecer, se vai ser cessado ou não. Até porque foi uma discussão bastante longa e aí existem várias dúvidas se realmente eles têm que aderir, como isso vai ser feito e como vão ficar essas multas – explica a secretária da Contag.
– O governo tem que entrar com financiamento entrar com incentivo para poder fazer essa recuperação porque se nós deixarmos somente para o produtor ao seu ônus, ele fazer essa recuperação das APPs, certamente, nós vamos ter dificuldade porque tem gente hoje que tem dificuldade principalmente o agricultor familiar ele tá tendo dificuldade de manter a sua família dirá ele recompor um passivo ambiental – avalia Homero Pereira.
– Essa lei por um lado diminui as obrigações de recuperação de recomposição e portanto de proteção ambiental em muitos lugares e por outro lado ela não contrabalanceia a diminuição das obrigações e da punição com um conjunto importante de incentivos – diz o ambientalista Raul do Vale.
Além disso, o prazo para adesão ao Cadastro Ambiental Rural é considerado curto.
– Um ano podendo ser prorrogado por mais um ano, a gente sabe que será um grande desafio, ou então, daqui a alguns anos, vai se dizer que a lei não está sendo cumprida. Mas aí a gente sabe de toda uma dificuldade e, é claro, todo mundo tem um papel importante para que isso aconteça – acrescenta Rosicléia.
– Eu diria nem só pra 2013. Acho que ele é um desafio para 15 ou 20 anos, para se conseguir realmente ter uma lei implementada, mas, como ela é uma lei de meio termo, depende essencialmente da implementação e de um esforço coletivo nacional público e privado extremamente complicado, complexo, custoso, de alto custo, de alta dificuldade – analisa Andréa.
A CNA comemora a forma como será regulamentado o Código Florestal, sem a interferência do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
– O compromisso mais importante da ministra, que para nós é fundamental, é que o Conama não regulamentará nada. Nós vamos regulamentar tudo via Executivo, direto Presidência da República, ou Ministério do Meio Ambiente. Isso nos basta porque no Conama nós temos 108 vagas e o setor produtivo tem apenas oito, então, só nos resta registrar em ata a nossa discordância sempre – explica Kátia Abreu.
– A expectativa que nós temos é que durante o processo de regulamentação essa lei não sofra distorções. Então, agora, o Congresso Nacional deixa de ser o protagonista desse processo e as entidades de classe sejam elas ambientalistas ou ruralistas têm que se aproximar do governo para poder trabalhar na regulamentação desta lei – diz Homero Pereira.
– Os Estados têm que contratar gente, têm que criar os seus sistemas, as coisas têm que funcionar. Por enquanto, não tem muita coisa acontecendo se não tiver pressão não vai acontecer. Então, acho que 2013 é um ano de pressionar. Queremos que o cadastro funcione, que os Estados se aparelhem – conclui o ambientalista Raul do Vale.
Fonte: http://agricultura.ruralbr.com.br

Brasileiros já podem produzir energia solar em casa e ter desconto na conta de luz


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Ainda sem os investimentos governamentais necessários, preço da instalação do sistema completo ainda é salgado, na casa dos R$ 25 mil
Fotos: plien

Instalar um painel fotovoltaico no telhado de casa, solicitar um medidor digital da concessionária local e produzir a própria energia, reduzindo os custos na conta de luz. Essa realidade, já bastante comum em alguns países da Europa, como Alemanha, Inglaterra e Itália tem tudo para começar a se desenvolver no Brasil a partir de 2013.
É que desde a segunda-feira, 17 de dezembro, o consumidor brasileiro conta com o respaldo legal da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para reivindicar a própria produção de energia solar integrada à rede elétrica comum. A resolução é a aposta do mercado para impulsionar o setor, que ainda esbarra no alto custo dos equipamentos.
A expectativa é de que em 2013 a ampliação nas vendas de painéis fotovoltaicos reduza os gastos com a instalação - atualmente, o sistema completo custa, em média, R$ 25 mil. "Nos últimos três anos, o preço caiu pela metade. Com a comercialização em escala, a tendência é que diminua ainda mais nos próximos anos", afirmou ao Estadão Luis Felipe Lima, proprietário da Minha Casa Solar.
Com a nova regulamentação, abre-se a possibilidade de que a geração de energia seja absorvida nas cidades pela rede elétrica, em um sistema de compensação. "Durante o dia, com um consumo normalmente reduzido de eletricidade, a residência será fornecedora da rede", explicou Lima.A empresa de Lima, como a maioria em atividade, é especializada em fornecer painéis para casas situadas em áreas rurais, que usam baterias para armazenar a energia produzida.

