quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Estudo aponta que rios podem ser maior fonte de óxido nitroso na atmosfera

   Fonte: EcoD


Um estudo divulgado nesta semana revela que a água dos rios de todo o mundo podem ser uma fonte três vezes mais poderosa de óxido nitroso (N2O) na atmosfera do que havia sido estimado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPPC). A substância é considerada um dos mais danosos gases causadores do efeito estufa.

Os pesquisadores descobriram que a quantidade de óxido nitroso produzido nos rios está relacionada com as atividades humanas que liberam nitrogênio no meio ambiente, como o uso de fertilizantes e as descargas de esgoto.

“As atividades humanas, incluindo a queima de combustíveis fósseis e agricultura intensiva, tem aumentado a disponibilidade de nitrogênio no ambiente”, afirmou Jake Beaulieu, da Universidade de Notre Dame e da Agência Americana de Proteção Ambiental, e principal autor do trabalho publicado na revista Proceedings, da Academia Nacional das Ciências.

Ele informou ainda que grande parte dessa substância é carregada pelo leito dos rios e lá, convertida por micróbios em óxido nitroso graças a um processo chamado desnitrificação.

Segundo os pesquisadores, a descoberta é importante devido ao impacto do óxido nitroso na atmosfera. O gás potencializa o efeito estufa, contribui com as mudanças climáticas e destrói a camada de ozônio que protege a Terra da radiação ultravioleta do Sol.

Dados apontam que o óxido nitroso é 300 vezes mais nocivo à atmosfera que o dióxido de carbono, embora este último seja muito mais prevalente que o N2O. Segundo estimativa dos cientistas, o óxido nitroso já é responsável por 6% das alterações climáticas induzidas pelo homem.

Para chegar às conclusões, Beaulieu e seus colegas mediram os níveis de produção de óxido nitroso causados pela desnitrificação em 72 córregos nos Estados Unidos. Quando somados com os resultados globais, os dados mostraram que rios e córregos são a fonte de pelo menos 10% das emissões de N2O causadas pelos seres humanos.

“Essa estimativa de emissão global é surpreendente”, disse Henry Gholz, diretor da divisão de Biologia Ambiental do National Science Foundation, que financiou a pesquisa. Para minimizar o problema, ele defendeu mudanças nas praticas agrícolas e no uso do solo.

0 comentários:

Postar um comentário

Favorites More