sexta-feira, 22 de julho de 2011

Crédito rural chega a R$ 94 bilhões na safra 2010/2011



Valor corresponde a 94% do total programado no ciclo agrícola. Trata-se do melhor desempenho já registrado desde a safra 1999/2000, período em que o governo iniciou o levantamento.

Priscilla OliveiraA aplicação do crédito rural na agricultura empresarial, na safra de 2010/2011, foi de R$ 94,2 bilhões do total de R$ 100 bilhões disponíveis. Se comparado com a safra passada, quando foram liberados R$ 86,7 bilhões, houve crescimento de 8,6% nas aplicações de custeio, comercialização e investimento no setor. 


O programa de financiamento para a classe média rural teve o melhor desempenho na safra. Dos R$ 5,65 bilhões previstos pelo Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), R$ 5,035 bilhões (89% do total), foram liberados. O valor representa um acréscimo de 54% do montante utilizado na safra passada.


O Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias (Procap-agro) também teve um resultado positivo, liberando, inclusive, recursos além do previsto. Foram desembolsados R$ 2,5 bilhões, o que equivale a 125% do total programado. O valor é ainda 258% superior ao contratado no mesmo período da safra anterior.
Na avaliação do Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, José Carlos Vaz, os fatores que levaram ao resultado positivo estão ligados ao aumento da demanda por commodities no mercado externo, especialmente em países asiáticos como a China e a Índia. Houve também redução do custo de produção e aumento da área de plantio. Segundo Vaz, “a economia está aquecida, os preços dos alimentos estão acima da média e o agronegócio vem em ritmo crescente”.

Plano Agrícola
O Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012, lançado pela presidenta Dilma Rousseff em junho passado, vai disponibilizar R$ 107,2 bilhões para financiar agricultores e pecuaristas. O valor é 7,2% superior aos R$ 100 bilhões direcionados ao ciclo agrícola de 2010/2011.
O governo também vai destinar mais recursos para financiar o médio produtor rural. Na temporada 2011/2012, serão 48,2% a mais para a classe média, o que equivale a R$ 8,3 bilhões. Outra novidade é a mudança do limite de renda bruta anual, de R$ 500 para R$ 700 mil, para enquadramento no programa
Programa ABC
O Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) incentiva processos tecnológicos que neutralizam ou minimizam os efeitos dos gases de efeito estufa no campo, a serem adotados pelos agricultores nos próximos anos. O ABC reflete o esforço do governo para atender aos compromissos voluntários assumidos na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 15), de redução significativa das emissões de gases de efeito estufa gerados pela agropecuária.

Na safra de 2010/2011, depois de vencidos os entraves burocráticos para liberação do crédito, foram feitas 30 operações de liberação, 16 delas, em junho deste ano. O Secretário José Carlos Vaz acredita que esse número tenda a crescer na safra que se iniciou em 1º. de julho deste ano. “A expectativa é utilizar boa parte dos recursos destinados ao programa, que somam R$ 3,15 bilhões”, afirma. Estão garantidos recursos a agricultores e cooperativas, com limite de financiamento de R$ 1 milhão por beneficiário. O crédito será financiado com taxa de juros de 5,5% ao ano e prazo de reembolso de até 15 anos.

Saiba mais
Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) – Criado na safra 2010/2011, dispõe de recursos para custeio, comercialização e investimento para a classe média rural. Até o ciclo agrícola atual, para ter acesso ao crédito, o produtor precisava ter uma renda bruta anual de até R$ 500 mil. A partir da safra 2011/2012, o limite para enquadramento no programa passa a R$ 700 mil, favorecendo um maior número de produtores. O Pronamp substituiu o antigo Proger Rural, com mais recursos e condições facilitadas para contratação.

Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias (Procap-agro) – Destinado às cooperativas de produção agropecu ária, pesqueira e aquícola. Os recursos (R$ 2 bilhões) podem ser utilizados para recuperação ou reestruturação patrimonial. 

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