Excedente gera créditos

A ideia é que, no fim do mês, a soma da energia enviada para a rede seja equivalente à quantidade consumida. O valor pago na conta de luz será apenas a diferença - caso haja excedente, a energia produzida a mais será usada como crédito nos meses seguintes. As regras, porém, ficam a critério da concessionária.
A AES Eletropaulo, principal distribuidora da capital paulista, determina que esses créditos sejam usados em até 36 meses. Dessa forma, períodos de muito sol fornecem créditos para serem usados em época de pouca geração. A empresa afirma que começou a atender os pedidos de acesso dos clientes desde sábado (15).

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Painéis fotovoltaicos ainda são produzidos apenas no exterior - eles convertem a energia do sol em eletricidade, que pode ser integrada à rede comum

Com as diretrizes definidas, o setor espera agora facilidades para atrair interessados. "A regulamentação foi um passo fundamental, mas temos de pensar em incentivos a financiamento dos equipamentos e políticas de atração de fabricantes para o país", observou Ricardo Baitelo, coordenador da campanha Clima e Energia do Greenpeace.

Investimento em longo prazo

Todos os equipamentos para a produção de energia solar são importados. Professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o engenheiro eletricista Marcelo Villalva estima que, para a geração em residências, o medidor digital vendido pelas concessionárias custe entre R$ 200 e R$ 300.
"Uma casa normal, de duas pessoas, consome em torno de 250 quilowatts-hora por mês e precisaria de meia dúzia de painéis, com um custo de cerca de R$ 16 mil", calculou Villalva. "Em São Paulo, levaria cerca de oito anos para amortizar o investimento. No interior e outros Estados do Brasil, com maiores níveis de insolação, pode chegar até a três anos."

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org

FAO: produtos florestais mostraram leve recuperação da crise

floresta FAO: produtos florestais mostraram leve recuperação da crise
Setor cresceu entre 1% e 4% em 2011 graças ao comércio na Ásia Pacífico, principalmente na China.
A indústria de produtos florestais está mostrando sinais de uma leve recuperação da crise econômica. A informação foi divulgada pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO.
Segundo a agência, o melhor desempenho está sendo registrado na região da Ásia Pacífico, especialmente a China. Em média, a produção global dos principais produtos florestais cresceu ente 1% e 4% em 2011, se comparado ao resultado de 2010.
Maior Exportador
A venda de  paineis de madeira e celulose ficou acima dos níveis de 2007, antes da crise. Nos mercados para polpa e papel, o aumento geral foi de cerca de 1% ao ano. O consumo aumentou na região da Ásia Pacífico, mas caiu na Europa e na América do Norte.
A China está crescendo na produção de artigos florestais e já é o segundo produtor de madeira serrada atrás apenas dos Estados Unidos.
O país asiático também é o maior importador de toras e o maior exportador de paineis de madeira. No total, os produtos importados de todos os artigos florestais pela China chegam a US$ 43 bilhões, equivalentes a R$ 96 bilhões, representando 16% de todo o comércio global do setor.
Restrições
Grande parte da madeira serrada produzida na Rússia, o país com o maior volume de produtos florestais do mundo, era enviada à China. Mas devido às restrições impostas à exportação da madeira, o comércio entre os dois países caiu entre 2007 e 2009. Com isso, aumentaram as exportações de madeira de outros países como Estados Unidos, Canadá e Nova Zelândia para a China.
O banco de dados da FAO sobre produtos florestais tem mais de 1,2 milhão de registros e comercializa 52 artigos em 245 países e territórios.
Fonte: http://envolverde.com.br

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Técnica muvuca mistura mais de 30 sementes nativas e é opção econômica de reflorestamento


Sandro Fávero
No oeste da Bahia, produtores gastam até 75% menos do com métodos convencionais de recomposição

A técnica muvuca, utilizada no oeste da Bahia, ajuda na redução de custos para a recomposição de áreas de preservação permanente (APPs), medida necessária para o alinhamento das propriedades rurais ao novo Código Florestal. A economia pode chegar a 75% em relação a métodos convencionais de reflorestamento.
A técnica provém da mistura de mais de 30 espécies de sementes nativas, grãos e areia. A prática adotada é a do plantio a lanço, feito por máquinas que trabalham com esteiras. As áreas de plantio precisam estar subsoladas e devem ser gradeadas logo após a semeadura. As sementes também devem sofrer choque térmico antes de serem lançadas na terra.
– O nome muvuca surgiu porque, na verdade, é um conjunto de espécies nativas e agrícolas que a gente mistura. Então virou um nome, um apelido carinhoso para uma técnica que o nome é plantio mecanizado de sementes nativas do cerrado – explica a gerente do programa Cerrado/Pantanal da ONG Conservação Internacional, Georgina Knust Cardinot.
O engenheiro florestal Paolo Groke pontua que a principal vantagem da muvuca é a economia.
– A muvuca requer menos manutenção do que a muda. Se você ainda conseguir mecanizar esse plantio, também economiza financeiramente – destaca Groke.
Na propriedade do produtor rural Vilson Gatto, em Luis Eduardo Magalhães, na Bahia, serão lançadas 470 mil sementes no espaço de um hectare. Da quantia, apenas 4% irá nascer, o que significa que, em dois anos, 4,7 mil árvores diferentes estarão no local. Mesmo com a grande quantidade de sementes que não nascem, o custo do reflorestamento fica muito mais barato.
Na fazenda de Gatto, a primeira área de muvuca foi plantada o ano passado e já apresenta pequenas árvores. Com essas áreas recuperadas, o produtor ficará com a propriedade totalmente legalizada no novo Código Florestal.
As vantagens não são apenas verificadas na vida dos produtores rurais. Os agricultores familiares e assentados da região são responsáveis pela coleta das sementes, que geram renda para trabalhadores que estavam desocupados até então. O grupo de coletadores é previamente cadastrado. Somente em Luis Eduardo Magalhães, são 86 integrantes.
Alguns agricultores recebem mais de R$ 1 mil por mês na coleta de cerca de 200 quilos de sementes nativas. É o caso de Martha Elena Souza, que trabalha com outros quatro irmãos.
– Eu já comprei uma porca que rateia em sete leitãozinhos. Agora, pretendo criar galinhas e tentar crescer a minha casa, que é pequenininha – diz a assentada.
O projeto da muvuca foi desenvolvido para o oeste bahiano pela ONG Conservação Internacional em parceria com a prefeitura municipal e a Monsanto. Mas a técnica pode ser utilizada também em outras regiões.
– O agronegócio é altamente dependente do meio ambiente. Não existe como você pensar a agricultura e agronegócio sem ter um meio ambiente saudável. Então eu entendo que o grande desafio que vem pela frente é cada vez mais as empresas do agronegócio e os produtores rurais conseguirem conciliar as práticas e aproximarem a sustentabilidade das questões estratégicas de suas empresas – observa a gerente de sustentabilidade da Monsanto, Daniela Mariuzzo.



Fonte: http://agricultura.ruralbr.com.br

Senado aprova Medida Provisória que reduz conta de energia

Júlio Cordeiro
Texto propõe queda de cerca de 20% no preço final da tarifa
O plenário do Senado aprovou na terça, dia 18, sem alterações, o Projeto de Lei de Conversão (PLV) 30/2012, proveniente da Medida Provisória (MP) 579. O projeto trata da renovação das concessões para as transmissoras, geradoras e distribuidoras de energia elétrica e propõe redução de cerca de 20% no preço final da tarifa.


Após a rejeição de um destaque da oposição, a maioria governista conseguiu aprovar a matéria com texto idêntico ao enviado pela Câmara dos Deputados e enviá-la para sanção presidencial. Os oposicionistas também votaram favoravelmente ao PLV e pela redução da tarifa, mas queriam aprovar emenda para que o governo fizesse desonerações fiscais para as empresas de energia.
A MP 579 permite a renovação antecipada, por até 30 anos, de contratos de concessão nas áreas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica e diminui o peso de encargos setoriais embutidos no preço final das tarifas, como a Reserva Global de Reversão (RGR), que será extinta. A prorrogação das concessões das usinas termoelétricas será até 20 anos.
Com a edição da medida provisória, o governo muda o Marco Regulatório do Setor Elétrico brasileiro e autoriza a União a adquirir créditos que as Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobras) detém com a Itaipu Binacional, como forma de compensar eventuais perdas na arrecadação.
A ideia é reduzir o custo da energia para estimular a atividade econômica. A expectativa do governo é que as medidas representem redução de 19% a 28% no preço da tarifa paga por grandes empresas. Para a conta de luz dos cidadãos, a diminuição pode chegar a 16,2%, de acordo com cálculos do Executivo.
Atualmente, as concessionárias recebem um valor referente ao investimento que foi feito na construção da hidrelétrica. Ele é pago em 20 ou 30 anos e está presente na composição do preço da energia produzida pela usina, sendo repassado para os consumidores. Com a MP, o governo pagará uma indenização às concessionárias referente aos investimentos que ainda não foram cobertos e não poderão mais ser cobrados.
Cinco concessionárias controladas por governos estaduais – Companhia Energética de São Paulo (Cesp), Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Companhia Paranaense de Energia (Copel)  e Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) - consideraram que a proposta de indenização do governo não é suficiente para repor os investimentos já feitos e recusaram-se a assinar os novos contratos. Com isso, as concessões delas não serão renovadas e o governo deverá fazer novos leilões entre 2015 e 2017.


Fonte: http://agricultura.ruralbr.com.br

Chega ao fim projeto da Embrapa que estudou 85 problemas fitossanitários no país


Divulgação/SXCProjeto Climapest deu origem a um novo experimento com café

Está chegando ao fim um projeto que estudou por quatro anos 85 problemas fitossanitários de 16 culturas agrícolas espalhadas pelo Brasil. O Climapest, desenvolvido pela Embrapa, trouxe resultados surpreendentes e deu origem a um novo experimento com café, que será realizado até 2015.

Cento e trinta e quatro pesquisadores da entidade submeteram culturas agrícolas aos efeitos do aumento de gás carbônico, da temperatura, da exposição à radiação UVB e também avaliaram as mudanças climáticas a longo prazo.

– Algumas pragas vão aumentar, outras vão diminuir, doenças também. O mais importante, aquela rotina do agricultor, de calendários para aplicação de produtos, isso será modificado com as mudanças climáticas, porque ele pode ter novos problemas ou em épocas diferentes do que tinha no passado – explica a pesquisadora da Embrapa de Jaguariúna, Raquel Ghini.

O município de Jaguariúna, no interior de São Paulo, inaugurou o primeiro experimento Free-Air Carbon Dioxide Enrichment (Face) da América Latina, pioneiro mundial na pesquisa de café. O programa consiste em injetar na lavoura uma quantidade de gás carbônico utilizando como referência o ano de 2100. 

Confira a reportagem:


Fonte: http://agricultura.ruralbr.com.br

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Populações de tartarugas marinhas crescem no Brasil, afirma Projeto Tamar


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Projeto Tamar quer descobrir para onde os filhotes seguem, depois que nascem
Fotos: Projeto Tamar/ABr

Por Agência Brasil

As desovas de tartarugas-oliva nas praias de Sergipe aumentou de 100 para 2 mil nos últimos 30 anos. De acordo com levantamento do Projeto Tamar, responsável pela conservação das cinco espécies de tartarugas marinhas existentes na costa brasileira, nos últimos cinco anos, todas elas mostraram recuperação dos ciclos reprodutivos.
“Quando chegamos, as populações estavam diminuindo. Agora a reprodução está aumentando. Hoje, algumas espécies têm 20 vezes mais tartarugas do que quando chegamos. Podemos ver isso pelo número de ninhos que têm nas praias”, observou Guy Marcovaldi, coordenador nacional do Tamar.

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O Projeto Tamar comemora 33 anos com a soltura do filhote de número 15 milhões simbolizando o número de tartaruguinhas soltas no mar desde a criação do projeto

Marcovaldi não exita em afirmar que os números refletem a atuação das equipes do projeto que completa 33 anos. Mas, segundo o próprio pesquisador, as ameaças às espécies de tartarugas no país não cessaram. Há três décadas, o risco era a matança direta dos ovos e dos animais. Atualmente, além dessa prática - que parecia extinta, mas está sendo retomada em algumas regiões, como no litoral norte do Ceará, biólogos e técnicos têm observado outras ameaças provocadas pela ocupação do litoral.


Praias de desova e pesca


“Começaram a surgir muitas casas onde as tartarugas desovam e devido à luz causam problemas, afetando o comportamento das tartarugas. Elas são guiadas pela luz mais forte e, ao invés de retornarem para o mar, migram na direção da praia”, explicou ele.
O problema é mais frequente em algumas regiões, como no litoral norte da Bahia, por conta do aumento da população. Mas, Marcovaldi alerta que o risco está em todas as praias de desova ocupadas tanto por residências quanto por portos, por exemplo, como é o caso do litoral capixaba.
A pesca também se mantém como uma das principais ameaças. Muitas vezes, sem a intenção, os pescadores acabam capturando tartarugas durante a atividade. O problema tem sido enfrentado de três maneiras pelos pesquisadores do Tamar. Segundo Marcovaldi, a estratégia mais radical e menos aplicada é o deslocamento dos pescadores para áreas onde não existem tartarugas.

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Pesca é uma das principais ameaças

“Outra forma é o pescador se acostumar a livrar a tartaruga e devolvê-la para o mar e isso tem acontecido com bastante frequência”, destacou, acrescentando que ainda é possível reduzir os riscos, mudando os apetrechos utilizados na pesca. O anzol circular, por exemplo, diminui em 70% o risco de captura involuntária, pelo formato da peça que impede o encaixe na boca da tartarugas.

Tartarugas rastreadas

O Projeto Tamar tem feito o rastreamento de tartarugas por satélite desde novembro. “Soltamos um filhotinho de cabeçuda no Norte da Bahia, que já esta no Sul, na região de Abrolhos e deve chegar em Santa Catarina. Em janeiro de 2013, vamos ter mais seis tartarugas rastreadas e queremos descobrir para onde os filhotes seguem, depois que nascem. Vai ser importante saber essa rota e adotar medidas de proteção”, enfatizou Marcovaldi.
Na sexta-feira, 14 de dezembro, foi realizada a soltura do filhote de número 15 milhões nascido no laboratório do projeto, simbolizando o número de tartaruguinhas liberadas no mar desde a criação do Tamar.

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org

Governo federal apresenta proposta que altera regras da pulverização aérea nas lavouras


Tadeu Vilani

Aplicações serão flexibilizadas de acordo com o ciclo de cada região do país e permitida no período após a floração das culturas


Em reunião nesta segunda, dia 17, em Brasília, representantes do governo federal apresentaram proposta de regulação para as aplicações aéreas de produtos agrotóxicos que contêm Imidacloprido, tiametoxam, clotianidina e fipronil para as culturas de algodão e de soja. Segundo a proposta, as aplicações serão flexibilizadas de acordo com o ciclo de cada região do país e permitida no período após a floração das culturas, quando não há mais visitação por abelhas.
A proposta foi construída pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em parceria com produtores. A regulamentação deverá ser publicada no Diário a Oficial da União (DOU) nos próximos dias.
— Com essa mudança, agora os produtores podem aplicar. Não existe mais aquela janela com datas específicas. O que ficou fixado é que quando realmente aparecerem as vagens, os produtores vão poder aplicar, normalmente, seguindo a bula do produto — explica o diretor-executivo da Aprosoja, Fabrício Rosa.
A aplicação só será proibida para o momento de florada da soja. Sem os defensivos, o risco de infestação por percevejos seria grande.
— Qual é o dano do percevejo?  Ele pica as vagens, danifica o grão, prejudica a qualidade, diminui o peso e abre para micro-organismos que depois acabam infectando a soja — diz Rosa.
Nas plantações de algodão haveria o risco de ataques do bicudo.
— O algodão seria a cultura mais atingida com isso, porque eles fazem três aplicações. A infestação é muito mais intensa no caso do bicudo. Causa um prejuízo muito pior — alerta o representante da Aprosoja.
O uso dos defensivos está liberado até que o governo apresente alternativas.
— O Ministério da Agricultura, a Embrapa, o próprio Ibama vão procurar com urgência no mercado internacional quais os principais produtos que possam substituir os produtos que nós temos aqui no Brasil. Vão procurar agilizar também os processos de registro que existam. Essa é a lição de casa da Anvisa, do Ibama e do Ministério da Agricultura —  afirma o deputado federal Luiz Carlos Heinze (PP-RS).
O governo também promete realizar estudos para avaliar o risco desses produtos para as abelhas.



Fonte: http://agricultura.ruralbr.com.br

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Política Nacional de Irrigação está na pauta de votação do Senado


O PLS 229/1995, que trata da Política Nacional de Irrigação, está prestes a ser votado no plenário do Senado 

O projeto já está incluído na ordem do dia de votação do plenário na Sessão Deliberativa Ordinária, da próxima semana. Na Câmara dos Deputados, o Projeto tramitou com o número Lei 6381/2005 e teve como relator no plenário e na Comissão de Agricultura, o deputado federal Afonso Hamm (PP-RS), autor do substitutivo, aprovado em junho de 2012, na Câmara.
Afonso Hamm participou na tarde de quarta-feira, de audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural sobre as "Demandas do setor de irrigação", com a participação da Frente Parlamentar de Irrigação, a qual o deputado é vice-presidente. O evento foi proposto pelo deputado Duarte Nogueira, presidente da Frente. A explanação sobre o assunto ficou a cargo do Secretário Nacional de Irrigação do Ministério da Integração Nacional, Guilherme Augusto Orair; Pesquisador da Embrapa-Cerrados, Lineu Neiva Rodrigues e Presidente da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha, Alfonso Adriano Sleutjes.
A proposta tem como objetivo estimular a ampliação das áreas irrigadas do País, ampliando a produção agrícola nacional e criar o Sistema Nacional de Informações sobre Irrigação.
O substitutivo, de autoria do deputado, insere 10 novos instrumentos necessários para atualizar os fundamentos e instrumentos que norteiam a política para o desenvolvimento da agricultura irrigada no Brasil.

Fonte: http://www.portaldoagronegocio.com.br

Documento “vazado” destaca evidências das mudanças climáticas

am52 Documento vazado destaca evidências das mudanças climáticas
Apesar de ainda ser um trabalho em andamento, o quinto relatório do IPCC apresenta dados preocupantes e aponta que a concentração de CO2 na atmosfera é a grande responsável pelo aquecimento global.
Quando o blog Watts Up With That divulgou, sem autorização, uma cópia do próximo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, sua intenção era enfraquecer a entidade e toda a tese de que o aquecimento do planeta se deve às emissões de gases do efeito estufa resultantes das atividades humanas.
Foi um tiro no pé. Pois, apesar do autor do blog, Alec Rawls, se esforçar para destacar alguns pontos que teoricamente dariam suporte para suas próprias teorias contrárias à participação do homem nas mudanças climáticas, uma análise mais calma do relatório mostra justamente o oposto: as evidências de que o clima está se transformando são inequívocas e é extremamente provável que isso seja culpa nossa.
Segundo o documento, as temperaturas médias globais vêm subindo desde o começo do século XX e esse aquecimento foi particularmente acelerado depois dos anos 1970. Cada uma das últimas três décadas foi significantemente mais quente do que todas as outras desde 1850.
A temperatura combinada da terra e do mar teria sofrido um aumento de 0.8°C no período de 1901 a 2010 e de cerca de 0.5°C entre 1979 e 2010.
“Existem evidências consistentes de que há um aumento na rede de energia do sistema terrestre graças a um desequilíbrio. É virtualmente certo que isto é causado por atividades humanas, fundamentalmente pelo aumento das concentrações de dióxido de carbono (CO2)”, afirma o relatório.
O IPCC aponta que o CO2 é a principal causa das mudanças climáticas, muito mais relevante para o aquecimento do que outros fatores naturais. A concentração atual de CO2 na atmosfera é a maior em 800 mil anos.
O documento identifica também que houve mudanças nos eventos climáticos extremos, mas salienta que o nível de confiança sobre o que mudou varia conforme o tipo de fenômeno e com a região onde ele ocorre.
Para a questão do aumento das chuvas intensas, por exemplo, as estatísticas apontam que existe um crescimento da sua frequência desde 1950. Porém, com relação às secas, é mais difícil observar uma tendência de longo prazo, devido às inconsistências geográficas.
O relatório registra ainda que os oceanos avançaram entre 2,8 mm a 3,6 mm ao ano desde 1993. A subida pode ser acompanhada nos últimos dois séculos, sendo que se acelerou depois de 1900.
“Desde 1970, o aquecimento e a expansão oceânica e o degelo foram os contribuintes dominantes do aumento do nível do mar, juntos explicando 80% do avanço observado”, afirma o relatório.
A previsão é que o mar suba entre 0,29 metros e 0,82 metros até 2100.
O IPCC destaca que é grande a confiança nos modelos climáticos atuais e que eles conseguem simular com precisão os múltiplos cenários previstos. Vários aspectos climáticos, como precipitações em larga escala, comportamento do gelo do Ártico e temperaturas oceânicas, seriam bem representados nessas ferramentas.
Esse tipo de conclusão é possível graças a simulações realizadas que podem ser comparadas com dados reais. Por exemplo, cientistas conseguem realizar um experimento no qual um modelo recria a flutuação da temperatura terrestre nos últimos 50 anos e depois comparam os resultados com o que se sabe realmente aconteceu.
“O ponto mais interessante do ‘vazamento’ do relatório é a revelação do quão grande é o sentimento de negação entre os céticos climáticos. Se eles são capazes de distorcer um documento da forma que fizeram, imagine como são malucas as interpretações que fazem das evidências científicas”, afirmou à rede ABC Steven Sherwood, pesquisador da Universidade de Nova Galês do Sul e membro do IPCC.
Fonte: http://envolverde.com.br

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Reunião discute apoio para a irrigação no Brasil


Governo, parlamentares e representantes da iniciativa privada debateram questões relativas à implementação de sistemas de irrigação nas lavouras do país

Leila Endruweit
A discussão de medidas de apoio à prática da irrigação nas lavouras brasileiras com o objetivo de baratear os custos dos investimentos reuniu, na terça, dia 11, governo, parlamentares e representantes da iniciativa privada, na sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC) do Mapa, Caio Rocha, encaminhará ao ministro Mendes Ribeiro as proposições do grupo que avaliará a viabilidade de implementação com os demais segmentos do governo.
A necessidade de avanço nas medidas para alavancar o setor, o armazenamento de água e o elevado custo da energia elétrica para a execução dos projetos foram assuntos debatidos no encontro. Além disso, foram levantadas questões sobre meio-ambiente, linhas de crédito mais baratas e com prazos mais longos para o produtor pagar e a ampliação das políticas públicas para ampliar a área irrigada, aumentar a produtividade e contribuir para a contenção do avanço da fronteira agrícola.
Hoje, o Brasil tem uma área plantada de 68 milhões de hectares de grãos, frutas e fibras. Na pecuária, o espaço no campo é de 180 milhões de hectares. A execução da política de irrigação deve tornar o uso dessas áreas mais intensivo, reduzindo a pressão por novos espaços. O Rio Grande do Sul, por exemplo, está entre os Estados que mais irriga no país. São 1,5 milhão de hectares e a predominância é por inundação ou sulcos, representada, sobretudo, pelo arroz. No país como um todo, predomina a irrigação por aspersão ou gotejamento.
Para Rocha, o uso da irrigação é um dos aspectos mais importantes para o aumento da produtividade da agricultura brasileira. O crescimento das áreas irrigadas é apontado como um dos principais fatores que garantiram o suprimento de alimentos em décadas de explosão demográfica.
– O importante é evitar riscos inerentes às variações e às mudanças climáticas, garantindo resultados melhores e agregando valor à produção – disse Rocha.
Segundo o secretário, o Ministério da Agricultura tem garantido no Plano Plurianual/2012-2015 recursos de R$ 4 bilhões para o financiamento de equipamentos.
Fonte: http://agricultura.ruralbr.com.br

Tecido criado por japoneses carrega celulares através de energia solar


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As células fotovoltaicas possuem uma esfera de 1,2 metros
Foto: Divulgação Sphelar-Power

Imagine usar uma roupa que carrega o aparelho celular através da energia solar. Esse é o objetivo de pesquisadores japoneses que criaram um tecido constituído de fios de células fotovoltaicas, que possuem uma esfera de 1,2 metros e foram fabricadas pela empresa Sphelar-Power, de Kyoto.
Até 2015 os cientistas irão ajustar técnicas de tecido da nova matéria têxtil para possibilitar a fabricação de vestimentas eletrogêneas, capazes de carregar um telefone celular, ou tapetes energéticos para situações de emergência. Eles pretendem apresentar os primeiro objetos no mesmo ano.
Segundo os pesquisadores, o apoio do governo japonês será fundamental para a realização dos ajustes e comercialização do material. "Ainda temos algumas dificuldades a resolver antes de uma comercialização, como o isolamento dos fios condutores e a melhoria da durabilidade do produto", afirmou à Agência France Press, um dos funcionários do centro de tecnologia industrial da prefeitura de Fukui.

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org

Mudanças climáticas comprometem regiões montanhosas e abastecimento de água


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Montanhas são consideradas as principais fontes de abastecimento de água do planeta
Foto: L Lemos

Neste 11 de dezembro, as Nações Unidas comemoram o Dia Internacional das Montanhas. Cerca de 12% da população mundial vivem em áreas montanhosas.
As montanhas são consideradas as principais fontes de abastecimento de água do planeta. Metade dos habitantes do mundo consome o recurso que vem das geleiras.
Além do aquecimento global, um dos desafios para a proteção das montanhas é a falta de desenvolvimento sustentável, como explicou à Rádio ONU, o diretor da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) Eduardo Mansour.

"Nós estamos vivendo também um período em que os ecossistemas de montanhas estão sendo muito afetados pelas condições sociais das pessoas que vivem nelas. Há uma tendência generalizada para as montanhas albergarem as camadas mais pobres da sociedade. E isto é visto em muitos países", observou Mansour.

Desmatamento e emissões

A agência da ONU lembrou que o corte nas emissões de gases, que causam o efeito estufa ajuda, a preservar as montanhas. Eduardo Mansour chamou a atenção para a questão do desmatamento em países em desenvolvimento e citou alguns projetos que estão dando certo em duas nações de língua portuguesa.
"Em Moçambique, os projetos dentro da zona do Limpopo, na província de Manica, são áreas importantes para a conservação de recursos de biodiversidade e de recursos hídricos para as zonas mais baixas. Já no Brasil, em Curitiba, tem um exemplo muito bonito, de preservação das zonas altas do munícipio de Piraquara, por meio do pagamento do ICMS Ecológico, que compensa a conservação de água e os mananciais hídricos".
A FAO lembrou que a conservação de montanhas é uma das medidas acordadas pela Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável), em junho, no Rio de Janeiro. As Nações Unidas querem ainda engajar os jovens em ações de preservação.
O Dia Internacional das Montanhas foi criado pela Assembleia Geral há 10 anos para chamar a atenção acerca da urgência de conservação ambiental.

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org

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